21 de outubro de 2013

Resenha - Sonhos

Cuidado, contém alguns GRANDES SPOILERS!!!

Nome: Sonhos
Autor: Alyson Noel
Editora: LeYa
Ano: 2012
ISBN: 9788580445756
Skoob: Livro

Sinopse: "Daire Santos é uma adolescente de 16 anos, filha de uma maquiadora de Hollywood, que namora estrelas de cinema e viaja com a mãe por todo o mundo. Até que coisas estranhas começam a acontecer com ela: visões com corvos e pessoas brilhantes, o tempo que para de andar, sonhos com um belo menino de olhos azuis-gelo.
Os médicos acham que se trata de um caso psiquiátrico. Sua avó, curandeira respeitada na pequena cidade de Encantamento, Novo México, afirma que pode curá-la com suas ervas e poções. Sem alternativa, Daire vai para uma cidade perdida no meio do nada, longe da mãe, e com a avó que até então não conhecia.
O que parecia ser o fim, no entanto, revela-se o início de uma grande aventura: guiada pela avó, Daire descobre ser uma Buscadora de Almas, descendente de uma linhagem poderosa que, através dos tempos, vem garantindo o equilíbrio entre o bem e o mal tanto no nosso mundo quanto em outros mundos e outras dimensões."

***

"Nós não recebemos sabedoria; temos que descobri-la por nós mesmos, após uma jornada que ninguém pode fazer nós nem nos poupar dela."

Que Daire tem um dom, disso nós sabemos. Só é uma pena que ela não saiba!
Até então, isso acontecia duas, até mesmo três vezes por semana. Ela achava normal - antes acreditava que todos podiam fazer isso, mais não era assim, e ela acabou vendo que na verdade era a unica com esse dom - andar por ai, com o tempo parado, apenas ela em movimento. Tudo a sua volta perdia o movimento enquanto ela desfrutava desse mundo todo sem movimento. 
Sua vida passageira em Marrocos estava indo bem. Daire não tinha um lar, ela viajava por ai, com sua mãe Jennika, que era maquiadora e viajava junto com as grandes produtoras de filme de Hollywood, para as gravações. Não se pode sentir falta de um verdadeiro lar, quando sua vida em si sempre foi assim, você não sabe do que sentir falta já que só sabe como é essa vida. Daire era assim. 
As coisas pioram quando, em parceria com Vane - Astro Teen em ascensão - Daire acaba parando em uma praça, onde homens travestidos estão dançando um tipo de dança folclórica, só que para Daire não é isso que a chama a atenção, são os Corvos, as pessoas brilhantes e muitas cabeças decepadas, com muito sangue para todo o lado. Parece que só ela está vendo aquele horror. E no fundo sim, é só ela que está vendo mesmo. Ela entra em pânico e quando tenta sair uma cabeça se vira e grita por seu nome. Ela se desespera e o mundo a sua volta se apaga.
Acorda muito tempo depois já no quarto do hotel, amarrada em um mesa e descobre que teve um surto, um ataque psicótico (é o que dizem) - que machucou a si mesma e a Vane, e foram preciso muitas pessoas para domá-la - e agora o medico está dizendo que ela precisa voltar aos EUA e se tratar, talvez até mesmo ser internada. Quando perguntada se havia algum caso desse na família, Jennika enrola um pouco, um sinal de que ela estava escondendo alguma coisa.
A unica família que conhecia era ela. Tirando seu pai morto, que nem ficou sabendo que sua mãe estava gravida, morreu jovem aos 16 anos, e sua avó, que nem mesmo foi ao enterro do filho, e sumiu. Sem deixar pistas. 
Daire tem mais um ataque no avião, e por isso é proibida de viajar em linhas aéreas por um bom tempo - além de pagar uma bela multa. Os remédios a deixam zonza, dormente, mole. E as alucinações voltam sempre, as pessoas brilhantes , os corvos... Tem também aquele sonho, na clareira, com o garoto de olhos Azuis-gelo... Um sonho que a persegue. 
Tudo parece não ter outro caminho a não ser a internação. Os remédios não fazem efeito, Daire está sendo um rato de laboratório enquanto tentam enquadrá-la em algo já conhecido, ema doença ou problema já conhecido. Mais em sua mente está tudo claro, ela não é louca, ela vê algo que outros não são capazes de ver. Um dom talvez. Infelizmente parece não ter outra escapatória... Até que Jennika recebe uma ligação... E então, o futuro de Daire muda completamente. Sua avó volta, indica uma infusão de ervas e puff... As visões acabam, mas se Daire quer se "curar" de verdade ela terá que ir passar um tempo com ela, para que tudo seja posto em seu lugar. E é então que a viajem de Daire, nos três mundos, começa.
A cidade de Encantamento, no Novo México, é apenas o começo, a porta para outros mundos. E Daire aprenderá isso!

