31 de agosto de 2016

5º volume do Círculo Secreto ganha capa!

  
 

Eu nem comprei o quarto volume ainda, e a Galera Record me aparece com o quinto volume! Assim não dá gente! Pois é, a editora acaba de divulgar a capa e a previsão de lançamento do quinto volume da série “Circulo Secreto”, escrito por L. J. Smith. “A Caçada”, uma trama que mescla poderes sobrenaturais e típicas questões adolescentes, dará continuidade a saga que deu origem à série de TV The Secret Circle. Ao que tudo indica o livro será lançado agora em setembro. Vejam a capa – linda de morrer – e a sinopse!

Sinopse: "Não há como voltar atrás.
Para Cassie e seu círculo de bruxas, é difícil imaginar a vida em New Salem ficando pior. Um grupo de caçadores de bruxas poderosas tem como alvo o grupo, determinado a destruí-los um por um. E a meia-irmã de Cassie, Scarlett, não vai descansar até que ela tenha uma mancha no Círculo, mesmo se ela tiver que matar Cassie para obtê-la.
A única esperança do Círculo contra seus inimigos é o livro das Sombras do pai de Cassie, um guia antigo para o mundo da magia negra. Mas Cassie logo descobre que abrir o livro tem consequências graves. Cassie está atraída pelo feitiço sinistro do livro, e ele começa a controlar suas emoções e impulsos, revelando sua relação com Adam como ele assume a sua vida.
Cassie luta contra a escuridão dentro dela, como as ameaças contra o Círculo de crescer. Mas uma vez que o mal é deixado entrar, ela nunca pode escapar".

30 de agosto de 2016

"Lúcida" de Ron Bass e Adrienne Stoltz

A editora Galera Record divulgou essa semana em suas redes a capa do livro “Lúcida”, um thriller psicológico eletrizante escrito por Ron Bass e Adrienne Stoltz, roteirista responsável pelas produções “Rain Man” e “O casamento do meu melhor amigo”. Ao que tudo indica o livro já estará disponível no inicio de setembro! Vejam a capa e a sinopse.

Sinopse: "Sloane é uma aluna nota 10, com uma grande e amorosa família. Maggie vive uma existência glamorosa e independente, como aspirante a atriz em Nova York. As duas não poderiam ser mais diferentes. A não ser por um pequeno detalhe, algo que não têm coragem de revelar a ninguém. À noite, cada uma sonha que é a outra. Os sonhos são tão vívidos que as garotas sentem e experimentam o que a outra está passando naquele momento. Seriam as duas reais? Uma delas estaria mentalmente instável e imaginando a outra? Seriam ambas a mesma pessoa? Qual delas é real?".

29 de agosto de 2016

Resenha - Tudo pode acontecer

Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "Tudo pode acontecer"
Autor: Will Walton
Editora: V&R
ISBN:  9788576839316
Ano: 2015
Páginas: 248
Skoob: Livro
Estrelas: 5

Sinopse: "Tretch Farm vive em uma cidadezinha no interior dos Estados Unidos onde todo mundo sabe da vida de todo mundo. O que torna ainda mais difícil o fato de ele estar apaixonado por Matt, seu melhor amigo. Matt não desconfia de absolutamente nada e Tretch não sabe se isso é bom ou ruim... Para ele o problema não é apenas com Matt. Sua família não tem ideia de quem ele realmente é e o que ele realmente pensa no auge dos seus quinze anos. sua mãe acredita que o filho está prestes a sair com uma garota. E Bobby Handel, que sempre insinua que Tretch é gay na escola, mal sabe que está bem perto da verdade. Aos poucos essa história revela que viver uma mentira pode não ser a melhor escolha para alguém que busca a felicidade".


***

“Quando ela disse ‘amém’, soltei a mão dele. Quer dizer, soltei a mão dele fisicamente. O restante de mim continuou agarrado ali”.

