Se você não tem uma mente aberta, essa resenha pode não le agradar... E ah, contém alguns Spoilers!!!
Livro: "Garoto encontra Garoto"
Autor: David *Fucking* LevithanEditora: Galera Record
ISBN: 9788501047779
Ano: 2014
Páginas: 240
Skoob: Livro
Estrelas: 1.0000000
Sinopse: "Nesta mais que uma comédia romântica, Paul estuda em uma escola nada convencional. Líderes de torcida andam de moto, a rainha do baile é uma quarterback drag-queen, e a aliança entre gays e héteros ajudou os garotos héteros a aprenderem a dançar. Paul conhece Noah, o cara dos seus sonhos, mas estraga tudo de forma espetacular. E agora precisa vencer alguns desafios antes de reconquistá-lo: ajudar seu melhor amigo a lidar com os pais ultrarreligiosos que desaprovam sua orientação sexual, lidar com o fato de a sua melhor amiga estar namorando o maior babaca da escola... E, enfim, acreditar no amor o bastante para recuperar Noah!"
***
“PAUL É GAY SEM A MENOS
SOMBRA DE DÚVIDA E TEM UMA BOA NOÇÃO DE SI MESMO!”
Paul, Joni e Tony são
melhores amigos. – escrevi essa frase e fiquei horas parado, pensando em como
prosseguir. Esse livro não é como qualquer outro, então essa resenha vai ser
diferente das outras também.
David Levithan já havia
me surpreendido com o livro “Todo Dia” onde insinua que A, pode ser um garoto,
ou uma garota e que o sexo dele(a) não interfere em seu gosto... Em “Garoto
encontra Garoto” ele joga na cara da sociedade, uma realidade, que não é
realidade, mas que deveria ser. Paul e Joni moram em uma cidade de mente aberta,
estudam em uma escola onde o quarteback também é a rainha do baile, onde heterossexuais
convivem em plena e comum harmonia com os homossexuais e até mesmo, em suma maioria, ficam no limite tênue entre uma coisa e outra. Mas nem tudo nessa história é
flores, para representar as minorias – que na realidade são a maioria – temos Tony,
que a pouco tempo se assumiu para seus pais, o que não foi nem um pouco bom, já
que estamos falando de evangélicos que levam a história de “Perder a alma”
muito á serio.
“... – Acreditam de
verdade que, se eu não virar hétero, vou perder a alma. Não é só que eles não
me querem beijando outros caras; eles acham que, se eu fizer isso, serei
condenado. Condenado, Paul. E sei que isso não significa nada pra você. Não
significa nadinha para mim. Mas, para eles, é tudo.”
Os três acabam saindo
certa noite para ir até uma apresentação de seu colega Zeke, que iria cantar em
uma livraria. Como de praxe, eles encenam um debate sobre uma passagem da Bíblia
para os pais de Tony, fazendo assim com que eles achem que Paul e Joni são
namorados, e que eles estão indo para alguma espécie de grupo juvenil de
oração, liberando finalmente Tony para sair.
"Sei que Joni nos
trouxe aqui por que às vezes você precisa dançar como um doido na seção de auto
ajuda da sua livraria local."
E é nesse local que Paul
encontra o garoto perfeito. Noah. Ele sem querer esbarra em alguns livros
enquanto dança, e Noah se aproxima e ajuda a pegar, perguntando se ele iria
comprá-los. Eis que Paul descobre que Noah é novo na cidade, que estuda na sua escola
e que é o amor de sua vida.
No dia seguinte, não dá
outra, Paul sem querer acaba mobilizando seus amigos para ajudar a encontrá-lo.
Eles acabam se encontrando na arquibancada durante uma espécie de apresentação
de boas vinda. Noah abre um grande sorriso ao ver Paul. Paul derrete por
dentro... E assim David Levithan levou um dia e meio da minha vida. Eu simplesmente não
consegui parar de ler. Quando dei por mim, estava na página 100. E ainda queria
mais.
Aprecio demais cada
livro do Levithan por causa da simplicidade, alegria e sentimentalismo que ele
expressa de uma forma risonha e engraçada. Se parece e muito com John Green. Com
comentários ácidos e irônicos. Uma coisa bem juvenil mesmo, sabe, o tipo de
conversa que se tem em colégios, na hora do intervalo. Sem falar que a forma
com que ele expressa os sentimentos de Paul é incrível.
