6 de julho de 2015

Resenha - Elevador 16

Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "Elevador 16"
Autor: Rodrigo de Oliveira
Editora: Faro Editorial
ISBN: 9788562409455
Ano: 2014
Páginas: 60
Skoob: Livro
Estrelas: 5

Sinopse: "Estamos em 2017.
Cientistas descobrem um planeta vermelho em rota de colisão com a Terra. Depois de muito pânico nos quatro cantos do mundo, eles asseguram que passaria a uma distancia segura. E todos ficam tranquilos acreditando que nada iria acontecer...
Mas não podiam estar mais enganados. 
No dia em que o planeta estaria mais visível, enquanto todo mundo se preparava para observar o fenômeno a olho nu, um grupo seguia para um compromisso chato: trabalhar num sábado na empresa de processamento de dados, pois estavam com muitos projetos atrasados.
Na hora do almoço, 16 pessoas entram no elevador... mas ele pára entre dois andares. As comunicações não funcionam, nem alarmes, nem celulares, ninguém aparece para ajudar. E eles não sabem que, em todo o mundo, algo muito estranho aconteceu. Em poucos segundos, 10 pessoas caem num surto coletivo, como que desmaiadas. Entre o desespero, tentativas de busca por ajuda, um deles começa a abrir os olhos, mas eram olhos vazios, olhos do mal...
Este livro conta uma história que ocorre no exato momento em que o nosso mundo se transforma. Traz personagens que vivem o intenso evento cósmico que mudaria a Terra para sempre. Leia, comente, discuta, conheça um pedaço da série As Crônicas dos Mortos. O primeiro dos cinco livros será lançado em fevereiro.".


***

"Sinceramente, eu duvido. Hoje é um daqueles dias em que nada dá certo - Mariana respondeu em tom sinistro".

O dia não estava sendo bom para Mariana. Era um sábado bem atípico. Além de ter que trabalhar quase que o dia todo, por conta de um atraso na entrega de um projeto de TI, ela descobrira, por conta de um teste de farmácia, que estava gravida. “Ah, mas o teste pode estar errado”, sim, mas o atraso menstrual e os quilinhos a mais não deixavam dúvidas. O problema em si era: Mariana e Raul estavam quase terminando. Sabe quando o sexo é bom, mas, além disso, nada mais salva? Então, esse era o caso.
Depois de ser pressionada por Raul ela decide contar sobre a gravidez. O narcisismo e o egocentrismo dele a tiravam do sério, e eles acabaram brigando, como sempre. Eis que a hora do almoço finalmente chega, Mariana se junta com suas duas melhores amigas para não ter que olhar na cara de Raul, nem dar espaço para possíveis conversas. Joana, Mayara e Mariana entram no elevador com mais 13, entre eles Raul, infelizmente.
Do nada o elevador para, as luzes se apagam, as de emergência logo acendem. Eles tentam contato, mas tudo está mudo. O calor é infernal, o que é estranho para uma época do ano que normalmente faz frio. Das 16 pessoas no elevador, 10 passam mal e logo depois desmaiam – entre elas Raul. O desespero é tão grande que eles decidem tentar sair, pois precisam de ajuda o mais rápido possível. Antônio, o mais magro entre os três homens dentro do elevador, decide sair pela brecha que ficou, pois o elevador parou entre dois andares, e buscar ajuda. Coitado, mal sabia que quem precisaria mesmo de ajuda seria ele.
Enquanto ele saia do elevador, Raul acordava do desmaio. Olhos leitosos, brancos, sem vida. Seu corpo passava por espasmos a toda hora. De sua boca uma gosma caia e de sua garganta um som horripilante saia, um grunhido, o som da morte talvez...
Antônio, em sua correria para procurar ajuda, viu em uma sala um movimento de pessoas. Com seu telefone, o homem iluminou o local e viu cerca de meia dúzia de pessoas, agachadas, como se pegassem algo caído no chão... Não era algo, era uma mulher, Antônio podia ver suas pernas sangrentas no chão. O homem não resistiu e gritou. As criaturas sedentas foram atraídas e nesse momento, no tão esperado dia Z, em que o planeta Hercólubus passava perto do planeta terra, as coisas ficaram feias para os seis – agora cinco – sobreviventes do elevador.

“Todos grunhiam como animais. Eram sons que nunca poderiam ser atribuídos a seres humanos. Eram gemidos das trevas, de seres sem alma e destinados a infligir sofrimento e morte aos humanos”.

Nesse curto Spin-off de apenas 60 páginas conhecemos um pouco mais sobre a vida de Mariana, filha do coronel Fernandes, que lidera o grupo de sobreviventes de São Paulo, lembram-se?
Eu sinceramente gostei muito. Spin-offs, como eu mesmo disse ao Rodrigo - autor da série - na tarde de autógrafos do terceiro livro, são sempre bem vindos. É muito bom ver fragmentos do que foi o Dia Z, e os dias que se seguiram. No terceiro livro da série, “Senhora dos Mortos”, que resenhei semana passada para vocês, Mariana ganha alguns capítulos também, mostrando uma fase que sucede os acontecimentos deste livro, “Elevador 16”. E isso é muito interessante. Você pode, ou ler primeiro a série e depois passar para o Spin-off, ou começar pelo Spin-Off, que é mais curtinho, e ver se você gosta da escrita, da evolução, da trama, para então seguir para a série em si. Essa ordem não modifica o entendimento.
Acho meio difícil não gostar dessa série, eu mesmo, que nunca fui fã de zumbis ou nada do gênero, estou loucamente apaixonado pela trama. Não tem como você não se envolver e se deixar levar pela história – ainda mais levando em conta que ela acontece aqui, no Vale do Paraíba. É como se um grande evento viesse para a nossa cidade, só que em forma de livro, e em um futuro apocalíptico, e perigoso, e sangrento, e sem muita esperança. #DramaBásico
Não deixem de conferir cada volume dessa série – que vai ganhar um novo livro em outubro – pois eu não estou falando da boca para fora. A história é muito boa, de verdade.
Fiquei bastante triste pela Mariana no terceiro livro, com toda aquela história do filho e tal, mas nesse Spin-Off dá para ver que ela meio que não quer tanto assim uma criança. Lógico, tudo isso por conta do escroto do Raul, mas ainda assim é possível notar que não era algo tão desejado. Não sei, é a minha visão do que ocorreu, mas sinceramente, num mundo do jeito que está, é meio desolador colocar uma criança no mundo – me refiro ao cenário do livro, não ao atual nosso, kkkk.
Leiam, tirem suas conclusões e me falem por aqui!
23/50

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