Essa semana teremos uma resenha de um livro
destruidor de psicológicos. Depois de uma pausa de anos, aqui estou eu, falando
da Mara Dyer de novo! Vamos falar primeiro da autora? Então, a responsável por
essa loucura toda é a Michelle Hodkin. Hodkin cresceu no sul da Flórida, fez
faculdade em Nova York e em Michigan. Quando não está escrevendo pode ser
encontrada brincando com seus três cachorros. Sua trilogia “Mara Dyer”
tornou-se rapidamente um Best-seller do New York Times, USA Today e Publishers
Weekly, além de entrar no Top 10 de livros Young-Adult do ano de 2014 pela
Time.com.
Sua trilogia foi agraciada por nomes como Cassadra
Clare (Os Instrumentos Mortais): “Assombrosa e onírica”; e Veronica Roth
(Divergente): “Assombrosamente
engraçado, deliciosamente assustador e genuinamente pensativo”.
“Se eu fosse viver mil anos, pertenceria a você
durante todos eles. Se fôssemos viver mil vidas, iria querer torná-la minha em
todas elas".
Mara acorda em um hospital. Já parece ser normal
isso, sabe, acordar do nada e se encontrar em uma cama de hospital. Mas dessa
vez a culpa realmente foi dela. No final do primeiro volume ela entrou em uma
delegacia e confessou seus crimes... Isso além de surtar e dizer que seu
namorado(EX NAMORADO) estava vivo... No final, ali estava ela, internada, sob
supervisão, de novo.
Sua família achou melhor interná-la novamente.
Ao que parece o TEPT havia voltado e Mara estava alucinando. Tudo isso graças a
junção dos acontecimentos loucos desses últimos 6 meses. Mas ela sabia que não
era isso, por mais que dissessem e provassem que o maldito estava morto, ela
sabia que não. Sabia que o viu, que o sentiu e que o rapto de Joseph tinha algo
haver com ele. Jude. Mas no momento ela tinha outros problemas: Se os exames
psicológicos dissessem que Mara estava instável, ela acabaria trancafiada no
centro de internação/terapia Horizontes. Seria obrigada a passar 3 meses sem contato
com ninguém neste lugar para ver como seu quadro se desenvolveria.
Quando tudo parece estar conspirando contra
Mara, Noah aparece, sorrateiramente, e a ajuda a se livrar do problema inicial –
nada que um isqueiro e uma paciente louca não ajude. Mas seus problemas estão longe
de se esvair assim Mara poderia voltar pra casa, mas em troca teria que comparecer
de segunda á sexta no Projeto Horizontes. Uma terapia que durava o dia todo,
com várias atividades e ao final de duas semanas de terapia o laudo final diria
o que seria de sua vida: Terapia normal ou enclausuramento definitivo em uma
ilha de loucos.
Até ai tudo bem. Sua mãe era psicóloga e ela
aprendeu a lidar com eles facilmente, não seria difícil parecer uma garota
normal de 17 anos que passou por um trauma profundo mas que sabe que nem tudo o
que esta acontecendo em sua vida é real... Só que não é tão simples assim
parece sã quando tem alguém te perseguindo! Gente, sinceramente, bem vindos ao
thriller psicológico/paranormal mais emocionante e viciante de todos os tempos.
“Aquele era o garoto que eu amava. Um pouco
bagunçado. Um pouco quebrado. Um lindo desastre. Exatamente como eu.”
O inicio da leitura foi amargurante. Entendam,
eu li o primeiro volume faz dois anos, mais ou menos. Não lembrava de quase
nada, de quase ninguém. Então até eu achar o ‘time’ da história de novo levou
algumas boas páginas. Mas depois que eu me afundei na trama, meu deus, fiquei
até seco!
Mara volta para casa e tudo parece bem até que
na primeira noite um gato aparece estripado em sua varanda, com uma mensagem de
Jude. Ela respira, fecha a porta como se nada houvesse acontecido e volta para
seu quarto, e assim vai. Ela não pode surtar.
É uma sucessão de acontecimentos assim, sabe.
Noah agora fica o tempo todo com Mara em sua casa. Ganhou o afeto da família toda.