Bom, essa semana, seguindo com a maratona de “Livros para tentar inspirar minha vida afetiva amorosa que esta um lixo”, eu li o romance de estreia do autor Will Walton. Acreditem, eu fucei todos os lugares, mas não achei nada dele. O que sei, que esta na orelha do livro, é que ele trabalha como vendedor na livradia Avid Books, em Athens, Georgia, EUA. E que esse seu primeiro livro foi editado por ninguém mais, ninguém menos que Deus... Quer dizer, David Levithan.
Me desculpem a escassez, mas tecnicamente ele é super novo no mercado e parece não ter ainda uma pagina na Wikipédia ou GoodReads. Mas vamos logo ao que realmente interessa.

"Uma estreia admirável sobre a trajetória totalmente imprevisível e irremediável de estar apaixonado e reconhecer o seu lugar no mundo” – David Levithan.

Tretch Farm – ou apenas Richard – tem 15 anos e se apaixonou por seu melhor amigo, Matt Gooby, na igreja. É, isso mesmo, em algum momento durante um sermão sobre viver o agora e aproveitar o momento, Matt segurou sua mão e pronto, ele sabia que estava apaixonado.
Desde que Matt mudou para a cidade com seus dois pais, Paps e Paiê – sim, ele tem dois pais, engole essa família tradicional – Tretch e ele sempre foram melhores amigos. Matt o protegia das brincadeiras maldosas de Bobby e talvez por isso – e também pelo físico, cabelos meio longo, olhos verdes e aquele espacinho por entre seus dentes – Tretch tenha se apaixonado.
Mas a verdade é que Matt não gostava de garotos. Ele era apaixonado por Amy, uma das garotas mais lindas da escola. E isso de certo modo acabava com Tretch. Não que ele fosse fazer algo, mas ver a forma como seu amigo era louco por ela o deixa muito triste, em partes.
Com o inicio das férias de fim de ano, as coisas mudam um pouco quando Matt finalmente consegue chamar Amy para “sair” e Tretch começa a ver que a coisa está ficando séria. Junto com isso, mil outras coisas começam a acontecer em sua vida, e agora Tretch precisa lidar com seus problemas, com problemas familiares, com uma garota que está afim dele e com o fato de que ele é apaixonado por outro garoto e esse garoto não o vê como nada mais que um amigo.

“Há três coisas que me espantam – Não, quatro coisas que eu não consigo entender: Uma águia que plana no céu, uma serpente que rasteja sobre uma pedra, um navio que desliza no mar e o amor entre um homem e uma mulher”.

O mais incrível desse livro é que eu comecei a ler e na hora pensei: “Gente, foi o David Levithan que escreveu esse livro?”. Mas dai eu olhei a orelha e li que quem editou o livro foi ele, então dá pra entender o porquê se parece tanto.
Não há duvidas que Will Walton escreve maravilhosamente bem. Ele escreve daquele jeito que eu tanto amo: descontraído, sentimental e um tanto quanto louco. Nos traz não só acontecimentos atuais na história, mas também cenas e fatos do passado do personagem, reflexões e também pensamentos – sem falar nas “realidades alternativas” que Tretch Farm cria em sua mente.
Notei muitas reclamações em relação a sinopse do livro. Nem me dei ao trabalho de ler. Muitos reclamaram do fato de Tretch e Matt não acabarem juntos e etc. Acho corajoso da parte do autor criar um enredo em que nem tudo gire em torno de uma paixonite de ensino médio. Ele nos presenteia com algo a mais, ele nos mostra um pouco mais de amadurecimento pessoal.
Passamos de um Tretch apaixonado por seu melhor amigo para um Tretch que tenta se entender e entender sua realidade, seus problemas familiares, seus problemas pessoais, bulling, aceitação social... Nada de forma tão pesada, tudo bem light, mas ainda assim diferente do normal.
Confesso que fui obrigado a ouvir as musicas da Ellie Gouding – que eu realmente odeio – e também da Taylor Swift – por motivos apenas de não conhecer as citadas. Tretch realmente cita elas a todo momento. Primeiro é uma surra de Taylor Swift – Shake it off e fifteen – e depois vem os malditos “ih, ih, ih, iiiih” da Ellie, seguidos pela musica “Halcyon”. No final acabei adicionando quase todas no meu Spotfy porque são realmente boas. Nada demais, só boas.
Li, novamente, esse livro em um dia, porque, sinceramente, ele é muito viciante. Você se envolve com a trama, que é bem simples, e não quer parar. É muito bem pegar livros que façam isso com você. Em um momento estamos preocupados com o coração de Tretch, depois com o câncer de um de seus avós e depois com o nascimento do bezerro. Isso sim é trama. Sem falar que: Só eu que percebi que possivelmente o Tio do Tretch que se suicidou é gay?
Os personagens também ajudaram muito. São todos tão diferentes e interessantes ao mesmo tempo. Matt, seus dois pais, Amy, Lana, Joe, os avós e pais de Tretch, Bobby... É uma trama tão simples, mas tão encantadora. Faz você ficar com os olhos molhados em vários momentos, e te faz rir bastante também. Acho que achei mais um autor preferido.

