Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Autor: Ransom Riggs
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580578904
Ano: 2016
Páginas: 384
Skoob: Livro
Estrelas: 5
Sinopse: "Cidade dos Etéreos dá sequência ao celebrado O orfanato da srta. Peregrine para crianças peculiares, em que o jovem Jacob Portman, para descobrir a verdade sobre a morte do avô, segue pistas que o levam a um antigo lar para crianças em uma ilha galesa. O orfanato abriga crianças com dons sobrenaturais, protegidas graças à poderosa magia da diretora, a srta. Peregrine.
Neste segundo livro, o grupo de peculiares precisa deter um exército de monstros terríveis, e a srta. Peregrine, única pessoa que pode ajudá-los, está presa no corpo de uma ave. Jacob e seus novos amigos partem rumo a Londres, cidade onde os peculiares se concentram. Eles têm a esperança de, lá, encontrar uma cura para a amada srta. Peregrine, mas, na cidade devastada pela guerra, surpresas ameaçadoras estão à espreita em cada esquina. E, além de levar as crianças a um lugar seguro, Jacob terá que tomar uma decisão importante quanto a seu amor por Emma, uma das peculiares.
Telecinesia e viagens no tempo, ciganos e atrações de circo, malignos seres invisíveis e um desfile de animais inusitados, além de uma inédita coleção de fotografias de época — tudo isso se combina para fazer de Cidade dos etéreos uma história de fantasia comovente, uma experiência de leitura única e impactante".
***
Sobre o autor
Ransom Riggs nasceu em
Maryland , em 1980, em uma fazenda de 200 anos de idade, e cresceu na Flórida.
Ele estudou literatura Inglês no Kenyon College e estudou cinema na Universidade
da Califórnia do Sul .
Seu trabalho em
curtas-metragens para a Internet e blogs para Floss Mental arranjou-lhe um
emprego escrevendo “The Sherlock Holmes Handbook”, que foi lançado como um
tie-in para 2009 Sherlock Holmes filme.
Riggs tinha recolhido
curiosas fotografias vernaculares – antigas, velhas - e se aproximou de seu
editor, Quirk Books, para falar sobre a possibilidade do uso de alguns delas em
um livro de imagens . Por sugestão de um editor, Riggs usou as fotografias como
um guia para assim montar uma narrativa. O livro resultante foi Início da série
“O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares” que rapidamente entrou
para a lista do New York Times Best Seller.
“- Esme não consegue... fazer
nada? – perguntei.
- Eu sei contar até cem de trás
para a frente com voz de pato – gabou-se Esme, entre uma fungada e outra, e logo
começou a demonstração, grasnando: - Cem, noventa e nove, noventa e oito...” –
Pág. 258 e 259.
Sobre o livro
Agora, depois do ataque
e da quase captura da Srta. Peregrine, os pequenos peculiares, que até então
nunca haviam saído daquela ilha perdida no mundo e no passado, vão precisar
desbravar o mar e sumir daquele lugar em busca de ajuda. Como se não bastasse o
ataque e a captura de mais uma ymbryne, os acólitos haviam conseguido, de
alguma forma travar a Srta. P em sua forma de ave de rapina. Ela não conseguia
mais se transformar em humana.
Juntos, eles atravessam
o mar que separa a ilha do continente e aos trancos e barrancos, graças ao
livro dos Contos Peculiares, encontram mais uma fenda do tempo – fenda essa
pertencente a Srta. Wren. Mas as esperanças logo se esvaem quando os peculiares
descobrem que o tempo era curto e que a Srta. P só tem mais dois ou três dias.
Depois disso sua parte animal tomará conta e ela nunca mais poderá se transformar
de novo, estacando em forma de um falcão para sempre. A única que pode ajuda-la
com isso é outra ymbryne e a única que ainda não foi capturada pelos acólitos é
exatamente a Srta. Wren – que foi vista
pela última vez em Londres, enquanto tentava salvar outros peculiares.