Mas isso parece não significar nada. Jude ainda entra sorrateiramente e deixa presentinhos
e mensagens para Mara. Sem falar que, para melhorar a situação, Mara parecia
ter encontrado uma fã no Projeto Horizontes e a menina parecia amar infernizar
Mara.
A sucessão de fatos demora a acontecer, mas
ainda assim a trama é perfeita. Te envolve profundamente. Você lê sedento por
respostas, mas não consegue nada. Só caminhos sem saídas, visões desconexas do
passado e momentos de brancura total.
Em certo momento passei a acreditar e aceitar
que a qualquer momento a autora poderia brincar com todos nós e dizer que sim,
Mara era louca de pedra, e que Jude não existia, e que era tudo coincidência.
Mas é impossível. Você sabe que não é assim, que não vai ser um caso de “Mentirosos”,
da E. Lockhart. E não é, dá para sentir.
“Eles chacoalhavam minha jaula para ver se eu
mordia. Quando me soltassem, veriam que a resposta era sim".
Essa sem dúvida foi uma leitura difícil,
dolorosa, angustiante e assustadora. Mas não pelos motivos que vocês devem
estar enumerando mentalmente. A Evolução de Mara Dyer foi a leitura mais
angustiante que eu já tive. A trama se desenvolve lentamente, mas você é consumido
de uma forma monstruosa pela escrita. Você começa a se sentir mal, a olhar tudo
que acontece com outros olhos, a desconfiar das cenas e das falas. No que eu
devo confiar? É isso que acontece mesmo ou ela sonhou?
A trama vai se desenvolvendo como se estivesse
em um labirinto. Você não tem resposta nenhuma a respeito de nada. Aparecem
pistas, suposições, momentos de lucidez e puff, tudo some de uma hora para
outra.
Em certo ponto do livro, passei a odiar todos –
menos Noah -, ninguém acredita nela, ninguém da uma chance. Tudo está ali,
seria facilmente explicado, com calma e seriedade. Mas eles já têm em mente que
Mara é como sua Avó. Louca – ou no melhor dos casos, tem algum tipo de doença
mental ou trauma. Eles não escutam o que ela diz, dizem que tudo vai melhorar,
que é o melhor para ela... Isso te sufoca de um jeito tão estranho, é como se
você, leitor, quisesse falar, explicar, mas não dá, não adianta.
Me senti, em certo ponto do livro, como se eu
fosse a Mara. Eu tentava achar uma alternativa de fazer com que tudo parecesse
o que é, tipo, Jude está aqui, ele fez
isso, isso e isso, me ajudem... Mas não dá. É impossível.
Posso garantir que esse livro me consumiu.
Durante a trama toda, o único “balsamo” nisso tudo era Noah, e ainda assim, mesmo
contando tudo para ele e ele ajudando do jeito que dava, a situação continuava
tensa. Não chegam a lugar algum, nada da certo, nada tinha explicação. Parecia
que com os dias Mara ficava pior, diferente, não internamente, mas
externamente, suas feições mudavam e isso estava assustando a todos, sem falar
nas visões e no sonambulismo.
É uma leitura fácil e rápida, a escrita flui
lindamente, não te cansa nem te deixa entediado, mas ainda assim te deixa
cansado. Cansado de ver tentativa em cima de tentativa dar errado e tudo cair
até que tudo parece ruir no final e você leva um baque de realidade – que não é
a realidade.
Eu lia as paginas finais assim: “Não, não é possível?
O QUE QUE É ISSO? EU TO SECA! COMASSIM? GENTE ISSO É A VIDA REAL? O QUE QUE SE
TÁ FAZENDO CARA? COMO ISSO É POSSIVEL?!”... O final é de deixar qualquer um
careca – e olha que nem tenho tanto cabelo assim. Você não acredita no que é dito,
nem no que acontece, mas de uma coisa você sabe: Mara está com sangue nos
olhos, e nunca um titulo de livro fez tanto sentido como o do terceiro volume
faz!
Deleitem-se com essa história maravilhosa
enquanto eu corro para o terceiro, e ultimo, livro.
03/55