Obs.: O titulo do livro teria muito mais sentido se continuassem em inglês, fazendo alusão a musica da Ellie... E a capa americana é muito mais incrível, convenhamos!
34/55

24 de agosto de 2016

Vai ter Pokémonzinhos em livro sim!

Depois do sucesso que o jogou provou ser aqui em terras brasileiras – e digo isso porque sim, eu sou um viciadozinho – não demorou muito pra que alguma editora se interessasse pelo guia do jogo. E eis que a #irado – selo editorial da editora Novo Conceito – anunciou que o livro,  “Pokemón GO: De treinador à mestre” já está em pré venda e será lançado no dia primeiro de setembro.
Para quem não sabe, o guia nada mais é que um ajuntado de dicas e segredinhos sobre o jogo que podem e muito ajudar o seu caminho para se tornar um mestre Pokemon.

Sinopse: "Os Pokémon invadiram o mundo que conhecemos! O sonho nutrido por fãs há 20 anos finalmente se tornou realidade. Agora é possível encontrar os monstrinhos de bolso em todos os lugares: na vizinhança, na escola, no trabalho e até no sofá de casa. Tudo isso graças ao aplicativo que causou uma nova febre mundial: Pokémon GO.
Este guia o auxiliará com diversas dicas de desempenho e ferramentas utilizadas por jogadores experientes no mundo todo, desde a instalação inicial até a empolgante jor-nada com a realidade aumentada. Você descobrirá a melhor forma de escolher o seu primeiro Pokémon, como encontrar o 4º Pokémon misterioso, as diferentes maneiras para se usar uma pokébola na hora da captura, como dobrar a eficácia de itens de captura de Pokémon, estratégias avançadas para defender academias de sua equipe de ataques rivais, entre muitos outros desafios. Tudo com a segurança que um treinador Pokémon necessita. 
Portanto, a partir de agora, você não precisa mais quebrar a cabeça tentando entender as mecânicas do jogo. Instale o aplicativo, pegue suas Pokébolas e "Gotta catch 'em all"!".

23 de agosto de 2016

Box da 1ª e 2ª temporada de Looking!

Olha quem resolveu aparecer minha gente, eu mesmo, Blogueirinho Mello! Pois é, mas eu venho trazer uma boa noticia: A HBO divulgou essa semana que no dia 15 de novembro ela lançará um Box especial com as duas temporada de Looking! Sim, eu dei um grito aqui. Está linda demais essa capa (foto ao lado).
A noticia ruim – pelo menos até o momento – é que não há previsão de lançamento aqui ainda – Assim como o box da segunda temporada, que já lançou lá fora, mas aqui ainda nem sentimos o cheiro.
A dúvida que fica agora é: E o filme? Quando o “Looking: The Movie” está entre nós, nas nossas estantes e afins?

