16 de maio de 2016

Resenha - Vivian contra o apocalipse

Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "Vivian contra o apocalipse"
Autor: Katie Coyle
Editora: Agir Now
ISBN: 9788522031115
Ano: 2015
Páginas: 288
Skoob: Livro
Estrelas: 5

Sinopse: "Vivian Apple tem 17 anos e mal pode esperar pelo fatídico “Arrebatamento” — ou melhor, mal pode esperar para que ele não aconteça. Seus devotos pais foram escravizados pela Igreja faz tempo demais, e ela está ansiosa para que voltem ao normal. O problema é que, quando Vivian chega em casa no dia seguinte ao suposto Arrebatamento, seus pais sumiram e tudo o que restou foram dois buracos no teto…
Vivian está determinada a seguir vivendo normalmente, mas quando começa a suspeitar que seus pais ainda podem estar vivos, ela percebe que precisa descobrir a verdade. Junto com Harp, sua melhor amiga, Peter, um garoto misterioso que tem os olhos mais azuis do mundo e informações sobre o verdadeiro paradeiros dos seguidores da Igreja (ou é o que ele diz), e Edie, uma Crente que foi “deixada para trás”, os quatro embarcam em uma road trip pelos Estados Unidos. Mas, depois de atravessar quilômetros de eventos climáticos bizarros, gangues de Crentes vingativos e um estranho grupo de adolescentes auto-intitulados os “Novos Órfãos”, Viv logo vai perceber que o Arrebatamento foi só o começo.
Katie Coyle, vencedora do Young Writers Prize do jornal The Guardian em 2012, imagina uma realidade infelizmente muito próxima da nossa, em que capitalismo, política, entretenimento e religião se combinam para criar uma cultura de intolerância que não acaba com o Arrebatamento. Com reviravoltas surpreendentes, um humor mordaz típico da geração Y e personagens femininas que não devem nada a ícones como Buffy e Rory Gilmore, Vivian contra o apocalipse é uma estreia arrebatadora que vai fazer você questionar até onde iria pela verdade". 


***

Esta semana eu decidi ler um livro que está ganhando o coração de muitos leitores. Acabei vendo uns comentários ótimos sobre o livro e sobre o novo volume dele também, então decidi comprar e ver o que eu o livro reservava para mim. Antes de falar dele, vamos saber um pouco mais sobre a autora? Pois bem, esta semana teremos a resenha do livro “Vivian contra o Apocalipse”. Ele é escrito por Katie Coyle.
Coyle cresceu em Fair Haven, New Jersey e tem mestrado na Universidade de Pittsburgh. Seu romance de estreia, “Vivian contra o Apocalipse” (2015), foi nomeado um dos quarenta melhores romances YA de todos os tempos pela revista Rolling Stone. Sua ficção ganhou o Prêmio Pushcart, e tem sido destaque em veículos como The Southeast Review, Critical Quarterly, entre outros. Hoje ela vive em San Francisco com o marido, e toma conta de seu blog: katiecoyle.com.

“Estou roubando um carro. Fugindo. É o tipo de ato rebelde que os Novos Órfãos fariam. Não se parece nada com a Vivian Apple de antes. Mas esta é a Vivian Apple no fim do mundo”.

Há três anos a América vem esperando o fatídico dia do arrebatamento. Sabe, aquela passagem, ou versículo, ou salmo na Bíblia que fala que as pessoas ascenderão ao Reino do Céu e etc? Então. É isso. Tirando o fato de que ninguém mais usa a Bíblia, e sim O Livro de Frick, o profeta que foi tocado por anjos e previu o dia do arrebatamento, assim como o dia em que o mundo acabará, devastado por pragas, furacões, tempestades e etc, seis meses depois do fatídico dia 24 de março.
Neste dia do arrebatamento, Vivian e sua melhor amiga estão dando uma festa em uma das muitas casas abandonada na cidade de Pittsburgh. Muitos “Crentes” – como são denominados os seguidores, e fiéis e regenerados que seguem Frick – haviam deixado a cidade. E por que não dar uma festa de arromba bem no dia do Arrebatamento? A verdade é que mesmo seus pais sendo Crentes fervorosos, nem Vivian nem Harp, sua nova melhor amiga, acreditavam nisso. Elas só esperam que isso acabe logo e toda essa loucura acabe. Mas no dia seguinte, ao acordar e ir para casa, Vivian percebe o silêncio que está o lugar. Sobe até o quarto de seus pais e percebe que além de vazio, existem dois buracos no teto, onde passariam tranquilamente duas pessoas...
Eles foram arrebatados.
Não só eles, milhares de pessoas também foram levadas ao reino do céu. Assim como muitas outras também foram Deixadas para Trás. Muitos Crentes foram deixados e agora a América está prestes a presenciar uma mudança muito grande. Apocalipse será pouco para classificar.
Vivian, a garota tranquila, recatada, uma verdadeira santa, de uma hora para outra, graças ao arrebatamento e ao apocalipse que vem chegando, acaba encontrando vários caminhos a sua frente para seguir. Ela pode escolher ser a certinha e normal, ou pode ser a badass que sai de casa para cruzar o país com uma marreta para descobrir a verdade por trás disso tudo...
Nem preciso dizer quem ela decide ser e o quanto eu achei esse livro maravilhosamente louco, não é?