É a partir dai que as
coisas começam a acontecer na vida das crianças peculiares. Em meio a uma
guerra mundial, 1940, eles ainda terão que sobreviver a mais uma guerra: A
guerra do mundo Peculiar, que corre, a cada dia que passa, mais perigo de se
extinguir.
“ – Eft kaa vangan soorken, eft
ka vangan soorken, malaaya...
- É a língua do antigos
peculiares – sussurrou Millard. – “Volte para casa, volte para casa...
Lembre-se de quem você é”... Algo assim” – Pág. 305.
Sobre o que esperar
Esse é o tipo de
história que anda em uma linha tênue entre o primeiro e o segundo volume. Linha
essa que pode pender para o lado do “Hum, ficou meio ruim esse enredo, hein” e
para o lado do “Gente, que que é isso? Meu deus, preciso ler mais”.
Obviamente, a segunda
opção é a certa. Ao contrario da maioria das histórias em que lemos, tudo é
muito neutro e calmo do começo até o meio – ás vezes até o inicio do final -,
mas preparem seus corações para esse volume. Ransom Riggs transforma cada
capítulo em uma aventura a parte. Cada fase, cada capítulo, tem sua adrenalina
a parte, que quando junta ao resto do enredo como um todo, faz com que essa seja
uma das histórias mais contagiantes que alguém posso decidir por ler.
A escrita é ainda mais
gostosa e corrida que a do primeiro volume. Em Cidade dos Etéreos, Riggs
apresenta ao seu leitor um mundo peculiar muito maior do que nós acreditávamos existir.
E isso é uma das coisas incríveis que o autor acertou em cheio. O enredo tinha
tudo para sair um pouco do trilho, ficar perdido e confuso, mas Riggs não
perdeu em momento algum o fio da meada. Introduziu novos personagens, novos
ambientes, mostrou novas facetas do mundo peculiar – como animais peculiares,
contos de fadas peculiares que são pistas e também crianças peculiares que saem
completamente do caminho que a maioria decide por tomar.
Embarcamos em uma
corrida contra o tempo – o livro todo acontece em coisa de três dias. Emma,
Horace, Enoch, Olive, Hugh, Millard, Bronwyn e claro, Jacob, rodam uma boa
parte da Europa dos anos 1940, sobre bombas e perseguições, em busca de ajuda
para a sua diretora.
Eu achei que realmente,
em certo ponto, eu me perderia. Eles estão em uma fenda do tempo, dai entram na
fenda dos animais peculiares, e saem, voltando para a fenda deles. Depois
encontram mais uma fenda, onde encontram a pomba peculiar que pode os levar até
a ymbryne Wren. Eles saem dessa fenda – adicionando mais 3 peculiares ao grupo –
e voltam para a fenda original. Depois disso a pomba os levam até a ultima
fenda, onde a Srta. Wren tecnicamente está – lé em meados de 1800 – e por fim,
saindo dessa fenda eles voltam para os dias atuais... SPOILER desculpa, contei
um pedacinho.
Mas eu realmente não me
perdi, entendi certinho como elas acontecem e até me surpreendi com coisas
obvias como: Eles estão no passado, em 1940, por exemplo. Não importa o que
eles façam ou quem eles salvem. A pessoa já estará morta no tempo original do
mundo. É bem louco pensar assim. Deram até o exemplo do Hitler. Não adiantaria mata-lo
enquanto ainda bebê, pois o tempo daria um jeito de fazer com que tudo que
deveria acontecer, acontecesse.
É incrível que o autor
tenha pensado em tudo isso e criado esse mundo parelelo ao nosso. Confesso que
peguei a essência do terceiro livro já no inicio desse volume, e nem preciso
dizer que estou sedento para lê-lo. Muita coisa vai acontecer.
Esse final, de verdade,
é o maior “engana trouxa” que eu já vi. Bem coisa de canceriano: acha que tudo
ta lindo e perfeito, mas no final, tudo explode em um monte de papel de trouxa.
De verdade, se preparem para esse final. Não só se preparem como já estejam com
o terceiro volume em mãos. Fica a minha dica.
Uma leitura maravilhosa.
Era isso que eu precisava – e ainda preciso.
43/55