22 de agosto de 2016

Resenha - 1+1 A matemática do amor

Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "1+1 A matemática do amor"
Autor: Augusto Alvarenga e Vinicius Grossos
Editora: Faro Editorial
ISBN: 9788562409691
Ano: 2016
Páginas: 256
Skoob: Livro
Estrelas: 5

Sinopse: "Lucas e Bernardo são dois garotos, melhores amigos um do outro de toda a vida. De repente, recebem a notícia de que Bernardo irá se mudar com a família para outro país. Nesse momento, cada um a seu modo, percebe como valiosa era aquela amizade, algo que não queriam perder. Bernardo reage mal e se revolta. Lucas tenta transformar cada dia que resta com o amigo na melhor experiência de suas vidas. Ele escreve uma lista de coisas para fazer e pretende cumprir uma por uma, em todos os detalhes. Mas, a cada dia, o fantasma da separação os assombra com um cronômetro lembrando que o tempo se esgota e, ainda assim, os dois passam por grandes momentos juntos. Então os meninos percebem que há algo mais entre eles... um sentimento profundo, que não conseguem explicar e tornam todas aquelas experiências ainda mais intensas. Mas o que fazer com tudo isso quando se tem apenas 16 anos?".



***

“A questão não era me mudar de casa, pais, continente. Não importava o lugar para onde eu fosse: se o Lucas estivesse comigo, tudo ficaria bem. No fundo, acho que o Lucas era a minha casa”.

Vai ter brazucca sim, e se reclamar eu leio outro!!! Mas antes de falar desse livro incrível, que eu engoli em apenas um dia, vamos conhecer um pouco dos autores? Sim, sim. São dois desta vez!
Augusto Alvarenga tem 19 anos e dois livros já publicados. Nascido no interior de Minas, mora hoje em Belo Horizonte e é viciado em histórias - lidas, escritas, vistas ou contadas. Apaixonado por romances e por histórias encorajadoras, pretende escrever mais palavras do que imagina.
Vinícius Grossos nasceu no estado do Rio de Janeiro e quando pequeno, tinha o sonho de trabalhar em uma livraria apenas para poder ler tudo o que fosse possível. Aos sete anos, escreveu e ilustrou seu primeiro livrinho e desde então não parou mais. Já participou de algumas antologias e concursos audiovisuais, sendo Sereia Negra seu primeiro livro publicado. Atualmente mora em Juiz de Fora, Minas Gerais, onde estuda Jornalismo.
Da junção desses dois seres maravilhosos, nasceu esse livro do qual vou falkar um pouco para vocês, “1+1 – A matemática do amor”. Nem sei o que dizer, só sentir.

“Nós éramos indivisíveis naquele momento.
E mesmo separados, jamais seriamos fração.
Mesmo as estrelas mais distantes fazem parte de um céu bonito.
Mesmo com um oceano entre nós... Isso não mudava em nada”.

Lucas e Bernardo se conhecem desde sempre. Sim, sempre é um palavra perfeita para a ocasião, já que seus pais eram muitos amigos e acabaram ficando grávidos ao mesmo tempo. Isso significa que os dois garotos se conheciam desde sempre, desde a barriga de suas mães. Tem até uma foto de seus pais, juntos, e suas mães na frente, com a barriga gigante. Eles também estavam nessa foto, só que dentro da barriga.
Lucas era o bom em português, apaixonado por poesia e por palavras. Bernardo era o esportista, forte e apaixonado por matemática. Ao contrario de Bernardo, Lucas não era nem um pouco popular, mas ele não ligava para isso, nem para as fofocas, nem piadas do pessoal do futebol da escola. Ele sabia que nada disso mudaria a realidade: Bernardo é e sempre será seu melhor amigo, mais até que um irmão.
Mas isso parece ruir um pouco no momento em que Lucas descobre que Bernardo se mudará com seus pais para Portugal. Não, não é de rua, nem de bairro, cidade ou até mesmo estado... Agora, depois das férias, haveria um oceano inteiro separando os dois. E isso passa a corroer ambos. No inicio Bê não entende muito bem o porque disso tudo. Tudo bem que uma oferta de emprego melhor é sempre um bom motivo, mas seus pais sabiam o que ele sentia em relação a isso. Em relação a Lucas, seu melhor amigo.
Mas era irremediável. Não era só por dinheiro, e não havia outra forma. Sobra para ele então 45 dias de férias ao lado de seu melhor amigo desde sempre. E eles sabem que essas férias mudarão tudo em suas vidas e que elas devem ser inesquecíveis.
Numa pequena jornada de semanas, ambos irão descobrir o que eles já sabiam, mas ainda não tinham parado para prestar a atenção: que 1+1 é igual a 1.

