14 de julho de 2014

Resenha - Reconstruindo Amélia

Cuidado, contém alguns GRANDES SPOILERS!!!
Nome: Reconstruindo Amélia
Autor: Kimberly McCreight
Editora: Arqueiro
Ano: 2014
ISBN: 9788580412857
Skoob: Livro

Sinopse: "Kate Baron, uma bem-sucedida advogada, está no meio de uma das reuniões mais importantes de sua carreira quando recebe um telefonema. Sua filha, Amelia, foi suspensa por três dias do Grace Hall, o exclusivo colégio particular onde estuda. Como isso foi acontecer? O que sua sensata e inteligente filha de 15 anos poderia ter feito de errado para merecer a punição?
Sua incredulidade, no entanto, vai aos poucos se transformando em pavor ao deparar, no caminho para o colégio, com um carro de bombeiros, uma dúzia de policiais e uma ambulância com as luzes desligadas e portas fechadas.
Amelia está morta.
Aparentemente incapaz de lidar com a suspensão, a garota subiu no telhado e se jogou. O atraso de Kate para chegar a Grace Hall foi tempo suficiente para o suicídio. Pelo menos essa é a versão do colégio e da polícia.
Em choque, Kate tenta compreender por que Amelia decidiu pôr fim à própria vida. Por tantos anos, as duas sempre estiveram unidas para enfrentar qualquer problema. Por que aquele ato impulsivo agora?
Suas convicções sobre a tragédia e a própria filha estão prestes a mudar quando, pouco tempo depois do funeral, ela recebe uma mensagem de texto no celular:
Amelia não pulou.
Alternando a história de Kate com registros do blog, e-mails e posts no Fa­cebook da filha, Reconstruindo Amelia é um thriller empolgante que vai surpreender o leitor até a última página."

***

"- E, Amélia... Estou falando sério quanto a ter cuidado. Ás vezes é difícil perceber a velocidade da corrente até você se ver no topo de uma cachoeira."

Ok, estou de queixo caído com a escrita da Kimberly - parada básica e dramática para ver a foto dela no fim do livro, e ter um imagem mental de quem eu quero ser quando crescer, porque POR FAVOR! –, eu nem mesmo sei como começar essa resenha, e já digo logo de cara, que ela será um NADA, se comparada a toda complexidade e trama do livro.
Estou extasiado em como a autora conseguiu montar um quebra cabeças tão incrível assim. Vamos pelo começo, que é uma introdução básica da trama, e depois eu dou meus pontos de vista. Fica mais fácil assim.
Amélia Baron, uma adolescente linda, inteligente, com os olhos mais incríveis da cidade – graças á uma “falha genética raríssima” chamada Waardenburg, Amélia tinha um olho castanho e o outro azul – morava na parte nobre do Brooklin com sua mãe, Kate. Sempre foi apenas as duas. Amélia não conhecia seu pai. Na verdade era mais Amélia sozinha, do que com sua mãe.
Kate era uma advogada muito bem sucedida que trabalhava em uma empresa chamada “Slone & Thayer”, e nesses últimos, meses mais do que nunca, sua vida era um caos. Saia de manha bem cedinho e voltava sempre depois da meia noite.
Segundo Kate, Amélia estava entrando naquela fase chata da vida, a adolescência. E por isso estava tão diferente ultimamente. Deu até para perguntar quem era, de verdade – já que não acreditava nas histórias da mãe sobre como Amélia foi concebida -, seu pai. Certa manha, as duas até tiveram um pequeno desentendimento sobre ir passar um semestre em Paris. Mas Kate não sabia da missa um terço.
Bem em um dos dias mais importantes para Kate na firma, onde ela tentava fechar um acordo com um grande cliente, ela recebe um telefonema da escola, Grace Hall, onde sua filha estudava. Segundo a inspetora, Amélia plagiou um trabalho, o que era um grande delito na escola, e por isso havia sido suspensa por três dias, começando por aquele exato momento. Kate ao ouvir isso ficou incrédula. Amélia era incrível, inteligente, nunca faria isso, A aula em si, era básica demais para ela, que já estava em um nível muito mais avançado e essa acusação era infundada, pensava Kate. De inicio ela disse que demoraria 20 minutos para chegar á escola. Ela trabalhava em Manhattan, e realmente era rápido. Mas acabou demorando quase uma hora e vinte por causa do trânsito.
Ao chegar na porta da escola, Kate presenciou uma aglomeração. Chegou ao portão, e um policial logo a interceptou. Ela explicou o que estava fazendo ali á ele, e logo a noticia veio: “A sua filha, Amélia... Ela caiu do telhado, Sra. Baron. Ela... Infelizmente não sobreviveu á queda. Lamento, senhora, mas sua filha, Amélia, faleceu.”.
Kate perdeu, a partir desse momento, o chão. Sua filha era tudo o que tinha. Era sua melhor amiga. Sua confidente.
Uma investigação foi feita – e muito mal feita que se diga de passagem -, Kate estava tão abalada e com “medo” do policial encarregado, aquele bosta daquele Molina, que nem fez muitas perguntas. Aparentemente em um ataque, Amélia havia se suicidado. Nenhum adeus, nenhuma explicação. Apenas uma frase na parece do telhado, “Perdão” era o que a frase dizia.
Mais de um mês se passou, e Kate já não aguentava mais ficar em casa. Ela poderia ficar mais alguns meses se recuperando do trauma, mas ficar em casa era pior. Pelo menos no trabalho algo, que não fosse Amélia, ocuparia sua mente. Mas nem tudo é colorido na vida. No seu primeiro dia de trabalho, uma mensagem anônima chega em seu celular. “Amélia não pulou. Você e eu sabemos disso” dizia a frase. E é a partir daí, meus queridos, que toda a magia começa a acontecer!

