13 de julho de 2015

Resenha - Naomi & Ely e a lista do não beijo

Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "Naomi & Ely e a lista do não beijo"
Autor: David Levithan e Rachel Cohn
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501103123
Ano: 2015
Páginas: 256
Skoob: Livro
Estrelas: 5

Sinopse: "A quintessência menina-gosta-de-menino-que-gosta-de-meninos. Uma análise bem-humorada sobre relacionamentos. Naomi e Ely são amigos inseparáveis desde pequenos. Naomi ama Ely e está apaixonada por ele. Já o garoto, ama a amiga, mas prefere estar apaixonado, bem, por garotos. Para preservar a amizade, criam a lista do não beijo — a relação de caras que nenhum dos dois pode beijar em hipótese alguma. A lista do não beijo protege a amizade e assegura que nada vá abalar as estruturas da fundação Naomi & Ely. Até que... Ely beija o namorado de Naomi. E quando há amor, amizade e traição envolvidos, a reconciliação pode ser dolorosa e, claro, muito dramática.".


***

“Como é possível passar horas a fio todos os dias tentando de todas as maneiras descobrir quem você é, para de repente, com uma única frase, um quase estranho o descreve melhor do que você mesmo jamais seria capaz?”.

Vocês não têm a mínima noção do quanto de amor está envolvido nessa resenha. Na verdade, eu acho que isso é um hexágono amoroso. Eu, Bruce, o Segundo, Ely, David Levithan e Rachel Cohn. De verdade, tem muito amor envolvido e eu não consigo tirar eles todos da minha cabeça. Provavelmente essa é a 1ª resenha do Livro – que eu tenha visto – então, por favor, não levem a sério a minha loucura. Pois eu estou louco porque esse livro é realmente divino!

David Levithan nasceu no dia 7 de setembro de 1972, na cidade de Short Hills, New Jersey. Ele é conhecido mundo a fora por seus romances YA. Além de ser um escritor mega premiado por quase tudo que faz, ele também é bastante conhecido por introduzir personagens gays – como protagonistas – em seus livros. Um exemplo disso são os livros “Boy Meets Boy”, “Two Boys Kissing” e “Nick and Norah's Infinite Playlist”, livro escrito em parceria com Rachel Cohn, que por coincidência também colabora neste livro que falaremos um pouco hoje!
Rachel nasceu no dia 14 de dezembro de 1968 em Silver Spring, Maryland. Cresceu na área de DC (Maryland suburbano), mas também passou os verões de sua infância em Massachusetts. A autora ficou conhecida pelos livros “Pão de Mel”, “CupCake” e “Siri”.
Mas hoje, falaremos desse livro esplêndido chamado “Naomi & Ely e a lista do não beijo”. –coração- -coração- -coração-

"Compro roupas na GAP. Não tenho nem mesmo corpo para usar as peças mais folgadas da Abercrombie. Tenho três jeans, que revezo. (Nesse caso fiz uma extravagância e comprei os jeans na Banana Republic.) O que estou fazendo aqui? [...] Ely jamais se apaixonaria por um cara que usa camisa da GAP abotoada e jeans da Banana Republic. Muito menos por um cara que veste G".

Naomi e Ely desde sempre foram Naomi & Ely. Todos os moradores d’O Prédio sabiam disso. Desde pequenos eles sempre andaram juntos, sempre saíram juntos, aprontaram juntos e nada nem ninguém era capaz de separá-los. Nem mesmo quando o pai de Naomi e uma das mães de Ely tiveram um caso, os dois se separaram – apesar de toda a bagunça que isso causou na vida deles. Hoje a mãe de Naomi vive em constante depressão em sua cama, e as mães de Ely se reconciliaram e vivem felizes – e chapadas.
Naomi namora com Bruce, o Segundo – coração eterno -, mas eles nunca transaram, pois no fundo, mesmo estando com Bruce, o Segundo, ela ama mesmo é Ely, que é gay. Na cabeça de Naomi eles ainda vão ficar juntos.
Eles criaram a Lista do Não Beijo, que nada mais é que uma lista com os caras que nenhum deles deve beijar. Nela temos o Donnie, que já não mora por perto, mas ocupa o primeiro lugar da lista por ser incrivel, o primo Alexander de Naomi em segundo, a prima Alexandra de Ely em terceiro, Robin (Homem) em quinto, pois Robin (Mulher) gosta dele e em sexto o cara mais largado que faz graduação em teologia. Mas, depois de observar o novo porteiro noturno jogar basquete, eles decidem colocar Gabriel no final da lista, em sétimo. Mas ele é tão, mas tão gato, que deveria subir para o segundo lugar. E é isso que acontece... E logo depois disso, do nada, Ely confessa que beijou Bruce, o Segundo, namorado de Naomi.
Ela finge não ligar. No fundo ela sabe que não ama de verdade Bruce, o Segundo. Naomi é linda, com um corpo perfeito, aqueles que fazem os homens virarem o pescoço para ver, e ela sabe disso, sabe que é o tipo de mulher que consegue o homem, ou mulher, que quiser, mas viu em Bruce, um cara normal, a oportunidade de não ser como as outras. Naomi ama de verdade é seu melhor amigo, Ely, desde sempre.
Ely nunca foi de se apaixonar, sempre foi aquele tipo de gay que pega e corre. Nunca se aprofunda. Mas com Bruce, o Segundo, foi diferente. Ele ganhou Ely, ele encantou Ely, ele fez com que Ely se... Apaixonasse de verdade...
Certa noite, antes de sair com Naomi, Ely recebe a visita de Bruce, o Segundo, que está mais confuso que nunca por conta do beijo e por agora estar sentindo algo mais forte por Ely. Naomi não sabe dessa visita, por isso quando ela aparece Ely o esconde no Armário e pede para esperar, que ele já voltaria. E é nesse ponto, entre um olhar, um Orbit e uma mancada tremenda de Bruce, o Primeiro, que a amizade de Naomi com Ely se desfaz, e a dupla invencível Naomy & Ely se despedaça.