“[...] - Porque eu te amo... E talvez seja isso que as pessoas fazem quando elas se amam: Elas lutam contra tudo para ver o seu amado sorrir. E você sorrir agora me deixa muito feliz”.

Eu fico muito feliz em ver livros dessa temática ganhando espaço no nosso mercado nacional. O fato de ser escrito por brasileiros e por ter esgotado a primeira edição, já me deixa mais feliz ainda. Augusto e Vinicius nos apresentam uma narrativa rápida, sentimental e muito, muito apaixonante.
Durante todo o livro, até a parte final dele, eu percebi que estava com algo entalado na minha garganta. É um sucessão de fatos tão, mas tão desanimadores – digo isso em relação ao relacionamento dos dois – que você só percebe que esta nervoso no fim da história. Eles levam muito tempo para se abrirem e se entregarem á aquilo que sentem. O livro talvez seja isso, uma sucessão de descobertas dos personagens.
Somos inseridos em um espaço de tempo, 45 dias, em que tudo pode acontecer. Lucas quer transformar aquela férias, em algo inesquecível. Bernardo quer apenas que aquilo nunca acabe, e que ele não tenha que ir embora e deixar Lucas para trás. E é nesse caminho entre uma queda, uma pipoca queimada e muitas, muitas lágrimas, que os dois descobrem que o que eles sentem vai muito além de apenas uma amizade. Mais que amigos, mais que irmão. Era amor em sua mais pura forma.
Os autores mostram também – algo que eu amei ver – um contraste bastante real entre interior e cidade grande. Mostra o medo, a confusão, o desejo. Eles nos levam até um enredo em que apenas estar perto, de mãos dadas já se torna o melhor momento possível.
Obviamente a gente fica louco com todas as oportunidades perdidas. Com  uma semana jogada fora – culpa do Bernardo -, com as noites que poderiam ser gastas de outra forma – não, não estou falando em sexo, existe muito mais que isso – e eu acho que foi isso que me encantou. Foi isso que me prendeu mais a história. Torci durante as 256 páginas para que algo acontecesse e que a viagem fosse cancelada. Mas quando isso aconteceu, quando o livro chegou ao fim, eu me senti tão feliz, tão completo.
Na história Lucas cita uma música, “Meu amor é Teu”, do Marcelo Camelo, daí eu resolvi ouvir. E MEUDEUSDOCÉU! A música realmente se encaixa, em tudo, na história, nos sentimentos, nessa fase – que acontece mais no final, depois de um ano -, sabe? Sabe quando algo dita o clima e a partir daí você vê e relembra a história de uma forma diferente, mais, digamos, familiar? Então, foi isso que eu senti. Foi incrível.
Esse é o tipo de livro que faz você parar e olhar para a sua própria vida romântica. Daí você olha e vê que ela é uma grande merda, e decide esquecer e focar na vida romântica dos personagens, que mesmo com um oceano os separando, é melhor que a sua. É mais bonita, mais verdadeira, mais carinhosa... Gente, nem sei o que dizer, só sentir.
Além disso, como de praxe, temos que ter aquela parte social – sabe como é. E isso me lembrou e muito do livro Aristóteles e Dante descobrem os segredos do universo. O jeito como eles se descobrem e aceitam, a agressão... Eu gostei muito de ter comprado e lido esse livro. Muito mesmo. O final é de tirar o fôlego, então se preparem.
Seria muito pedir uma continuação? E ah, parabéns aos envolvidos, o livro é lindo demais. Mudaria algumas coisas no texto, em si, mas não sou professor de português e isso não atrapalhou em nada a minha leitura e apreciação. Sempre costumo falar que 1 + 1 pode realmente ser 1. Esquecemos de levar em conta todo o sentimento envolvido nessa equação. As coisas se conectam de certa forma que, um individuo + outro individuo podem se tornar um sim. Vale a pena refletir.
33/55