“Eu tinha escolhido prender o Sr. Zaritski á cadeira porque ele merecia ser ridicularizado. O trote seguinte – uma maçaneta com vaselina – deveria ser aplicado em um administrador. Eu já tinha planejado quem e quando. E a Sr. Pearl merecia ficar com a mão besuntada tanto quando o Sr Zaritski merecia ter a bolsa presa.”

Não é segredo para ninguém que narrativas longas e beeeeem detalhadas me tiram do sério, e eu achei que isso ia rolar com esse livro - ate criei antipatia a respeito dessa imitação de Gossip Girl que rola - mas, gente, da pagina 30 para a frente eu grudei nesse livro de um jeito que foi sobrenatural. Fiz até a burrada de leu uma frase do fim, faltavam 30 paginas para eu terminar, e essa frase, resumia a trama inteira da história, acabei me odiando e fiquei até as 4 da manha terminando o livro.
 Gosto do tom meio ácido e taxativo  nas narrativas da Amélia, essa coisa dramática da Kate é meio chato no começo. Tente entender, ela recebe a mensagem, para e pensa melhor. “Hey, minha filha não se mataria por isso” e BUM. Começa a correr atrás da verdade. Fala com o detetive responsável, que ainda é antipático, e pede que eles façam um teste para provar que aquela palavra escrita no telhado, era de Amélia, se a caligráfica batia. Para a surpresa dela, Molina acaba se demitindo para ir trabalhar em um firma particular. E  a partir daí um ANJO chamado Lew entra na vida de Kate. E nesse ponto, as narrativas de Kate passam a ser melhores que as da Amélia.

Nos primeiros dias de leitura, eu olhava para o livro e falava, "Ain que preguiça", mas o livro me puxou de tal jeito que ficou impossível parar de ler. É uma investigação, misturada com o cotidiano de uma garota de colegial que tira o seu ar de tão bem feita. A narrativa tem o time mais perfeito que eu já vi. Todos os personagem tem personalidade - o que é difícil na maioria dos livros - e a cada capitulo, é um AVC que você ganha com as revelações! Meu deus, alguém produz um FILME desse livro que eu vou na pré-estreia andar pelo tapete vermelho!!!
Kate, passa a ajudar na investigação, e recolhe tudo que pode. Manda imprimir as mensagens de texto, e-mails, seus cadernos e Lew fica responsável pelas redes sociais de Amélia. Facebook, Twitter, Blog... Me perguntava o por que o nome do livro era esse, e chorei no fim quando entendi o porquê. Kate tinha uma visão de sua filha. Aquela menina perfeita, responsável, e acima de tudo adulta. Mas a partir do momento em que ela passar a investigar a vida de Amélia online, e a ler suas mensagens e conversas, Kate acaba vendo que sua rotina pesada no trabalho a estava distanciando de Amélia. Ela não conhecia aquela menina que estava ali, nas folhas e nas redes.
A estrutura é incrível. Temos as narrativas de Kate, onde você entende de forma perfeccionista e muito bem montada o desenrolar das investigações. Seguindo essa mesma linha do tempo, temos as narrativas de Amélia, que mostram a realidade da situação em que a narrativa de Kate propôs, voltando sempre no dia em que aquilo aconteceu. Temos também o GrAcIoSaMENTE, um blog á lá Gossip Girl, que conta os podres dos colegas de escola, e também somos surpreendidos com as conversas por mensagem de texto da Amélia, e por seus posts no Facebook.
Sabe por que amei tanto esse livro? Por que ele é bom do começo ao fim.Os personagens, acima de tudo, tem uma personalidade incrível, eu podia montar os personagens em minha mente. Zadie, Dylan, Sylvia, Ben, Lew, Adele, era como se eu os conhecesse. E não se prendam á “Quem foi o culpado”. Nesse livro, eu vibrei  – desculpe pelo palavreado – pra caralho com o desfecho da trama. Não existe um culpado, e sim um conjunto de fatos, ações e situações, que levaram Amélia ao ponto em que ela chegou. Kate é tão culpada quando Sylvia, assim como Zadie é tão culpada quando Adele, e Jeremy e Ben, e Daniel, e Dylan, e Ian, e Phillip e por assim vai. Foi o conjunto de tudo que fez com que Amélia chegasse á aquele momento. Se atentem aos detalhes, ás cenas em que você dá menos atenção. Tudo se encaixa perfeitamente.
Esse livro me abriu os olhos de uma forma que eu não consigo nem me expressar direito. Amélia ganha duas versões. O que ela conta, ou seja, a verdade, os fatos concretos, e a que sua mãe monta a partir de suas redes sociais e mensagens. É por essa genialidade que eu estou nesse momento batendo palmas em pé no meu quarto que nem um retardado.
Gente, leiam esse livro, NEM que isso seja a ultima coisa que vocês farão pelo resto de suas vidas! Vale e muito a pena! Agradeço á Editora Arqueiro, pela oportunidade de ler.
De forma alguma levem em comparação a minha resenha com a grandiosidade do livro. Vocês vão se surpreender com a perfeição.

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