30 de junho de 2014

Resenha Cultural - "Gucci - Forever Now"


Bom, não sei á quantas anda o seu conhecimento pelo mundo da moda, mas creio que essa resenha especial pode te agradar.
Aconteceu do dia 29/05 ao dia 22/06 uma exposição no shopping JK Iguatemi, lá em São Paulo, que conta um pouco da história de uma das marcas mais desejadas e famosas do mundo da Moda. Ou seja, Gucci.
Essa grife italiana tão amada por todas as madames e grandes nomes trouxe um pequeno acervo para o Brasil, contando um pouco da história de criação da marca. História essa que é longa, assim como toda marca e toda empresa. Fascinado pela elegância dos hospedes de onde trabalhava em Londres, Guccio Gucci - amei esse nome - volta á sua terra mãe, Itália, e começa seu próprio negócio, voltado para artigos e acessórios para viagem, focando sempre nos seus clientes viajantes internacionais. A diferença de suas malas para as outras? A qualidade e o artesanato único são pontos essenciais para o sucesso da marca ao redor do mundo. No acervo, era possível ver uma das primeiras malas a serem feitas, com a estampa e o design daquela época, além de modelos monumentais e atuais (foto ao lado), que você pode encontrar em uma loja Gucci mais perto de sua casa - soco no ar! 
E é exatamente ai que a gente pensa: "Como algo assim durou tanto tempo e parece mais perfeito que nunca?". Como eu já disse, a qualidade era uma de suas maiores características então obvio que um artigo desses duraria uma vida toda. Mas pode se dizer que as malas não eram o ponto principal da exposição. Sim, foram o começo da carreira de sucesso da marca, o ponta pé inicial, mas nesse acervo em especial, duas coisas me chamaram e muito a atenção. Em primeiro, a tão famosa e idolatrada estampa florida, ou como dizem, "Flora". Pensada especialmente para a Princesa Grace, em 1996, a echarpe com ilustração feita por Vittorio Accornero continha um rica gama de detalhes, que são: Nove buques de flores das quatros estações, frutas, borboletas, libélulas e insetos, com um colorido de tirar o ar de qualquer um. 
Tentem imaginar aqui comigo - isso é só uma dinâmica, se estiverem com preguiça tem uma imagem ai do lado! -, vamos lá, três balcões quadrados, sendo que em dois deles haviam duas echarpes originais, ricas em detalhes e cores, coisa que é dificílimo em uma peça dessas, com orquídeas brancas, todas em pé, logo abaixo do balcão, e atras dos três mostruários um telão gigante, exibindo, talvez um dos comerciais mais simples e cheio de significado que eu já vi. Uma mulher, com um vestido florido em preto e branco - vestido esse que também estava lá, imagem ai para cima - em um campo de flores brancas, sentindo o aroma delas. é como se ela fosse possuída - no bom sentido - pelo perfume. Ela o sente, faz como se o liberasse, ele passa pelo campo de flores e volta pra ela. É simples, é lindo, é GUCCI! Vejam:


