22 de setembro de 2014

Resenha - Garoto Encontra Garoto

Se você não tem uma mente aberta, essa resenha pode não le agradar... E ah, contém alguns Spoilers!!!

Livro: "Garoto encontra Garoto"
Autor: David *Fucking* Levithan
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501047779
Ano: 2014
Páginas: 240
Skoob: Livro
Estrelas: 1.0000000


Sinopse: "Nesta mais que uma comédia romântica, Paul estuda em uma escola nada convencional. Líderes de torcida andam de moto, a rainha do baile é uma quarterback drag-queen, e a aliança entre gays e héteros ajudou os garotos héteros a aprenderem a dançar. Paul conhece Noah, o cara dos seus sonhos, mas estraga tudo de forma espetacular. E agora precisa vencer alguns desafios antes de reconquistá-lo: ajudar seu melhor amigo a lidar com os pais ultrarreligiosos que desaprovam sua orientação sexual, lidar com o fato de a sua melhor amiga estar namorando o maior babaca da escola... E, enfim, acreditar no amor o bastante para recuperar Noah!"

***

“PAUL É GAY SEM A MENOS SOMBRA DE DÚVIDA E TEM UMA BOA NOÇÃO DE SI MESMO!”

Paul, Joni e Tony são melhores amigos. – escrevi essa frase e fiquei horas parado, pensando em como prosseguir. Esse livro não é como qualquer outro, então essa resenha vai ser diferente das outras também.
David Levithan já havia me surpreendido com o livro “Todo Dia” onde insinua que A, pode ser um garoto, ou uma garota e que o sexo dele(a) não interfere em seu gosto... Em “Garoto encontra Garoto” ele joga na cara da sociedade, uma realidade, que não é realidade, mas que deveria ser. Paul e Joni moram em uma cidade de mente aberta, estudam em uma escola onde o quarteback também é a rainha do baile, onde heterossexuais convivem em plena e comum harmonia com os homossexuais e até mesmo, em suma maioria, ficam no limite tênue entre uma coisa e outra. Mas nem tudo nessa história é flores, para representar as minorias – que na realidade são a maioria – temos Tony, que a pouco tempo se assumiu para seus pais, o que não foi nem um pouco bom, já que estamos falando de evangélicos que levam a história de “Perder a alma” muito á serio.

“... – Acreditam de verdade que, se eu não virar hétero, vou perder a alma. Não é só que eles não me querem beijando outros caras; eles acham que, se eu fizer isso, serei condenado. Condenado, Paul. E sei que isso não significa nada pra você. Não significa nadinha para mim. Mas, para eles, é tudo.”

Os três acabam saindo certa noite para ir até uma apresentação de seu colega Zeke, que iria cantar em uma livraria. Como de praxe, eles encenam um debate sobre uma passagem da Bíblia para os pais de Tony, fazendo assim com que eles achem que Paul e Joni são namorados, e que eles estão indo para alguma espécie de grupo juvenil de oração, liberando finalmente Tony para sair.

"Sei que Joni nos trouxe aqui por que às vezes você precisa dançar como um doido na seção de auto ajuda da sua livraria local."

