1 de fevereiro de 2016

Resenha - A Vingança de Mara Dyer

Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "A Vingança de Mara Dyer"
Autor: Michelle Hodkin
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501104649
Ano: 2015
Páginas: 378
Skoob: Livro
Estrelas: 5

Sinopse: "Terceiro e último volume da trilogia Mara Dyer.
A série mescla paranormalidade, conspiração e romance para contar a história de uma adolescente com poderes especiais. Elogiada pelas autoras das séries Divergente e Instrumentos Mortais, Michelle Hodkin cria aqui uma trama surpreendente, onde nada é o que parece. Depois de descobrir que consegue matar apenas com o pensamento, assim como seu namorado é capaz de curar com a mesma facilidade, Mara Dyer é capturada por uma inescrupulosa médica, que a faz passar por uma série de testes e experimentos. Mas Mara não está sozinha. Outros jovens com poderes igualmente extraordinários são usados como cobaia. Com a ajuda deles, e de um velho inimigo, ela consegue fugir e parte em busca de vingança". 

***

“- Não é melhor assim Mara? Não precisa ter medo, é só uma agulha, e é só dor. Ela não passa de um sentimento, e sentimentos não são reais”.

Michelle Hodkin cresceu no sul da Flórida, fez faculdade em Nova York e em Michigan. Quando não está escrevendo pode ser encontrada brincando com seus três cachorros. Sua trilogia “Mara Dyer” tornou-se rapidamente um Best-seller do New York Times, USA Today e Publishers Weekly, além de entrar no Top 10 de livros Young-Adult do ano de 2014 pela Time.com.
Sua trilogia foi agraciada por nomes como Cassadra Clare (Os Instrumentos Mortais): “Assombrosa e onírica”; e Veronica Roth (Divergente): “Assombrosamente engraçado, deliciosamente assustador e genuinamente pensativo”.

“- Nomes? – Perguntou a moça.
- Jesus – respondeu ele.
- Maria – disse Stella.
- Satanás – falei, enquanto passava por ela e abria a porta para o escritório de Ira Ginsberg”.

No final do segundo volume, A Evolução de Mara Dyer, Mara apagou ao sentir a força de poder destruir Jude com suas próprias mãos. Ao sentir suas unhas entrarem na garganta dele a escuridão tomou conta. Ela agora havia acordado, novamente, como de praxe, presa a uma cama de hospital. Mas algo estava diferente, não era um hospital qualquer. Havia espelhos por toda a sala e ela podia jurar que alguém a observava.
Kells. Ela entra na sala e Mara percebe que seja lá onde ela estiver, ainda está no Programa Horizontes. Só que desta vez era uma cobaia, não uma paciente. Presa em uma maca, sendo observada. A Drs. Kells explica que estão testando em Mara dois medicamentos, que, segundo ela, farão com que Mara seja “normal” e possa voltar para casa em breve. Seus sentidos mudaram, sua percepção de tempo faliu e agora Mara conversava com seu reflexo. Segundo ele, Ela ficou muito tempo inconsciente e ele, seu reflexo, sua outra personalidade, precisou entrar em ação para ajuda-la a processar tudo.
Seus pensamentos mudaram, ela estava travada, cansada, parecia um cão adestrado, fazia tudo e apenas o que Kells mandava. Não tinha liberdade. Até que Jude voltou. Mas ele não havia morrido? Não.
Mara acorda, depois de algo muito estranho acontecer durante um teste, e se encontra em meio a muito sangue, mas não era o sangue dela, era o de Wayne, jogado ao chão. Mas não foi ela quem fez isso. Foi Jude. Ele até deixou outra mensagem gravada em sangue – do Wayne – no chão da sala. “Me Ouça” dizia a mensagem, apontando para um gravador.
Ele a estava salvando.
Salvando Jamie e Stella também.
Mas quem salvaria todos de Mara?
Bem vindos a explicação de tudo! – choro básico-

“[...] – Como estava dizendo. Ele não pode te usar. Você é tipo a dona dele. Devia ter visto o jeito como ele ficou te olhando quando estava fora do ar.
Abri um pequeno sorriso.
- Que jeito?
- Como se você fosse o oceano, e ele estivesse desesperado para conseguir se afogar”.

