17 de agosto de 2015

Resenha - Se Eu Morrer

Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "Se eu morrer"
Autor: Amy Plum
Editora: Farol Literário
ISBN: 9788582770573
Ano: 2015
Páginas: 512
Skoob: Livro
Estrelas: 5

Sinopse: "Depois de um longo tempo de espera para se encontrarem, Kate e Vincent veem desmoronar a perspectiva de enfim ficarem juntos. Ao serem traídos por alguém em quem achavam que podiam confiar, Kate perde Vincent. Agora o inimigo está determinado a controlar os imortais da França e até a iniciar uma guerra para conseguir o que quer. Mas Kate não desiste, ela sabe que Vincent está em algum lugar e fará qualquer coisa para salvá-lo".


***

“Ele terá poderes anteriores de percepção, persuasão e comunicação, e níveis sobrenaturais de tolerância e força. Sua aura brilhará como uma estrela em chamas. Ele conduzirá sua gente à vitória contra os numa e eles serão derrotados”.

Amy Plum nasceu em 1967, em Portland, Oregon , e cresceu em Birmingham, Alabama. Depois de receber um diploma de bacharel em Psicologia pela Wheaton College, em Illinois, ela passou a viver em Paris, Londres e Nova York, antes de se estabelecer na França. Plum é uma famosa escritora de ficção,  e ficou conhecida no mundo todo por sua trilogia “Morra Por Mim”, que já foi traduzida para mais de 11 idiomas. Essa semana falaremos um pouco de seu último livro, o desfecho de Kate e Vincent, “Se Eu Morrer”.

“Um Homem de argila é apenas barro, até que seu irmão verta sangue. O alento humano vai animá-lo, as cinzas do próprio morto recriá-lo. Quando esses elementos se combinarem, as chamas frias entrelaçarão, espirito e forma inanimada para a alma errante renascer”.

Depois daquele final horrível de “Até que eu morra”, em que o corpo de Vincent é queimado por Violette e Kate fica desolada assim como nós leitores também ficamos por um longo ano esperando até próximo livro chegar, em “Se eu morrer” as esperanças voltam à tona.
Ainda sofrendo pela perda de Vincent na ponte, Kate escuta sua voz novamente, um sussurro. É aí que ela descobre que ele está volant. Ele conta para ela quais são os planos de Violette, ou seja, queimar seu corpo e deixa-lo como uma alma errante até que um antigo ritual seja feito para que o espírito de Vincent, o até então Defensor dos Bardia, seja ligado ao dela, para que assim sua força e poder sejam transferidos.
Mesmo que eles corressem até onde Violette estava, já seria tarde demais, Vicent já não tinha mais chances. Ou é o que todos acreditavam. Quando Vincent desaparece todos acreditam então que esse talvez seja o fim. Violette agora tinha os poderes do Defensor e nada mais poderia ser feito. Entre muitas conversas familiares, pois sim, os avós de Kate acabam descobrindo toda a verdade, Kate decide buscar suas próprias alternativas. Vincent não pode ficar preso á Violette por toda a eternidade
 Ela liga para Bran, o curandeiro guérisseurs cuja a mãe havia sido morta depois de ajudar os revenants, no segundo volume, e deixa um recado, pedindo que ele retorne a ligação. No dia seguinte ela, assim que acorda, percebe que há uma ligação perdida dele e decide ir, junto com sua nova escudeira, sua irmã Georgia, até o antigo mercado de pulgas para ver se o encontrava.
Ao chegar lá, Kate e Georgia se deparam com a loja aberta, sozinha e com um barulho estranho no subsolo. Elas descem por um lance de escada, onde seria o depósito da loja exotérica de Bran, e se deparam com o filho da guérisseurs preso em uma cadeira, todo machucado. Numas. Eles o prenderam ali por algum motivo. As duas o soltam e nesse mesmo momento a voz de Violette é escutada na parte de cima da loja. Ela estava ali pois queria Bran. Os três fogem por uma antiga saída para os esgotos de paris e correm, fugindo de onde os Numa estavam. Vincent então aparece e além de mandar que eles corram, pois Violette estava perto e furiosa com o sumiço de Bran, conta para Kate que a ligação de espirito deu certo... Mas ele não é o Defensor.
Arthur então liga para Georgia, para ver como ela estava, e Kate aproveita para pedir socorro. Além de ter salvo a vida de Bran, elas também haviam salvado a vida de Vincent e nem faziam ideia disso. Já em La Masion, enquanto Bran descansa, eles descobrem o porquê Violette queria tanto o curandeiro. O ritual deu errado e ela achava que ele poderia saber o porquê, mas era tudo simples demais, Vincent não era o Defensor, por isso nada deu certo.
Violette decide então liberar o espirito volant de Vincent para que ele, junto de sua estirpe, descubra o que deu errado, antes que ela o puxe de volta. Agora eles tinham três dias para descobrir como separar o espírito de Vincent do controle de Violette, mas nem imaginam que algo maior acontecerá.