15 de agosto de 2016

Resenha - Aristóteles e Dante

Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "Aristóteles e Dante descobrem os segredos do universo"
Autor: Benjamin Alire Sáemz
Editora: Seguinte
ISBN: 9788565765350
Ano: 2014
Páginas: 392
Skoob: Livro
Estrelas: 5

Sinopse: "Dante sabe nadar. Ari não. Dante é articulado e confiante. Ari tem dificuldade com as palavras e duvida de si mesmo. Dante é apaixonado por poesia e arte. Ari se perde em pensamentos sobre seu irmão mais velho, que está na prisão. Um garoto como Dante, com um jeito tão único de ver o mundo, deveria ser a última pessoa capaz de romper as barreiras que Ari construiu em volta de si. Mas quando os dois se conhecem, logo surge uma forte ligação. Eles compartilham livros, pensamentos, sonhos, risadas - e começam a redefinir seus próprios mundos. Assim, descobrem que o amor e a amizade talvez sejam a chave para desvendar os segredos do Universo".


***

“- Você se lembra de quando me beijou?
- Sim.
- Você se lembra que falei que não tinha funcionado para mim?
- Por que você esta falando disso? Lembro, lembro. Mas que inferno, Ari, você acha que eu esqueceria?
- Nunca vi você tão bravo.
- Não quero falar disso, Ari. Só me faz mal.
- O que eu disse quando me beijou?
- Disse que não tinha funcionado para você.
- Eu menti.
[...] – Vamos tentar de novo – pedi. – me dê um beijo.
- Não. – ele disse.
- Me beija.
- Não – Dante respondeu, para depois completar com um sorriso. – você vai me beijar.
Puz a mão em sua nuca e o puxei para mim. E o beijei”.

Benjamin Alire Sáenz, 61 anos, é um premiado poeta, romancista e escritor. Ele nasceu em Old Picacho, Novo México, o quarto de sete filhos, e foi criado em uma pequena fazenda perto de Mesilla, Novo México. Ele se formou em Las Cruces High School, em 1972. Naquele outono, ele entrou para a St. Thomas Seminary, em Denver, Colorado, onde recebeu um diploma de bacharel em Ciências Humanas e Filosofia em 1977.
Estudou Teologia na Universidade de Louvain, em Leuven, Bélgica. Foi sacerdote por alguns anos em El Paso, Texas antes de deixar a ordem. em 1985, ele voltou para a escola e estudou Inglês e Escrita Criativa na Universidade do Texas em El Paso, onde obteve um mestrado em Escrita criativa.
Seu primeiro romance, “Carry Me Like Water” foi uma saga que reuniu o romance vitoriano e o tradicional realismo mágico latino-americana do e recebeu atenção da crítica. Em seu quinto livro, “What Remains”, seu quinto livro de poemas, ele escreve à verdade essencial da vida de memórias sempre mudando. Situado ao longo da fronteira com o México, o contraste entre a beleza austera do deserto e da brutalidade da política de fronteiras reflete a capacidade da humanidade para ambos.
Sáenz seassumiu gay no final dos anos 2000. Ele reconheceu em entrevistas que ele tinha dificuldade em chegar a um acordo com sua sexualidade devido a ter sido abusado sexualmente quando criança, e que ele começou a explorar temas LGBT na sua escrita, em parte como uma maneira de ajudar a si mesmo trabalhar através de seus próprios problemas com ser gay.
Ele ganhou o Faulkner Award / PEN para a ficção em 2013, com o livro “Everything Begins and Ends at the Kentucky Club”, tornando-se o primeiro escritor latino a ganhar o prêmio. Ele também ganhou dois prêmios em 2013 no Prêmios Lambda, nas categorias de Gay Male Fiction com os livros “Everything Begins and Ends at the Kentucky Club” e “Aristóteles e Dante descobrem os segredos do universo”, livro pelo qual falaremos um pouco hoje.

