Cuidado, pode haver Spoilers!!!
Nome: "Se Eu Ficar"
Dirigido por: R. J. Culter
Duração: 1h 46min.
Elenco: Chloë Grace Moretz, Mireille Enos, Joshua Leonard, Jamie Blackley, Stacy Keach, Liana Liberato, Jakob Davies, Aisha Hinds entre outros.
Distribuidora: Warner Bros.
Sinopse: "Mia Hall (Chlöe Grace
Moretz) é uma prodigiosa musicista que vive a dúvida de ter que decidir entre a
dedicação integral à carreira na famosa escola Julliard e aquele que tem tudo
para ser o grande amor de sua vida, Adam (Jamie Blackley). Após sofrer um grave
acidente de carro, a jovem perde a família e fica à beira da morte. Em coma,
ela reflete sobre o passado e sobre o futuro que pode ter, caso sobreviva."
***
“- Vocês podem achar que
são os médicos ou as enfermeiras ou todos esses equipamentos que controlam o
show... Nã-não. É ela quem controla o show. Talvez, ela esteja só esperando a
hora certa. Por isso, conversem com ela. Digam que pode usar o tempo que for
necessário, mas que volte, porque estão esperando por ela."
Semana passada, mais
precisamente dia 4 de Setembro, lançou nos cinemas brasileiros a adaptação do
livro de Gayle Forman, “Se eu ficar”, que fez um imenso sucesso lá fora, e
chegou para nós já bombando de comentários positivos. Fui até na livraria ver se achava
o livro, mais não deu, havia se esgotado. Vale lembrar que a continuação – “Para
Onde ela Foi?” – deve ser lançada em breve.
Mia é filha de dois
roqueiros, mas ama musica clássica. Seu violoncelo é a coisa mais importante no
mundo para ela. Até que ela conhece Adam – que sorrateiramente a vê tocando, e se
apaixona pela forma como ela se entrega ao instrumento e á música. Adam é guitarrista
de uma banda de Rock em ascensão, e logo o sucesso viria.
Certa manhã, em que a
nevasca era tão forte que as aulas foram canceladas, os pais de Mia decidem
viajar. Ela até reluta um pouco, dando a desculpa de que precisava praticar violoncelo
e esperar a resposta da Universidade de Julliard, mas seus pais a convencem de
sair e curtir com a família. Não é bem isso que acontece. Em uma curva, um
carro que vinha na direção oposta acaba perdendo o controle por causa da neve,
derrapa, e colide com o carro de Mia e sua família...
Ela acorda então em meio
á neve - a cena é até bonita, ela parece angelical, banquinha, com roupas claras, naquele momento ela parece a pessoa mais limpa do mundo - e vê toda a correria e o movimento a sua volta... E ali está ela, ou
pelo menos seu corpo, estirado na neve – já vermelha com o seu sangue - e um
batalhão de paramédicos á sua volta.
E dessa forma a
caminhada de Mia começa, entre escolher ficar, ou desistir de tudo.
“Por que eu sinto que
você vai bagunçar a minha vida?”
O filme em si é um drama só. Quando você pensa que não
poderia morrer mais ninguém, alguém vai e morre! Mia fica vagando pelo
hospital, tentando fazer com que alguém a veja, mas é impossível, ninguém a
percebe ali.
Um filme que realmente
vai fazer você morrer – também – de tanto chorar. “Faz chorar mais que o A
Culpa é das Estrelas Rafael?”, sim! Muito Mais. Ao mesmo tempo em que o filme
injeta uma dose cavalar de humor e romance, ele também injeta o dobro de drama
e tristeza. Mia acaba reanalisando os seus últimos meses, relembrando sua
trajetória até ali. Medindo os prós e contras da sua vida, para decidir se fica e encara toda a sua perda, ou se desiste de vez de lutar.