“- Se eu morrer... – começo
Vincent me corta.
- Pare, Kate. [...] O que quer que aconteça, saiba que vou amá-la para sempre!”

Continuo afirmando o que venho dizendo desde o primeiro volume: Essa trilogia é a trilogia mais original que eu já vi. É visível a evolução na escrita de Amy Plum. As cenas, as falas, tudo fica muito mais envolvente, mais intenso, e lógico, o enredo ajuda e muito nisso. Somos jogados em uma imersão de histórias e antigos rituais. Vemos vir à tona segredos já esquecidos por todos os antepassados. Kate se agarra em sua única esperança: um ritual conhecido como recorporificação. Ritual esse que promete não só desligar o controle de Violette sobre o espírito de Vincent, mas também trazer Vincent e seu corpo de volta, mas tem um porém: Ninguém sabe como funciona, como acontece nem como se faz.
Eu acho maravilhoso a forma como Plum cria uma trama histórica, enveredando por entre a história da humanidade, trazendo veracidade e  sentido a todo passado dos bardia. Sempre trazendo consigo uma bagagem muito, muito artística e cultural, Amy Plum sem dúvida alguma terminou sua trilogia da melhor forma possível e imaginável.
Confesso que, eu captei o que aconteceria sempre antes de acontecer, como por exemplo, o porque o ritual não deu certo da primeira vez em que elas tentam, no subsolo do MET, e também quem era o Defensor – assim que eu li o que os textos antigos diziam eu descobri quem era -... Mas ainda assim amei essa leitura, é o tipo de livro que você fica o dia todo lendo e quando viu já se passaram mais 300 páginas.
Georgia ganha mais espaço no enredo também, tornando-se mais próxima aos revenents graças ao seu amor por Arthur. Podemos dizer que ela caba se tornando a nova Kate, enquanto a Kate se torna...
Eu já havia pensado que o final poderia ser esse. Isso ficou ainda mais forte em minha mente quando eu vi a forma como Bran tratava e olhava Kate. Mas confesso que não achei que seria tão perfeito. Comecei a ler essa serie do nada, sabe? Gostei da capa, comprei e falei, “ah, vou dar uma chance”, e acabou que me apaixonei! Estamos tão entulhados de modinhas literárias, que quando pegamos livros como esse, saboreamos tão rápido que ele acaba num piscar de olhos. A autora sabe como fazer suspense, sabe como prender a nossa atenção, sabe como fuder com o nosso emocional - e isso acontece várias e várias vezes durante o livro -, sabe como nos fazer rir, nos fazer prestar a atenção. Eu achei muito incrível a forma como ela criou a trama, o pensamento expandido que ela deu a tudo. Os pequenos detalhes são o diferencial.
Louis, para mim, é a grande estrela. Vocês se lembram de Bree Tanner, da Stephanie Meyer? Então, Louis é uma Bree Tanner da vida. Kate, depois de umas coisas que rolam lá, percebe que ele, um numa recém-criado, tem pontos dourados no meio de sua aura vermelha e lhe dá uma chance, enquanto todos dizem que não existe forma de um numa virar um revenent. Mas Violette se tornou uma numa, não se tornou? Então.
Um livro espetacular. Se tiverem a oportunidade de ler a trilogia, façam isso, não se arrependerão. No início você vai achar estranho e se perguntar qual erva ruim essa autora está usando, mas, quando você passar a entender a complexidade da trilogia e a forma como tudo se entrelaça... Há’ meus queridos, você não vai conseguir parar de ler!
29/50

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