"-Você precisa se ajustar á escuridão para que a luz possa encontrá-la"

É até dificil comentar qualquer coisa sobre os Livros da Alyson. Eu realmente fico boquiaberto com o tipo de estudo que ela faz. Por que sinceramente, uma pessoa não sabe de tantas coisas assim á tona. É preciso um estudo sobre o folclore em sim, sobre o lugar, o estilo, e ela mostra isso tanto em Marrocos, quanto no Novo México. E é isso que mais me intriga - além do fato das escritoras americanas terem certo tipo de tara por homens de cabelos longos - que me deixa mais deslumbrado com esse trabalho de autor. Fazer algo imaginário, que até não não "existe" ganhar forma e localização. Encantamento, uma cidadezinha desértica e quente, sem asfalto ganha as paginas de Sonhos de uma forma que você passa a querer ir para lá. Você se sente aconchegado ao lugar.
Outro ponto forte - e fraco ao mesmo tempo - é a descrição, tanto de local, de sentimento, de pensamento... Alyson tem esse dom de fazer com que as palavras sejam mais profundas do que o normal, o que tenho que dizer, até a pagina, sei lá 200, fica meio chato. A narração é cansativa é muita informação, muitos sentimentos, e a letra pequena do livro também não ajuda muito, então você acaba ficando cansado. 
Só que, uma coisa que me impulsionou durante todo o livro foi: O tema. Ela montou uma trama tão rica, tão incrível, que poderia ter a levado em várias direções que você fica pensando "Cassildis, como será que ela vai conduzir isso?". Ela pegou um folclore tão abundante, tao intenso e ao mesmo tempo não explorado, tão vasto, e transformou em uma trama de fácil absorção. Não é mentira que essa coisa de "fantasia" sempre me atrai muito, mas não estamos falando de algo inexistente, inventado por ela, estamos falando de tradições de anos, que ganharam uma forma totalmente alternativa em suas mãos. Eu não conhecia esse dia festivo chamado "Dia dos Mortos", lógico, sei o que o dia representa, mais não especificamente a forma que é comemorado em todos os lugares. É isso que transforma a autora nesse monstro incrível com força de vontade em aprender que ela é.
Os personagens em si são bons. Não gosto muito da principal, acho que não tive tempo de me afeiçoar á ela. Sempre quieta, anti-social, indecisa. Hora é a Buscadora mais promissora de Encantamento, hora é uma adolescente que não consegue parar de tremer e mostrar fragilidade. A grande estrela do livro e minha opinião é sem duvida Paloma, sua Avó e Xotichl. Acho que um dos grandes acertos do livro foram as duas, Xotichl pelo seu dom incrível - e pela forma tão doce que é descrita - e Paloma pelo seu jeito tão forte e frágil ao mesmo tempo, mostrando uma mulher muito diferente da que eu imaginei na primeira pagina do livro.
Dace e Cade - adorei esses nomes, dá pra formar os dois nomes com as mesma letras, bem legal - são a grande incógnita do livro, pelo menos no começo, depois todo se encaixa. Só que algo que me encucou foi: Que raios é ser um Eco? Qual foi o grande ganhou de Dace mandando meia duzia de zumbis Richter para o Mundo superior? O que eles fariam lá? - levando em conta que mais da metade foi levado pela Guardiã de Ossos. Foi essa parte que eu achei meio Trash do livro, eu não consegui entender muito o porque dessa invasão. Ok, Cade não podia entrar no Mundo Inferior por que ele era, basicamente, apenas maldade, não havia luz nele - ao contrario de Dace, que era feito apenas de luz - mais ainda assim, não consigo entender o para que ressuscitar uns parentes deformados e feios e infiltrá-los lá. Na minha opinião isso ficou meio avulso. Mais isso é irrelevante. Não muda o fato de que em si,tirando a enrolação sentimental e a letra minuscula que a Leya pôs no livro, o livro é incrível. Amei o potencial cultural e as muitas vertentes que o livro poderia ter tomado.
Gostei muito de ter lido, e não vejo a hora de entender que raios é ser um Eco!

2 comentários:

  1. Oi R. S. Pereira,muito boa sua resenha...parabéns!

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  2. Gostei muito da resenha e também acho q o dialogo do livro ficou cansativo a partir da 200 mesmo, mas vc tem razão, o tema é perfeito!!!
    italo_supernatural@live.com
    http://acimadasnuvensblog.blogspot.com.br/

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