Estrelas: 5
Sinopse: “Tally
finalmente é perfeita. Agora seu rosto está lindo, as roupas são maravilhosas e
ela é muito popular. Mas por trás de tanta diversão – festas que nunca
terminam, luxo e tecnologia, e muita liberdade – há uma incômoda sensação de
que algo importante está errado.
Então Tally recebe uma
mensagem, vinda do seu passado, que a faz se lembrar qual é o problema na sua
vida perfeita. Agora ela precisará esquecer o que sabe ou lutar para sobreviver
– as autoridades não pretendem deixar que alguém espalhe esse tipo de informação”.
***
"- É assim que as coisas acontecem. Geralmente, sem pílulas misteriosas ou Especiais botando a porta abaixo. Fora isso, é sempre um risco... Dar um beijo em uma pessoa diferente".
Sobre o autor
Scott Westerfeld nasceu
no dia 5 de Maio de 1963 e graças a sua série distópica “Feios” é um dos
autores americanos de ficção científica mais conhecido do mundo. Ele nasceu no
Texas, mas atualmente divide seu tempo entre Sydney na Austrália e Nova Iorque
nos Estados Unidos.
Quando criança,
Westerfeld se mudou para Califórnia e Connecticut por motivos relacionados ao
trabalho do pai, que era programador de computadores. Scott se formou em 1985
na Vassar College e foi compositor no início de sua carreira. Nos anos 80
mudou-se para Nova Iorque, onde inspirou seu livro “Polymorph” e em 2001
casou-se com Justine Larbalestier, que também é escritora. Além da série
“Feios”, Scott também é responsável por uma série em mangá, mostrando o lado de
Shay na história, chamado “Shay’s history” e recentemente lançou mais um livro,
chamado “Afterworlds”.
"- É melhor encarar, Tally-wa. Você é Especial".
Sobre o livro
Tudo em nome da
ciência. Tally Youngblood se entregou á
Circunstancias Especiais para assim poder descobrir se a cura da mãe de David,
a Dr. Maddy, realmente funciona. Mal sabia ela que depois de operada tudo
realmente mudaria. Em um mês como perfeita sua única preocupação foi seguir a
risca as recomendações das festas. Estar “borbulhante” era o que importava. Só
assim ela conseguiria entrar para o grupo de perfeitos mais badalados de Nova
Perfeição: os Crims. Perfeitos que, quando feios, faziam muitas “mal criações”.
Mas durante sua festa de
admissão, que mudou o tema haras antes de acontece, transformando-se em uma
festa a fantasia, Tally percebe uma fantasia que a deixa nervosa. Quem em santa
consciência se fantasiaria de agente do Circunstancias Especiais? Mas alguém
havia feito isso e a estava seguido. Ela podia sentir. Talvez fosse apenas suas
memorias de feia entrando em ação, afinal, ela havia criado uma boa confusão
com os Especiais – ela era famosa em Nova Perfeição antes mesmo de fazer a
cirurgia por causa disso.
Mas ela percebe que tem
razão quando vê que realmente está sendo seguida. Sem aguentar mais esse jogo
de esconde-esconde, ela vai até a pessoa fantasiada e descobre que por tras da
mascara há um... Feio. Mas não só um feio, um feio conhecido. Ela se lembra
dele da época em que esteve na Fumaça. Croy, sim, seu nome era Croy. Mas o que
ele estaria fazendo ali, numa festa em Nova Perfeição? E ainda por cima vestido
de agente da Circunstancias Especiais?
Depois dessa visita a
vida borbulhante de Tally vai mudar completamente e ela mal sabe disso quando
decide perseguir Croy e descobrir o que ele havia trazido para ela. A única pista
era: Valentino, 317.
Sobre o que esperar
Esse livro é tão... BORBULHANTE!
Sério, assim real, eu
fiquei muito nervoso com isso. Essa coisa de borbulhante. Eu até pensei em
contar quantas vezes essa palavra é dita durante a narrativa, mas não teve
como. Todo paragrafo tinha um borbulhante incluso.
Mas ainda assim eu me
surpreendi com o livro. De formas positivas e negativas. Achei que a imersão no
mundo perfeito feita pelo autor foi muito bem feita. Principalmente quando
Tally e Zane, seu novo mozão, começam a ver a realidade do mundo perfeito. As
festas, os comentários, as conversas, é tudo tão robótico, programado, que
quando os dois passam a fingir você consegue sentir a tensão em cada ação, a
forma como qualquer deslize posse desmascarar a cura deles.
Acene, sorria e diga “Isso
é tão borbulhante!”. Ser perfeito se resume, basicamente, a isso. E quando os
dois mudam, tomam os comprimidos enviados pela doutora, é perceptível o “destoamento”
– como se essa palavra existisse – das atitudes deles.
O estilo de vida, as “prioridades”,
o constante e sem fim estado de alcoolismo, os costumes, os grupinhos... Meu
deus, Scott Westerfeld realmente ahazou nesse quesito. Ele conseguiu ser bem
original em relação ao mundo que criou.
Mas, eu preciso dizer,
que o meio, da segunda para a terceira parte do livro, na minha opinião, a
história ficou bem difícil de
acompanhar. A escrita ficou monótona, realmente chata e toda aquela coisa de “Reserva
de Estudo” foi, digamos, peculiar. Não esperava isso no enredo, achei muito bem
pensado, mas ao mesmo tempo acredito que ficou bem mal explicado. Além de
estudar, o que mais era feito com as pessoas? De onde elas surgiram? São
sobreviventes do antigo mundo enferrujado? Se não, de onde vieram?
Assim que essa parte
termina, Jesus. Aja coração. Foram as 40 paginas mais rápidas da minha vida. E
eu acho isso ótimo. Mesmo quando parece que a peteca esta caindo, o autor
consegue ir lá, finalizar e começar o final com maestria, tirando o ar de quem
está lendo.
Não sei o que acontece
comigo, mas distopias prendem muito a minha atenção. Não só prendem como me
influenciam muito. Tirando todo o enredo distópico e o mundo devastado por um vírus
que entra em combustão quando se junta a qualquer coisa a base de petróleo, a
história é bem convincente. Confesso que se fosse eu, se me oferecessem aquela
realidade, sustentável, perfeita e tranquila, eu acho que eu iria. Afinal
sempre quis um relógio de pedras preciosas borbulhante que marca as horas de trás
para frente nos meus olhos!
Não, sério, algumas
coisas, como a guerra, o desmatamento, a influência do ser humano na natureza,
a violência, os sentimentos conflitantes – ou seja, nosso extinto animal -, são
bem autoexplicativas. Não como não concordar. Mas a partir do momento que você
tira a capacidade de decisão das pessoas a utopia se torna uma distopia, e nós
sabemos que toda distopia não tem um final feliz para quem está lá em cima.
Não se deixem levar
pelas criticas desse site kkk. A história é muito boa e vale a pena você perder
umas horinhas lendo. Vale bastante a pena!
54/55