E é nesse local que Paul encontra o garoto perfeito. Noah. Ele sem querer esbarra em alguns livros enquanto dança, e Noah se aproxima e ajuda a pegar, perguntando se ele iria comprá-los. Eis que Paul descobre que Noah é novo na cidade, que estuda na sua escola e que é o amor de sua vida.
No dia seguinte, não dá outra, Paul sem querer acaba mobilizando seus amigos para ajudar a encontrá-lo. Eles acabam se encontrando na arquibancada durante uma espécie de apresentação de boas vinda. Noah abre um grande sorriso ao ver Paul. Paul derrete por dentro... E assim David Levithan levou um dia e meio da minha vida. Eu simplesmente não consegui parar de ler. Quando dei por mim, estava na página 100. E ainda queria mais.
Aprecio demais cada livro do Levithan por causa da simplicidade, alegria e sentimentalismo que ele expressa de uma forma risonha e engraçada. Se parece e muito com John Green. Com comentários ácidos e irônicos. Uma coisa bem juvenil mesmo, sabe, o tipo de conversa que se tem em colégios, na hora do intervalo. Sem falar que a forma com que ele expressa os sentimentos de Paul é incrível.
Dica: Leia o livro ouvindo Zeski do Tiago Iorc. Talvez seja a trilha sonora perfeita para o livro.
Esqueça os preconceitos. Eles não tem lugar nesse livro.
O que realmente importa? O sentimento. As ações. Os pequenos gestos. Paul, segundo sua professora do primário, sempre soube que era diferente, que era gay, e ele entendia sua condição. Seus pais desde sempre souberam, seu irmão mais velho também. E nada mudou. Paul era seguro de si, pois sua família nunca ligou para isso. Suas escolhas não te tornam pior, não te diferem de ninguém. Somos diferentes, pensamos diferente, e ser diferente nos torna iguais.
Paul tinha sorte, pois sua vida nesse sentido era fácil. Diferente da vida de Tony e Kyle – ex namorado de Paul, que passa por sérias crises de personalidade. Ele namorou Paul, o deixou de uma forma horrível, e virou hétero. Mas o jogo se vira, e Kyle acaba percebendo que gostava das duas coisas, garotos e garotas, mais que nesse momento, pensando em suas atitudes, ele amava mesmo era o Paul. Mas Paul ama Noah agora – mas ainda assim existe uma parte dele que ainda ama Kyle... E é por conta disso que as coisas ficam ruins...
Somo agraciados com Infinite Darlene, com Ted, Jay, Trilby, Chuck... E muitos outros personagens que você lê e pensa, “meu, por que eles não são de verdade?”. Joni se desgarra do caminho certo, acaba parando de falar com Paul por causa de seu novo namorado, ela muda completamente.  Mas Infinite Darlene vai ganhar lugar no seu coração. Um quarterback de 1,90, vestindo saia, uma maquiagem impecável, peito com enchimento... E ainda por cima era desejada por muitos colegas do time... 

Estou ouvindo “It’s a Fluke” do Tiago Iorc, estou quase tendo uma sincope mas vou terminar meu relato a respeito do Livro.
Não espere um final perfeito. Na verdade tenho visto algumas coisas, e entendi que, um final perfeito, hoje já não existe mais. Somos obrigados a, a partir de nossa imaginação, ver o que seria melhor para os personagens. Não que o fim seja vago, vai por mim, quando acabar, você não vai acreditar que acabou. É uma cena tão linda, tão terna, efêmera... Traz na bagagem uma mensagem tão linda, que se David Levithan estivesse concorrendo ao cargo de novo Deus, eu votaria nele e organizaria toda a sua campanha brasileira! – comentário retirado e adaptado do livro.
Não perca tempo. Faça que nem eu, engula, absorva, leve esse livro consigo para todos os lugares. Essa perfeição a gente não encontra em qualquer lugar.

Dica2: Preste a atenção no passo a passo que Paul faz para reconquistar Noah. Todo o sentido do universo se encontra ali. É muito amor, para tão poucas páginas!

Estou apaixonado!

3 comentários:

  1. Wow q resenha perfeita ...
    Me deixou pirado pra ler esse livro kkk
    Mas se eu chegar com um livro desse em casa ... me esfolam kkk e ainda queimam a benção do livro kkk haha
    Tudo de bom ^^ Gostei
    ~ Matt the King ~ http://matthous.blogspot.com/

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  2. "Se David Levithan estivesse concorrendo ao cargo de novo Deus, eu votaria nele e organizaria toda a sua campanha brasileira!" SIM!!!!!!! Eu juro, um dos primeiros comentários que fiz à respeito do livro foi "David Levithan é meu novo deus" hahhaha. Adorei a resenha, me identifiquei muito com os seus sentimentos rs. Não sei o que é mais especial no livro, a comunidade acolhedora na qual os personagens vivem ou a Infinite Darlene por si só que é minha deusa ♡
    Beijo! http://kissingbooks.blogspot.com.br/

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  3. Eu amei sua resenha, me fez realmente voltar atrás e relembrar os fatos que eu tinha lido. Adorei!
    A propósito, tenho uma história no Wattpad com essa temática também... acho a abordagem desse tema super pertinente! ^.^ Mais atual não há, então parabéns ^.~

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