Dica: Leia o livro
ouvindo Zeski do Tiago Iorc. Talvez seja a trilha sonora perfeita para o livro.
Esqueça os preconceitos.
Eles não tem lugar nesse livro.
O que realmente importa?
O sentimento. As ações. Os pequenos gestos. Paul, segundo sua professora do primário,
sempre soube que era diferente, que era gay, e ele entendia sua condição. Seus
pais desde sempre souberam, seu irmão mais velho também. E nada mudou. Paul era
seguro de si, pois sua família nunca ligou para isso. Suas escolhas não te
tornam pior, não te diferem de ninguém. Somos diferentes, pensamos diferente, e
ser diferente nos torna iguais.
Paul tinha sorte, pois sua vida nesse sentido
era fácil. Diferente da vida de Tony e Kyle – ex namorado de Paul, que passa
por sérias crises de personalidade. Ele namorou Paul, o deixou de uma forma horrível,
e virou hétero. Mas o jogo se vira, e Kyle acaba percebendo que gostava das
duas coisas, garotos e garotas, mais que nesse momento, pensando em suas
atitudes, ele amava mesmo era o Paul. Mas Paul ama Noah agora – mas ainda assim
existe uma parte dele que ainda ama Kyle... E é por conta disso que as coisas
ficam ruins...
Somo agraciados com
Infinite Darlene, com Ted, Jay, Trilby, Chuck... E muitos outros personagens
que você lê e pensa, “meu, por que eles não são de verdade?”. Joni se desgarra
do caminho certo, acaba parando de falar com Paul por causa de seu novo
namorado, ela muda completamente. Mas Infinite Darlene vai ganhar lugar no seu coração. Um quarterback de 1,90, vestindo saia, uma maquiagem impecável, peito com enchimento... E ainda por cima era desejada por muitos colegas do time...
Estou ouvindo “It’s a
Fluke” do Tiago Iorc, estou quase tendo uma sincope mas vou terminar meu relato
a respeito do Livro.
Não espere um final
perfeito. Na verdade tenho visto algumas coisas, e entendi que, um final
perfeito, hoje já não existe mais. Somos obrigados a, a partir de nossa
imaginação, ver o que seria melhor para os personagens. Não que o fim seja
vago, vai por mim, quando acabar, você não vai acreditar que acabou. É uma cena
tão linda, tão terna, efêmera... Traz na bagagem uma mensagem tão linda, que se
David Levithan estivesse concorrendo ao cargo de novo Deus, eu votaria nele e organizaria toda a sua campanha brasileira! – comentário
retirado e adaptado do livro.
Não perca tempo. Faça
que nem eu, engula, absorva, leve esse livro consigo para todos os lugares.
Essa perfeição a gente não encontra em qualquer lugar.
Dica2: Preste a atenção
no passo a passo que Paul faz para reconquistar Noah. Todo o sentido do
universo se encontra ali. É muito amor, para tão poucas páginas!
Estou apaixonado!
Wow q resenha perfeita ...
ResponderExcluirMe deixou pirado pra ler esse livro kkk
Mas se eu chegar com um livro desse em casa ... me esfolam kkk e ainda queimam a benção do livro kkk haha
Tudo de bom ^^ Gostei
~ Matt the King ~ http://matthous.blogspot.com/
"Se David Levithan estivesse concorrendo ao cargo de novo Deus, eu votaria nele e organizaria toda a sua campanha brasileira!" SIM!!!!!!! Eu juro, um dos primeiros comentários que fiz à respeito do livro foi "David Levithan é meu novo deus" hahhaha. Adorei a resenha, me identifiquei muito com os seus sentimentos rs. Não sei o que é mais especial no livro, a comunidade acolhedora na qual os personagens vivem ou a Infinite Darlene por si só que é minha deusa ♡
ResponderExcluirBeijo! http://kissingbooks.blogspot.com.br/
Eu amei sua resenha, me fez realmente voltar atrás e relembrar os fatos que eu tinha lido. Adorei!
ResponderExcluirA propósito, tenho uma história no Wattpad com essa temática também... acho a abordagem desse tema super pertinente! ^.^ Mais atual não há, então parabéns ^.~