Graças ao acidente ela
perde logo de cara seus pais. Os personagens mais “alto-astral” que eu já vi em
filmes – esses dois vão fazer vocês rirem demais – e só por isso você já chora
um pouquinho. Então ela se lembra que seu irmão, Teddy, ainda está vivo. Ela
corre para vê-lo. Teddy é um personagem sem igual, o tipo de irmão doce e
engraçado que só existe em livros e filmes americanos. Mas a vida é cruel, e
ele acaba morrendo também. Daí você chora mais um pouco. Nesse momento, a coisa
fica crítica, Mia quase desiste. Os momentos em que a nuvem branca e iluminada
aparecem são as piores. Sempre que ela aparecia eu pensava: “Não paguei 9 reais
pra ver você indo pro céu sua safada, sai de perto deste karalheo!”.
Nesse tipo de filme
existem duas coisas que fazem você secar de tanto chorar.
Primeira: Os
parentes, os depoimentos, as reações ao vê-la em coma, o choro. Apenas o fato
de se sentar ali, e conversar com ela, mesmo desacordada, faz com que você
soluce de Chorar! Destaque especial para seu Avô, que arranca lágrimas de você
de uma forma incrível. Seu depoimento é lindo.
“Está tudo bem - ele me
diz - Se você quer ir. Todo mundo quer que você fique. Eu quero que você fique
mais do que eu sempre quis nada na minha vida. Mas isso é o que eu quero e eu
pude ver porque ele pode não ser o que você quer. Então, eu só queria te dizer
que eu entendo se você for. Tudo bem se você tem que nos deixar. Está tudo bem
se você quiser parar de lutar.”
E segundo: A trilha
sonora. Se preparem para entrar em coma junto com a Mia, de tanta perfeição que
é essa trilha sonora. Regravações maravilhosas feitas exatamente para isso,
para fazer com que você se desidrate de tanto chorar. O bom e o ruim é que, a
musica “Say Something” não toca – já que no trailer ela ganha um espaço incrível.
Bom porque você não vai ter que chorar mais do que você já vai, e ruim, por que a
musica é linda e se encaixa perfeitamente ao enredo. Mas eu deixei o melhor
personagem para o fim. Adam.
Um romance tão simples,
normal, com altos e baixos, repleto até a ponta dos cabelos de muita musica.
Ele com a sua guitarra, ela com o violoncelo. Uma prova de que os opostos se
atraem, e podem se unir. A forma como o romance deles, e até mesmo o jeito com
a família dela gosta disso, é muito legal. Afinal de contas, seus pais são
roqueiros assim como Adam, então lógico que eles iam se "curtir". Nem mesmo a hipótese
– que era mais uma certeza na verdade – de que Mia pudesse sair de Portland e
ir para New York estudar na Julliard conseguiu acabar com o namoro. Abalou um
pouco sim, isso é verdade, mas não conseguiu acabar.
“Se você ficar, eu vou
fazer o que quiser. Eu vou sair da banda, ir com você para Nova York. Mas se
você precisa de mim para ir embora, eu vou fazer isso também. Eu estava
conversando com Liz e ela disse que talvez a voltar para sua antiga vida seria
muito doloroso, que talvez seria mais fácil para você para nos apagar. E isso
seria um saco, mas eu faria isso. Eu posso perder você gostaria que, se eu não
te perder hoje. Eu vou deixar você ir. Se você ficar.”
Ah, meu Deus, essa
resenha tá enorme. Chega!!! Não vou conseguir expressar tudo o que vi, então, vejam o filme, mas antes, só mais uma coisa. A Enfermeira que cuida dela
é um anjo. Só digo isso. Não imagino alguém que nem me conhece, me tratando
daquela forma, com uma doçura, um carinho enorme. De todo o filme, ela sem
dúvida é a minha personagem preferida! Se preparem para um
final muito “foda”. Levem lenços, colírios e um estojo de maquiagem na bolsa.
Por que esse filme se resume a Lágrimas e bola de catarro!
Lindo demais!