Eis que aos dezessete
anos, após decidir ir procurar seu Grande Talvez – inspirado pelas últimas
palavras de François Babelais – em outro lugar longe de onde ele morava, onde
só pra deixar claro ele não tinha nenhum amigo, Miles decide optar pela escola
Culver Creek, onde toda a geração de homes de sua família havia estudado. Miles
não conhecia ninguém, não falava com ninguém, mais sabia as últimas palavra de
muita gente importante, de todos os presidentes dos EUA e de muitos outros.
Mais sua vida em Creek com toda certeza iria mudar, pois esse Grande Talvez
estava pondo em seu caminho coisas que ele mal imaginava. Eis que um garoto
anti-social se vê ‘rodeado’ de amigos, bebida, cigarros e um amor talvez não
correspondido. E em meio á muitos trotes, e muitas ressacas que Miles descobre
que, seu Grande Talvez, ainda estava por vir!
“Rabe’a AL-Adiwiyah, uma mulher santa de grande
importância para o sufismo, foi vista correndo pelas ruas de sua cidade natal,
Basra, segurando uma tocha em uma das mãos e um balde de água na outra. Quando
lhe perguntaram o que ela estava fazendo, respondeu: “Vou derramar este balde
de água sobre as chamas do inferno e depois vou queimar os portões do paraíso
com esta tocha para que as pessoas amem Deus não por desejarem o paraíso e por
temerem o inferno, mas por ele ser Deus.””.
Miles agora dividi o quarto com Chip, conhecido como
Coronel, um baixinho, rechonchudo/fortinho e um tanto quanto inteligente, que
odiava mais do que tudo os Guerreiros de Dia de Semana – mais ele namorava uma
deles ok! (São os riquinhos que estudam na Creek durante a semana, e nos FDS
vão para suas mansões beber vinho e falar sobre corrida de cavalos!), Coronel
acaba se tornando grande amigo do Gordo, mais novo apelido de Miles – uma ironia
por ele ser extremamente magro. E nesse pacote vem também Alasca. Até então a
fornecedora de cigarros e bebidas do colégio, mais que se mostra brilhantemente
inteligente, intrigante, apaixonante, sexy e única. Fazendo cada emoção ficar á
flor da pele. Gordo, lógico que fica encantado. Seu primeiro amor, e talvez o inicie
do seu Grande Talvez!
Nesse pacote vem também Takumi e Lara. E então Gordo
finalmente vê o que é ter amigos. Ele e o Coronel viram grandes amigos, como
velhinhos casados que se conhecem mais do que ninguém.
De inicio achei o Coronel marrento, mandão, talvez
até aproveitador.O tipo de cara que Poe o pé na sua frente só pra você ralar a
cara no chão na frente de todo mundo. Mais não é assim. Ele é sim, marrento, e às
vezes mandão e forgado – e aproveitador, fazendo o Gordo manter seu vicio por
Malboro Light – mais com o decorrer da trama, ele se mostra engenhoso,
companheiro e realmente amigo do Gordo, como quando descobre que haviam enfaixaram
Gordo como uma sereia e o jogaram no lago. Fiquei feliz em ver que Miles tinha
conseguido se enturmar.
Alasca por si era um labirinto de segredos. Tinha namorado,
Jake, mais ainda assim parecia suprir certo sentimento por Miles. Não tem como
não amar ela e seu gênio forte e feminista, defendendo sempre a figura feminina
e discursando sempre sobre a ‘subversão do paradigma patriarcal’. Alasca é
intensa, explosiva, de lua. Mais ainda assim, encanta de todas as formas o Gordo.
E Mesmo com uma Romééna incrível ao seu lado – Lara – ainda assim, Alasca é
quem tem o domínio de seu magro coração.
“Depois de todo esse
tempo, acho que ‘rápida e Diretamente’ é o único jeito de sair – mas prefiro o
labirinto. O labirinto é uma droga, mas eu o escolho.”
Eu realmente esperava
algo tão depressivo desse livro ao ponto de querer cortar meus pulsos. Na
verdade foi isso que me disseram. Mais de inicio vi um estilo bem diferente do
“A Culpa é das Estrelas”. Nada como um drama existencial adolescente para esvaziar
um pouco a cabeça, não?! Mais John Green tem a medida certa.