“- Ari, eu sei o que vejo. Você salvou a vida dele. Porque acha que fez isso? Por que imagina que, do nada, sem pensar, você se joga para tirar Dante da frente de um carro em movimento? Você acha que isso simplesmente aconteceu? Pois eu acho que você não suportava a ideia de perde-lo. Simplesmente não podia. Por que você ariscaria a própria vida para salvar a de Dante, se não o amasse?
- Por que ele é meu amigo.
E por que você arrebenta a cara de um sujeito que bateu nele? Por que faria isso? Tudo isso, Ari, tudo quer dizer que você ama esse rapaz”.

Eu não sei o que se passa. De verdade. Eu acho que estou com um dedo mágico para leituras. Apontei e falei: “Vou ler você” e quando eu vi, já havia terminado a leitura, coisa de um dia e algumas horas.
Aristóteles Mendonza não se sente feliz com nada, talvez desde seus dez anos. Ele estava na quinta série e aquele havia sido um ano incrível. Ah, como foi. Depois disso tudo ficou ruim. Ele não sabia o porquê, só sabia que estava tudo ruim. Aos quinze anos Ari, como gostava de ser chamado, não tinha nenhum amigo. A não ser sua mãe e seu pai. Ele era o filho mais novo de um total de quatro. Suas irmãs, gêmeas, tinham 27 anos. Seu irmão tinha 25 anos. Mas ninguém falava dele. Nunca. Esse era um assunto vetado.
Na primeira tarde de verão daquele ano, depois de ficar entediado em casa, Ari decidiu ir nadar. Era uma péssima ideia, levando em conta que o dia estava infernalmente quente e ele não sabia nadar. O máximo que fazia era boiar e olhe lá. Até pensou em pedir ao instrutor que o ensinasse a nadar, mas eles eram uns idiotas que comparavam mulheres a arvores. Não valia a pena.
Ari apenas gostava de ficar sozinho. Ele se dava bem consigo mesmo e seus pensamentos. Na maioria do tempo ele odiava tudo, inclusive seus pais. Mas ele sabia que isso era só uma fase. Nada demais, como sua mãe mesmo dizia. Era uma faze e tudo passaria.
Essa mudança começou quando ele conheceu Dante Quintana. Na verdade foi Dante que o conheceu, oferecendo-se para ensiná-lo a nadar. Nasceu dali, das aulas de natação e dos diálogos loucos e sucintos, uma forte amizade. A primeira, e possivelmente mais verdadeira da vida de Dante. Forte a ponto de fazer Ari se jogar na frente de um carro para salvar a vida de seu amigo distraído que foi salvar um passarinho caído. Dante nunca mais foi o mesmo. Ari nunca foi o mesmo. Mas tudo mudou mesmo quando Dante se mudou com sua família. Seria coisa rápida, oito meses e ele estaria de volta. Mas e a amizade? A amizade continuaria? Esse talvez seja um dos segredos do universo, segredos esse que Ari busca inconsolavelmente. O que ele vai fazer com esses segredos? Ele não sabe, mas no momento em que descobrir, ele saberá o que fazer.

“O problema da minha vida é que ela havia sido ideia de outra pessoa”.

Tinha uma visão totalmente diferente do enredo desse livro. Imaginei algo louco envolvendo filosofia e etc, mas me enganei. Benjamin Alire Sáenz nos mostra dos garotos sedentos por se descobrir. Não essa coisa louca de descobrir o corpo e afins, sabe, essas coisas de adolescente. Não. Ari e Dante são diferentes, são estranhos e loucos. Um ama palavras o outro poesia. Um é silencioso e tristemente deprimido, o outro é feliz, criativo e sorridente. Disso nasce uma forte amizade.
As tudo muda quando Dante se muda para Chicago. Mas não é Dante que muda, é Ari. Aquele gênio difícil, de independência, que parece não precisar de ninguém entra em cena. De sete cartas recebidas de Dante, ele responde apenas uma. Começa a trabalhar, a malhar, a falar com uma ou outra pessoa. Dante também muda. Ele agora tem muitos conhecidos, toma cerveja, e vodka com suco de laranja. Ele se masturba e beija garotas. E garotos. Ele gosta mais de beijar garotos, mas ele nunca beijou nenhum. Mas ele sabe que quer se casar com um garoto em especial.
Quando ele volta, as coisas estão estranhas, mas são as de sempre. Ele beija  Ari, mas ao contrario dele, Ari não sente nada de diferente, é o que diz...