“Ely, eu quero. Você, eu, o pacote completo. Quero alguém com quem dê certo, e não sei se esse alguém pode ser eu. Por que eu sou muito desinteressante e tenho muito medo”.

Gente não sei como começar essa resenha.
Não sei como transmitir o que eu estou sentindo depois de devorar esse livro em dois dias. Eu deveria me apaixonar pela Naomi ou até mesmo por Ely. Mas eu me apaixonei mesmo foi por Bruce, o Segundo. Ele ganha um espaço tão, mas tão legal no livro, que não tem como você não se apaixonar por ele, e pelas roupas da GAP dele e pelas calças da Banana Republic que ele usa. Simplesmente o melhor personagem de todos.
O livro é intercalado entre olhares, então temos os olhares de Ely, Naomi, Robin (homem), Robin (Mulher), Kelly, Bruce1, Bruce2 – coraçãozinho- e até mesmo Gabriel. Cada um contando uma parte da briga entre Naomi e Ely. Esse é aquele tipo de livro cheio de referências atuais, engraçadas e sem ser vulgar – o que muito me agrada e instiga -, os autores juntos conseguem uma sintonia incrível de escrita, misturando estilos diferenciados de texto para marcar, ou dar personalidade, para cada personagem. As partes de Naomi são  repletas de emoticons – o que é muito meigo no começo, mas estressa no final -, as partes de Gabriel são baseadas em Músicas – quase surtei com a quantidade de Belle & Sebastian que tem nesse livro -, a de Robin (homem) é corrida, sem parágrafos nem falas. As de Bruce, o Segundo, são repletas de amor, e descobrimento e auto piedade.
É um livro tão despretensioso, tipo, “qual a relação com Starbucks?”, “E a lista do não beijo?”. Sinceramente? Desencanem disso. Não é a lista do não beijo que causa tudo isso. Isso tudo não tem nenhuma ligação com Starbucks tão forte assim. Basicamente, Naomi adora conhecer os Starbucks, mas nunca toma nada pois odeia o café deles. Descobrimos também que, a lista do não beijo é importante pois, se o nome de Ely, Naomi e Bruce, o Segundo, estivessem lá, nada disso teria acontecido.
Ely beijou Bruce2 porque achou que era isso que Bruce2 queria, e, de certa forma, era o que ele queria também. Bruce2 até então era hetero e depois disso ele viu crescer algo por Ely – e não estou falando de uma ereção, o que na verdade também aconteceu – e daí ele decide tentar. Todos sabiam que o relacionamento dele com Naomi não era lá grandes coisas. Tanto que ela nem mesmo liga para o fim do namoro, ela liga mesmo quando vê que, além de perder seu pseudo namorado, também está perdendo Ely.
E o que eu mais gostei foi essa trama entre Bruce, o Segundo, se descobrir gay e se apaixonar de uma forma tão incondicional, que para ele, Ely merecia alguém melhor. Mas no fundo ele era esse alguém. Ele só não via o quão especial era. Até mesmo Gabriel, o porteiro, viu no olhar dos dois que tudo aquilo era realmente amor. Sem falar que ele só dava risadas da forma como dava quando estava ao lado de Ely...
Gente, eu não consigo nem falar direito desse livro. Ele é apenas perfeito. O melhor livro que você pode ler – assim como todos os outros que envolvem o David Levithan.
Você se pega rindo sozinho, se pega devorando um capítulo inteiro só para chegar ao próximo, pois descobre que o próximo é narrado por Bruce2 – os melhores na minha opinião, o que dizer daquele bilhete no banheiro da Boate? -, ou você não consegue acreditar que o Bruce1 realmente não tira aquele cachorro, que ele até então acha ser uma cachorrinha, do colo.
Sinceramente, este é o livro para vocês pegarem em um final de semana e só pararem de ler quando ele terminar, o que vai acontecer 3 horas depois, pois vocês não vão aguentar esperar para saber o que acontece.
Eu estou apaixonado. Galera Record, obrigado por trazer esse livro para mim!
24/50

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