De drama. De ironia. De
romance. De humor. De metáforas. De Eufemismos, cara, amo essa palavra.
Eufemismo é um achada da humanidade.
É isso que me encanta
na escrita dele.
Um garoto, que resolve
ir para uma escola particular longe de casa, pois estava procurando seu Grande
Talvez, e não tinha nada a perder mesmo, já que amigos ele não tinha, e seu
único dom, guardar ultimas palavras, não era lá levado muito a serio. Vocês
dariam algo para um livro com essa temática? Não? Sim?
Pois bem, se a resposta
foi Não... Bhéee... Errado – droga, era pra parecer uma campainha.
Se foi um grande e
Gordo sim, estampado na MESA DE CENTRO do seu dormitório, muito bem. Você
acertou em cheio!
Eu vi esse livro mais
como uma grande experiência de vida. Um garoto que pensa não ter nada com que
se apegar onde vive, decide mudar de ares, na expectativa de ser alguém, de ter
alguém. Amigos. E como sempre, longe dos pais rola de tudo, cigarros, bebidas,
encrencas e etc. Mais em ‘Quem é Você, Alasca?’, John Green nos põe frente a
frente com uma história envolvente até demais. Simples, nada complexa mais
admirável e invejável. Como se você quisesse sair de sua vida e ir para a
Creek. Como se nada mais importasse contanto que você encontrasse um Coronel,
Um Takume, uma Lara e, sem dúvidas, uma Alasca para dividir os melhores, piores
e o mais chapados dos momentos.
Talvez apenas a morte,
‘rápida e diretamente’ seja a saída do labirinto. Por que esse labirinto nada
mais é que nossa vida. E convenhamos, a vida não consiste em apenas momentos
felizes e coloridos. Durante a caminhada existe muito sofrimento, e talvez seja
essa a grande metáfora do livro. Só se sai desse labirinto, quando se morre,
esse é preço a se pagar pelo fim do sofrimento. Para Alasca o caminho para se
sair desse labirinto seria saindo “rápida e diretamente’, e mesmo sem querer,
ou por querer, isso é algo que fica no ar, ela acaba tendo esse fim. Mais e as
pessoas que nós deixamos? É ai que está, podemos desistir dessa droga de
labirinto, mais e os outros, e os amigos? E as promessas que não vão se
cumprir?
E é essa a parte que
mais me incomodou. Miles, mesmo tendo perdido uma amiga, a primeira delas só de
passagem, só pensava em terminar o que eles começaram antes do ‘dito cujo’
acidente, e tipo, dá até pra entender que era a primeira relação social dele, e
o primeiro amor e tal’s, mais ainda assim, perder alguém e pensar apenas no
sentido de posse, é horrível. Ele não via a dor nos outros amigos, sentia
apenas a sua dor, como que se por causa de um beijo, e um apertão nos mamilos,
significassem que Alasca agora pertencia só a ele, e que de todos os seus
muitos amigos, não-Guerreiros de Dia de Semana não tivessem direito de sofrer
mais que ele.
Mas ele acaba caindo em
si, e pra não perder seus únicos amigos, Gordo acaba colocando as coisas em
ordem, assim como o porquê do acidente, e as causas.
Obs.: Saiu uma versão
nova do livro, onde tem uma margarida na capa. Ok, é bonita, tem a ver com o
livro, mais eu acho que não é tão significante assim, não sei se vocês chegaram
a ver uma capa americana do livro, onde um sopro de fumaça de uma vela ganha lugar
no centro da capa, eu achei essa muito mais a ver com o livro do que o da
margarida!
Eu não sei por que mais
esse tipo de livro, sabe, com um cenário juvenil, cheio de ironias, de
armações, de conflitos, e escolas legais onde todos querem estudar, me deixa
numa Vibe muito boa. Gosto demais disso. Desse mundo paralelo onde o livro me
deixa, me leva. E não são todos, são apenas alguns, como esse, um em dois
milhões!
Não deixe de ler, de jeito algum vai se arrepender, e deixo uma dica pra você, saia também em busca do seu Grande Talvez!