Imaginem esse vídeo, em um telão gigantesco... #ArrepiosMultiplos
Essa estampa, a Flora, ficou tão famosa, que virou um ícone de continuidade, sendo reinventada sempre, e a cada nova coleção, novos símbolos são adicionados á rica ilustração que fez a cabeça da Princesa Grace.
A segunda coisa, foram as roupas. Meu Deus, sabe o que é você estar perto de um Terno feito sob
medida para Robert Pattinson, isso mesmo, aquele verde que ele usou na Premiere da Saga "Crepusculo", juro dava até para sentir o cc dele - ouve boatos de que Banho, não é algo que esteja em sua lista de afazeres! - de verdade. Imagem ao lado.
 Sem falar nos vestidos, em sua grande maioria usados por ninguém mais ninguém menos que Blake Lively. A partir de agora, falou em Gucci para mim, falou em Blake Lively.  Haviam mais dois telões, um na parte de vestidos, e eu juro, só da Blake eu vi umas 4 fotos, e outro que mostrava algumas propagandas publicitarias, que adivinhem só, a Blake também estava lá!!!
Vale apena ressaltar aqui, á respeito dos ternos, que todos são feitos sob medida, personalizando assim, algo que deveria ser social e "igual". A tão famosa "Made to Measure", segundo eles próprios isso "É uma forma insuperável do homem Gucci expressar seu estilo". Criando assim silhuetas distintas umas das outras, com caimentos perfeitos e proporções impecáveis, ou seja, certinho do seu tamanho, não coma nada até ter usado ele, se não depois não cabe mais meu querido!
Já no quesito onde a Blake se encaixa, são vestidos feitos para a noite - desenhados por Frida Giannini - pensados especialmente para os tapetes vermelhos da vida - e olha que são muitos. São peças tão exclusivas, que, pasmem, isso era algo que nunca passou pela minha cabeça, na maioria dos casos, as peças são confeccionadas especialmente para a pessoa, exemplo: para a Blake. Ok, ela usa, faz a inveja brotar na xavasca das inimigas ao redor, e depois da festa o vestido é devolvido! Oi? Como? Cuma? Tá de Brinks?! Pior que não gente, eles são devolvidos. Peças feitas artesanalmente, que custam seus rins, pâncreas, pulmão direito AND olho esquerdo, que você usa e dai... Devolve. E eu queria ter dinheiro pra comprar um Kinder Ovo ein!!! Trouxe o comercial, que estava sendo exposto em outro BIG telão, onde a Blake, mostra que nem mesmo as intrigas criadas pela Gossip Girl puderam acabar com o seu glamour. Veja: 


É ou não é para se cortar de paixão por essa perfeição em forma de loira?! Eu parei, a moça foi explicando as outras coisas, o grupo foi indo e eu não consegui tirar os olhos dela. Gente... Sem palavras aqui! Vejam logo ao lado uma imagem exclusiva... Do telão onde o comercial estava sendo exibido. Sem duvidas, o ícone máximo da marca é a Bendita bolsa Bamboo, datada lá de 1947, quando os artesãos florentinos da marca inventaram uma solução criativa para o racionamento de materiais que acontecia no período de guerras, ou seja, os artesãos introduziram o bambu - isso mesmo, aquele bamboo que você, simples dona de casa, usa para levantar o varal de secar roupa no seu quintal de terra, enquanto seus filhos jogam bola na lama e você agradece por ter OMO na sua casa - como uma alça de bolsa - aquecido e moldado em semicírculo. 
Inspirada nas curvas de uma sela de cavalo, a forma estruturada e feminina ganhou reconhecimento, como triunfo do trabalho artesanal florentino que rapidamente transcendeu o tempo com seu inegável glamour. Enquanto o modelo original foi uma bolsa de couro de porco - gente, que que é isso, povo comprava bolsa de coro de porco - , nos anos 50 e 60 inúmeras variações entraram em produção e agraciaram as mãos da realeza e divas do cinema – marcando o destino da bolsa como um design icônico e exclusivo da Gucci. Bolsa era o que mais se via no espaço todo, são realmente um marco da marca - ó, rimou! Até nas paredes haviam bolsas penduradas. Nossa "guia" na exposição até chegou a comentar a similaridade com a sela de cavalo, e o mais engraçado é que, passaram duas senhoras conversando atrás do nosso grupo e uma delas disse "Isso é verdade, eu penso em Gucci, e me lembro de cavalos, não tem como não associar!", pelo que eu entendi, o filho dela a presenteou com uma dessas. Quem tem dinheiro é outro nível não é! Vejam algumas bolsas do acervo:



