Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "A Ilha dos Mortos"
Autor: Rodrigo de Oliveira
Editora: Faro Editorial
ISBN: 9788562409608
Ano: 2016
Páginas: 336
Skoob: Livro
Estrelas: 5
Sinopse: "Passaram-se vários anos desde que a maior colônia de sobreviventes do Apocalipse zumbi se transferiu para Ilhabela. Separada do continente por uma faixa de 1km de mar atlântico, a ilha surge como um ambiente seguro para as novas gerações, e distante das ameaças da Senhora dos Mortos e sua horda de zumbis.
Desde então, muitas coisas mudaram. Personagens importantes morreram e novos combatentes foram treinados para erguer a comunidade e recriar o sistema de administração e leis. Parecia que o mundo estava retomando o seu curso de paz.
Os habitantes de Ilhabela tinham agora formas mais seguras de lidar com os zumbis, então descobrem que alguns zumbis também mudaram. A forma de contaminação se torna mais rápida. Eles estão mais selvagens, ágeis e violentos. Deixe-nos apresentar uma evolução dentre os próprios mortos vivos...
E este não é o único novo problema. Com a reorganização da sociedade, o poder retoma o seu valor, e isto também, atrai ainda mais perigos.
Há uma grande espera pelo reencontro das irmãs, Isabel e Jezebel.
Este livro traz o surgimento de uma nova era, cruel e implacável, onde a perseverança dos sobreviventes e seus líderes será testada de forma muito diferente. Um livro cheio de reviravoltas, de movimentos bruscos, de cenas impensáveis.
“Onde encontrar esperança para continuar lutando quando a sua maior razão para viver se foi para sempre?”
Quarto livro da grande saga de ação e suspense, “As Crônicas dos Mortos”.
Deixai toda esperança, vós que entrais! - A Divina Comédia – Dante Alighieri".
***
“- E o que a senhora viou? O
que existe no futuro da minha filha? – A mãe da menina perguntou, animada.
- Destruição. Sangue. Morte,
Guerra. – Isabel encarou a moça, que arregalou os olhos.
- Tudo isso vai acontecer com
ela? E como isso pode ser bom?
- Essa criança vai mudar o
mundo. Finalmente o Otávio e o Uriel encontrarão um oponente à sua altura. Eu
não queria estar na pele deles, sobretudo quando ela for capaz de empunhar um
fuzil de longo alcance novamente”.
Essa semana tem autor
nacional aqui para vocês! Nosso autor dessa semana é o paulista Rodrigo de
oliveira, responsável por umas das séries de zumbi mais fenomenais que eu
conheço. Rodrigo hoje mora aqui na minha cidade, São José dos Campos, é casado,
tem dois filhos e além de escrever, também trabalha como gestor de TI. A Saga
“As crônicas dos Mortos” nasceu, pasmem, de um pesadelo. Depois de acordar
desse pesadelo, um tanto quando real, o Rodrigo caiu de cara e escreveu tudo,
originando assim o primeiro volume da série, “O Vale dos Mortos”. Hoje, venho
trazer para vocês a minha opinião a respeito do 4º volume.
“- O herdeiro de Uriel causará
mais sofrimento do que Jezebel. E não adianta nos iludirmos, ele será seguido
por muitos outros maníacos. Esse é apenas o começo de uma fase de absoluto
horror”.
A comunidade de Ilhabela
estava no auge de sua vitalidade. Trinta anos depois da chegada do grupo de
refugiados vindos de São José dos Campos, fugidos do demônio intitulado com
Senhora dos Mortos, o tempo era de paz e calmaria para os milhares de moradores
e refugiados. Eles tinham água, luz, comida,
um sistema de moeda, segurança, lideres que pensavam na comunidade, políticos...
Ou seja, toda uma estrutura para que a vida não seja apenas uma questão de sobrevivência.
Ivan, agora o prefeito
da cidade, havia deixado a parte de combate para seu filho Matheus, um homem
agora com mais de trinta anos. Todos os seus filhos na verdade já estavam
adultos e exerciam algum papel na sociedade de Ilhabela. Muita coisa havia
mudado nesse tempo todo. Muitas pessoas morreram com o tempo – graças a
problemas cerebrais – e muita coisa melhorou também. Eles agora tinham uma
usina para a produção de combustível, o porto de São Sebastião estava sobre
controle deles, e uma boa parte das estradas estavam limpas e transitáveis. Um
trabalho que demorou muito tempo, mas deu resultado.
Mas nem tudo no mundo
pós-apocalíptico é só flores. Não podemos nos esquecer dos zumbis... E de suas
evoluções. Agora temos os bersekers, criaturas evoluídas por conta de um surto
de adrenalina, loucas por sangue, de olhos agora vermelhos e ágeis. O novo
temor dos humanos. Depois de certo tempo, com a falta de carne, os zumbis
apenas evoluíam e se transformavam nessas coisas musculosas, rápidas e mortais.
Mas vamos a trama...