“Não acredito em ódio. Não acredito em dinheiro. Não acredito em Deus. Não acredito que seja tarde demais”.

É bem difícil falar sobre esse livro. Realmente não é aquele livro que você lê já sabendo o que esperar. O caminho de Viv é louco, sem precedentes nem apostas. A única coisa que temos de concreto é o país louco e fanático, o perigo de não ser um Crente e a amizade forte entre Viv e Harp – isso além do amor que ela sente por Peter.
Logo no inicio já vemos que ninguém está de brincadeira. E que o livro não é apenas mais um romancezinho. Fanáticos em busca de um espaço no paraíso matam o irmão de Harp, só por ser gay, e a partir dai o livro já começou a me prender fortemente. Katie Coyle realmente soube o que fazer com esta história. A escrita é fácil de ler e é incrivelmente ritmada. Repleto de remembers e falas, esse é o tipo de livro que você termina em dois dias e já corre atrás do próximo volume para ler.
O plano inicial de Viv era ir até a Califórnia – ela recebeu uma ligação de lá e por algum motivo ela acredita que tenha sido sua mãe. O mundo está louco, tudo está sendo monopolizado pela Igreja. Escolas, canais de tv, mercados, governos... Tudo tem sigo comprado e passado para o nome da Igreja. Não existe mais um lugar seguro e a cidade de Viv, depois que ela volta de uma pequena estada em NY com seus avós loucos – parece estar um caos. Ela e Harp precisam sair de lá.
Harp sempre tem um plano e para iniciar essa jornada louca e sem precedentes ela acredita que tenha uma fonte que pode ajudar com mais informações. É ai que Peter finalmente entra na história – mais uma vez.
Foi difícil para mim ler esse livro. Não por que eu não gostei, mas porque quando eu leio, eu tento entrar na história, e gente, pelo amor de Frick – brincadeira, desculpa Deus – como alguém pode criar personagens tão loucos e psicopatas? De verdade, eu ficava nervoso com todos, sabe aquele nervoso de medo, e de dificuldade de aceitar que alguém poderia estar cego ou pensar daquele jeito? Então.
Já digo logo de cara que a história é louca, o desenrolar é mais louco ainda, você não consegue prever o que acontece. É tudo uma grande e massiva histeria degenerada que quando tudo vem à tona você pensa: “Caralho, faz sentido. Como eu não pensei nisso?”. Parece que a cada parada as coisas ficam piores, e isso deixa você bem abalado psicologicamente.
A autora realmente soube criar uma trama bem diferente de tudo o que já vimos. Uma trama que tem tudo para ser só mais uma distopia, mas que também pode sim se tornar realidade se observarmos bem o nosso dia a dia. As pessoas se veem necessitadas a cada dia mais de se prender a algo, de se apoiar em algo maior. Quem pode me afirma que uma histeria geral não pode acontecer a qualquer momento?
Se tiverem a oportunidade de conhecer esse livro, de lê-lo, façam. Não vão se arrepender. Eu o terminei e já estou louco para ler o segundo. Se eu tivesse dinheiro agora, pode ter certeza que já teria comprado para devorá-lo agora mesmo. Espero que apreciem tanto a leitura quanto eu apreciei.
Esse é o segundo livro sobre o arrebatamento que eu leio esse ano... Será que é um sinal? #Medo
19/55

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