Mara, Jamie e Stella agora estavam soltos – depois de trancos, barranco e muita morte envolvida -, mas não tinham para onde ir. Como voltar para casa e dizer: “Hey, mãe, matei geral no hospício e estou de volta! Ah, tudo pegou fogo porque o Jude decidiu que seria melhor e tals...”? Impossível. Eles decidiram então correr atrás do responsável pela Horizontes. Alguém deveria estar bancando tudo e sabia a respeito de tudo o que acontecia. Eles haviam pegado alguns papeis do Horizontes, fichas, recibos, documentos, e decidiram que correr atrás de quem fez aquilo com eles seria o melhor. E tudo começava em Nova Iorque. O contador do Horizontes era de lá e possivelmente ele saberia de algo. Mas havia algo ainda no ar, algo que Mara lutava para não acreditar: Kells disse que Noah havia morrido enquanto ela tentava matar Jude. O prédio desabou e adeus Noah. Mas ela não acreditava nisso. Não, ela sentia que isso não era verdade.
Era hora de pegar a estrada e acabar com essa história toda. Mas algo estava errado. Jamie e Stella estavam bem, já podiam usar seus poderes, pois o efeito do remedia havia passado, mas Mara não. E parecia cada dia pior. Além de não sentir mais seus poderes, ela também estava mal, vomitando de hora em hora e seu rosto parecia pálido, quase que morto. O que fazer agora? O que estava acontecendo com ela? Aonde essa trilha de vestígios da Horizontes os levaria?

“Essa é uma história de amor. Tortuosa e caótica. Cheia de falhas e ferrada. Mas é nossa. Somos nós. Não sei como vai terminar, mas sei como vai começar. Pego a caneta e me ponho a escrever: ‘Meu nome não é Mara Dyer, mas meu advogado disse que eu precisava escolher alguma coisa’”.

Respeito muito a autora dessa trilogia porque pensar em tudo que ela pensou, meu deus, não é para qualquer um. Ela nos deixou na mão durante dois livros para ligar e fechar todas as portas abertas no último. Ela fez uma ligação entre passado e presente maravilhosa. Não era apenas Mara contando o que estava acontecendo. Havia as visões de sua avó, que nos colocavam a par de certas informações importantes, e em certa altura Noah também – SPOILER – conta o presente em sua visão.
Um livro riquíssimo de informação. Aquele livro que todo leitor que ama uma trilogia vai amar, pois tudo, TUDO, é respondido e explicado.
Hodkin segue a mesma permissa dos outros livros, começo legal, interessante, no meio a coisa fica meio monótona, parecendo que não tem mais nada para descobrir nem mesmo mais nenhum lugar para chegar. E dai vem o final. Aquele final digno de hollywood, fodástico, que te segura, te prende e faz você tremer na base.
Na verdade, o inicio do livro é bem macabro. Parece uma cena de exorcismo, Mara começa a falar estranho, com uma voz estranha. Ela fala coisas impossíveis de se entender... Assim, já começamos o livro naquele clima gostoso de paranormalidade.
O final então nem se fala. Ela joga tudo em cima do leitor e fala: “Assimila, meu querido”, e essa é a hora que você passa a juntar fragmentos perdidos nos outros volumes, e falas desconexas e detalhes que você nem deu bola. A trama é enraizada, é oniricamente real, te faz surtar e reler algumas frases, pois você não acredita no que está acontecendo.
Esqueça essa coisa de super-heroína. Cada um vê o super-herói que convém na história. Mara parece mais sombria, mais determinada. Acreditei realmente que haveria mais matança e algo mais pesado. Mara matando todos sem dó nem piedade. E acontece um pouco sim, mas ela descobre que o seu poder não é apenas matar. Ela pode escolher. Mas toda escolha tem uma consequência. Uma vida pode ser dada se outra for tirada. É questão de escolha. O certo e o errado convém a cada um, depende do olhar.
Daniel, seu irmão, sem dúvidas é o personagem que eu mais amo. Gente, ele já havia me conquistado, mas agora... Ele tem meu coração por completo. Quando você ler, entenderá.
Acredito que a intenção da trama era realmente fazer com que o leitor pensasse a respeito. Mara é a Sombra. Noah é a Vida. Ela mata tudo ao seu redor e se Noah continuar com ela, também será morto – isso levando em conta que ele pode viver eternamente por causa de seu poder da cura – pois quando perto de Mara seu poder é anulado. É uma trama psicológica imensa, que faz você ponderar se o romance vale ou não a pena. Ele deve continuar com ela? Ou ele deve mudar o mundo, longe dela?
“O que eu espero para ele, o que a mãe dele esperava para ele, é que ajude a criar um mundo melhor. Sem você, ele pode”.
Eu ainda estou digerindo tudo, toda a explicação e todas as consequências. Mas sinceramente, eu amei demais essa leitura. Se envolver completamente na história é o melhor presente para um leitor, e Hodkin consegue nos presentear com isso. Obrigado Michelle.
04/55

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