Acho legal comentar dos sapatos também, não é uma parte que eu goste muito, mas estamos dando um pequeno passeio pelos marcos históricos da marca, e pular a parte em que Algo expande os negócios da família e incorpora uma linha de calçados em 1953 seria um pecado. Calçados esse que, assim como as bolsas Bamboo, também faziam relação com o mundo equestre - com seus detalhes em metal - e que passaram a estar presentes no dia a dia da High Society de Hollywood, levando assim a ascensão da coleção feminina de altos altos, se tornando permanente em 1985. E sabem o que é mais engraçado em todos esses marcos e lançamentos?
Para um pouquinho de fazer a unha do pé ai e presta a atenção aqui no titio... Sabe qual é o segredo de sucesso da marca, além da qualidade, estilo único, materiais de primeira linha, nome, status quo e etc?
Esse tipo de marca, que pega uma linha mais alta da sociedade, é extremamente enraizada  numa ideologia do original, ou seja, algo que era produzido á 50 anos atras, é produzido hoje e é consumido de uma forma incrível. Esse público, conservador e tradicional, talvez até mesmo clássico, gosta é disso, deste design antigo, misturado com elementos atuais que em toda coleção se modifica. Esse é o segredo. Eles sabem quem é o seu público alvo, e sabem o que faz sucesso. Tradição e Modernidade juntas em peças que fazem as pessoas pirarem. Sem falar que nenhuma peça é igual a outra, o bom do artesanal é isso, são todas únicas e exclusivas. Trouxe mais algumas fotos para vocês darem uma olhada:




E só para fechar, o que é aquele shopping gente? veja só: Dolce&Gabanna, Gucci, Prada, Calvin Klein, Louis Vuitton, Lanvin, Tod's, Burberry, Diane van Furstenberg, Victor Hugo, Carmen Steffens, Emporio Armani, Coach, Ricardo Almeida, Vilebrequin, Nespresso, Ermenegildo Zegna, VR, Tommy, Tiffany&CO, Christian Louboutin, Osklen, Zara, Sephora, JOHN&JOHN - QUASE MORRI -, Vivara, Carmim, Rolex, Apple... 
Respirou fundo? Tá sem ar? Sabe o que é você olhar e uma vitrine, e ver uma loja cheia de lustres perfeitos, o chão brilha, as paredes brilham, os balcões brilham, até a remela na cara da vendedora brilha, dai você volta o olhar para a peça na vitrine, uma perfeição em forma de vestido, e então você vê o preço... Tem um AVC, contrai um câncer, e morre, encontra Jesus e pergunta: "Porque Senhor?"... Sabe qual era a bagatela? Somente, basicamente, coisa pouca... Oitenta Mil Reais - to dando uma de Alasca agora, coloco letra maiúscula no meio mesmo, por que a ocasião pede! -, 80.000,00 R$... Para que uma casa? Para que um carro do ano? Viajem em volta do mundo, pufff, bobeira... #PARTIU gastar 80.000,00 em um vestido, que se você tiver sorte, pode usar e guardar ele para você tá, não precisa devolver, mas ó, só desta vez tá, da próxima devolve, que isso não te pertence, e daqui a pouco vira suruba! "Ah mas eu paguei 80.000,00 R$!"... Não interessa palhaça, to falando que é pra devolver, é pra devolver. O shopping é incrível gente, você já vê que é incrível a se começar pelo fato de que não tem McDonald's, você já sente o nível subir. Foi incrível. Me senti pobre, mas to feliz. Pra não dizer que não comprei nada lá, eu e meus amigos comemos os famosos Macarons, na loja Ladurée - imagem ao lado - aqueles doces coloridos que parecem um hambúrguer sabe?! Engraçado, é doce, parece hambúrguer e tem nome de macarrão. Vai entender!

Bom, se você leu até aqui, parabéns. Acho que por hoje é só. Amanha eu trago mais uma supresinha pra vocês ok!

Um comentário:

  1. Tentando definir o que foi melhor: a exposição em si ou sua resenha que -plmdds- explicou direitinho!,
    bj! Milena

    ResponderExcluir

Faça o login usando sua conta do Twitter, Facebook ou Blogger e comente ;)