Duas grandes conquistas
da comunidade de Ilhabela estavam infestadas de zumbis agora. A Usina e o porto
haviam sido infestados de zumbis. Hordas gigantescas dos desalmados haviam
tomado conta dos dois lugares e tomar de volta tudo aquilo era questão de
necessidade.
O primeiro ponto era
trazer de volta o porto de São Sebastião, já que a viabilidade entre a ilha e
continente era mais do que necessário. Depois disso, vinha a parte que mudaria
o rumo da história completamente: A tomada da Usina. Ninguém poderia imaginar o
que essa ação tática causaria para a comunidade.
Após um atentado que
quase matou Ivan e sua esposa, Mariana – SIM, EU FALEI MARIANA! – Ilhabela passa
por uma investigação pesada para descobrir como o helicóptero de Ivan
simplesmente caiu no mar, quase matando ele e sua esposa. Além disso, na usina,
uma nova evolução dos zumbis é descoberta. Pois é, tudo pode ficar pior. Agora
se sabia que algo pior que os bersekers poderia existir e que não seria fácil
ganhar daquilo. Mesmo depois de ter sua cabeça estourada por um tiro, a coisa
havia voltado a vida, se regenerado, cerca de dez dias depois.
E não pensem que a
Senhora dos Mortos já era... Inocentes mesmo, essa safada volta a ganhar seu
espaço e a traçar os rumos da história. São José dos Campos havia sido dada
como uma espécie de “portão do inferno”. Nunca, ninguém que entrava lá, saia. E
todos sabia o porquê. Mas acreditem, essa v adia volta e faz uma zona na vida
de todos.
“[...] – Venha comigo, Isabel. Una-se
a mim nessa existência maldita. Assim poderemos voltar a ser irmãs. Todos
aqueles demônios la fora são parte da minha família também. Juntas, seremos
capazes de fazer coisas inimagináveis”.
Entendam que este livro,
na minha opinião, foi o mais difícil de se resenhar. O autor, Rodrigo de
Oliveira, montou uma trama tão entrelaçada e completa de detalhes que fica difícil
falar do enredo sem transcrever o livro todo.
O incrível em relação a
este livro em especial é a forma como a história é imposta aos leitores. No
inicio temos dois tempos: O inicio da vida em Ilhabela, ainda com Ivan e
Estela, e o futuro próximo com Matheus e seus irmão sobre o comando da Ilha.
Somos agraciados com flashs do passado, explicando como tudo foi se encaixando
nos eixos e o que aconteceu com certas pessoas. Ao mesmo tempo temos uma
injeção de “realidade futurística” mostrando os embates que acontecem no
presente.
Acredito que o autor
tenha levado essa coisa de “apocalipse zumbi” para outro nível. Não fica apenas
naquele drama emocional, que visa mostrar a evolução das pessoas em relação a
uma crise mundial. É bem ao contrario, percebe-se que quase não existe tanto romance embrenhado na trama, é ação, atrás
de ação. Um misto de investigação policial, Sy-fy, drama politico, terror (é, está
um pouco pesado essa edição), sobrenatural e espírita. Acreditem, vocês
conseguem notar isso durante a leitura.
O final é o mais intenso
e diferente de todos os que eu já vi. Não esperava a inserção desse tipo de
trama no meio de tudo. Eu já havia identificado algo neste sentido nos outros
livros, em algumas falas, sabe, mas não acreditava que isso pudesse acontecer.
Acredito que seja um ponto positivo e negativo para a trama. Positivo pois muda
o rumo de muita coisa na trama em sí. E negativa justamente por toda essa
mudança. Estamos chegando ao volume final da trama, então, levando em conta o
final de ‘A Ilha dos Mortos’, teremos muito a ser abordado no ultimo livro. A
realidade mudou completamente, os personagens também, e além disso temos a
inserção de algo diferente na trama. O autor vai ter bastante trabalho e eu
espero que dê tudo certo, pois o resultado seria uma trama ainda melhor do que
todas as outras envolvendo zumbis.
Foi uma aposta
arriscada, mas eu tenho certeza que valerá a pena.
O Rodrigo se tornou para
mim um George RR Martin, só que BR (kkk), de verdade, morre tanta gente, tanto
personagem importante, tanta gente que não poderia morrer que você fica bobo.
Mas de uma coisa eu tenho que concordar: esse, sem dúvidas é o livro mais
intenso. Não achei ele tão pesado como todos dizem, afinal, é o apocalipse
zumbi, vai ter morte, vai ter monstro, vai ter sangue. Superem. Mas concordo
que a morte quase que completa do elenco original nos deixa meio sem rumo.
Sem duvidas essa serie
continua sendo a minha preferida do gênero. Indico, de verdade, para todos que
parecem se interessar. É uma serie rica, boa, bem pensada e bem escrita. Por
que não dar uma chance? E a cada livro somos surpreendidos de uma forma tão incrível
que fica difícil não se apaixonar. Se vocês querem ler algo bom sobre zumbis,
bem vindos, essa é a serie.
17/55