“Não se pode tocar aquilo de que são feitas as estrelas”.

Esse é o típico livro que não precisa de um mundo de palavras para ser espetacular. O que faz a narrativa ser tão maravilhosa são os diálogos. Da mesma forma que temos segredos e mais segredos entre Ari e seus pais, temos uma relação maravilhosa também. Ele e sua mãe têm os diálogos mais engraçados – só perdem para os diálogos entre Dante e seu pai, Sam, eles são maravilhosos. Ela é professora. Com seu pai a coisa é mais curta. Ele puxou isso dele, sabe, essa coisa de ser calado?
Amei o jeito que o autor nos mostra o crescimento de Ari e Dante. Em um momento temos dois pivetes estranhos, de quinze anos, rindo e competindo para ver quem joga o tênis mais longe, e depois temos dois rapazes, muito diferentes, de quase dezoito anos, lutando para se encaixar. Ari é quem mais muda. Essa coisa toda com seu irmão e com as histórias de guerra de seu pai o mantém preso dentro de si, ele não expressa seus sentimentos, guarda tudo o que pode. E com o passar das páginas vamos tendo mais acesso a ele. Ele muda, e é possível ver, ou visualizar essa mudança, e isso eu achei lindo. No começo tínhamos um Ari mirrado e magricela e estranho... Dai aparece um rapaz moreno, forte – por causa da musculação –, enigmático e muito, muito bonito. Essa evolução é linda de se ver com o passar das páginas.

“Será que todos os garotos se sentiam sozinhos? O verão não era feito para garotos como eu. Garotos como eu pertenciam a chuva”.

Mas, só aqui entre nós, eu queria mesmo era que ele e Dante terminassem juntos. Não imaginei que o casal romântico do livro seriam eles, e me peguei rezando para todos os tipos de deuses que eles se descobrissem. Dava para notar isso em Dante. Na forma como ele idolatrava Ari. Mas nunca esperei que isso fosse retribuído por Ari. Mas eu me enganei. E achei linda a forma como isso aconteceu.
O que era amizade na verdade era amor. Esse talvez seja o segredo do universo. Amor. Todos achavam que Ari era um herói por ter salvado Dante. Mas, só no fim SPOILER entendemos que no fundo, Ari tinha feito isso porque amava Dante, e imaginar um mundo sem ele era um pesadelo. Mas ele não via isso. Tinha suas próprias guerras internas para vencer antes de aprender isso.
Quando Dante é espancado é que vemos isso. Vemos a raiva, o medo, o ódio em Ari. Vemos o ciúme também, já que Dante foi espancado por estar beijando outro cada em um beco. É ai que as coisas passam a mudar. Mas antes disso, Ari tinha que destravar outras travas internas. E gente, quando ele faz isso é a coisa mais linda de se ver. Já podemos notar isso antes do fim, quando ele se abre para Dante e conta o que descobriu sobre seu irmão, e lê poesia para ele, e quebra o nariz de um dos caras que bateram em Dante... Está ali, mas ele precisa de um empurrão para ver. E seus pais fazem isso. E é isso.
Não vão se arrepender da leitura. Ela é linda, inteligente, rápida e sucinta. É um leitura bonita de se fazer. Você só vai entender quando ler. Mas é incrível ver tanta raiva e tristeza evoluir para amor e aceitação. E amizade. Talvez o segredo do universo seja o amor e a amizade, juntos. Espero que o próximo livro seja assim também tão encantador e viciante quanto.
32/55