3 de junho de 2013

Resenha - Abandono

Cuidado, contém GRANDES SPOILERS!!!

Nome: Abandono
Autor: Meg Cabot
Editora: Galera (rica) Record
Ano: 2013
ISBN: 9788501095343
Skoob: Livro

Sinopse: "Pierce tem dezessete anos de idade e sabe o que acontece quando morremos. É assim que ela conheceu John Hayden, o misterioso estranho que fez ela voltar a vida normal — ao menos a vida que Pierce conhecia antes do acidente — quase inacreditável. Embora ela pense que escapou dele — começando em uma nova escola em um novo lugar — confirma-se que ela estava errada. Ele a encontra. O que John quer dela? Pierce acha que sabe… também acha que ele não é um anjo da guarda, e seu mundo sombrio não é exatamente o céu. Mas ela não consegue ficar longe dele, especialmente porque ele está sempre lá quando ela menos espera, exatamente quando ela mais precisa. Mas se ela deixa cair qualquer coisa, ela pode se ver no lugar que ela mais teme. E quando Pierce descobre uma verdade chocante, sabe de onde John a salvou: o submundo."

***

Na mitologia grega...

 Perséfone era filha de Zeus e de Deméter, deusa da agricultura, tendo nascido antes do casamento de seu pai com a deusa Hera. Quando os sinais de sua grande beleza e feminilidade começaram a brilhar, em sua adolescência, chamou a atenção do deus Hades, que a pediu em casamento.
Hades, sem querer consultar Deméter, e nem se quer ligar para a opnião de Zeus, seu irmão, emergiu da terra e raptou-a levando-a para seus domínios (o mundo subterrâneo), fazendo dela sua rainha. Sua mãe, ficando inconsolável, acabou por se descuidar de suas tarefas: as terras tornaram-se estéreis e houve escassez de alimentos, e Perséfone recusou-se a ingerir qualquer alimento e começou a definhar. Deméter, junto com Hermes, foram buscá-la ao mundo dos mortos, a pedido de Zeus. Entretanto, a única maneira para que ela pudesse sair do mundo dos mortos era se ela não estivesse ingerido nada, porem ela havia comido uma semente de romã. Diante desta situação, fez-se um acordo: ela passaria metade do ano junto a seus pais, quando seria Perséfone, a eterna adolescente, e o restante com Hades, quando se tornaria a sombria Perséfone. Este mito justifica o ciclo anual das colheitas e das quatro estações. Mais pela percepção de Meg Cabot, o mito ganhou novas vertentes...

"- Cinco Rios. Consegue pensar em um lugar que tenha cinco rios? Vamos. Adivinhe... [...] - É muito simples... Dor. Lamento. Fogo. Esquecimento e ódio... [...] - Não ensinam nada útil para as crianças hoje em dia? O mundo Inferior!"


Hoje Pierce Oliveira é uma garota normal. Talvez nem tanto assim, mais para uma pessoa que já teve uma EQM, ela até que tá indo bem (tirando o deus da morte que vive seguindo ela).
EQM nada mais é que uma “Experiência de Quase Morte”. Com 15 anos, Pierce ao tentar salvar um passarinho, que até então estava machucado em cima da cobertura da piscina, ela acabou tropeçando e caindo dentro da piscina, ficando enroscada na rede e na cobertura, como se estivesse imobilizada, ah, e ela também bateu a cabeça. Resultado, Pierce morreu afogada,imóvel e com hipotermia.
Ao abrir os olhos, ela percebeu então que estava em lugar totalmente diferente da piscina onde havia ficado imóvel segundos antes. Logo um homem com um Tablet perguntou seu nome, e então a mandou ir para uma das duas filas que havia logo ali á frente, nas margens de um longo e extenso lago. Ali era frio e o céu estava sempre com aquele tom alaranjado. Não havia noite, nem dia, o lugar era sempre daquele tom, na verdade não havia céu, aquilo tudo não passava de uma gigantesca caverna. Pierce não estava entendo nada, estava perdida, molhada e com frio. Na fila oposta várias pessoas, desesperadas tentavam vir para a fila onde ela estava, mais os guardas montados em cavalos não deixavam que isso acontecesse.
Eles estavam esperando a barca, que logo chegaria.
Foi quando de longe, Pierce reconheceu o homem que a muito tempo atrás, ela havia conhecido no cemitério no dia do enterro de seu Avô. Era impossível esquecer-se da pessoa que para fazê-la parar de chorar, na época tinha 7 anos, fez com que uma pomba morta voltasse á vida, e voasse para longe.
Pierce correu em sua direção, o que acabou assustando seu cavalo que ao dar um pulo por pouco não machucou Pierce, que com medo, acabou caindo de joelhos. A preocupação de Pierce pelo próximo era maior que tudo, e então antes mesmo de ver se estava realmente bem, ela perguntou para o homem se ele estava bem, já que havia caído do cavalo no ataque de susto do animal, e esse tipo de ação que Pierce havia tomado era novidade por ali, ninguém se importava com isso, ninguém se importava com ele.
John era o nome do homem.
No inicio ele não a reconheceu, e acabou tentando a levar para outra fila, numa forma de puni-la por ter saído de sua fila e causado aquele transtorno todo, mais depois, quando viu as lágrimas nos olhos da garota, John perguntou seu nome, e eis que ele se surpreendeu mais uma vez.
Como filha de quem era, Pierce começou a reclamar do lugar, enquanto John apenas olhava em seu Tablet, procurando pelo nome dela nos arquivos. Pierce reclamou da forma como as pessoas eram tratadas, do frio, e das filas. Ela tremia de frio, pois ainda estava molhada. Eis que John após fazer sua pequena pesquisa no Tablet a convida para ir á outro lugar, e esse talvez seja o segundo erro dela, ela aceita e num piscar de olhos se vê dentro de um quarto, mais aconchegante, com roupas secas e cabelos arrumados. Ela estranha tudo isso, e pergunta o que ela estava fazendo ali.
Morta.
É o que John diz a ela.
Ela estava morta, e agora, graças á esse passeio aos aposentos de John, ela havia perdido sua barca. Ele explica calmamente o que aconteceria de agora em diante, Pierce seria sua companhia por toda a eternidade, e lhe presenteia com um colar, que segundo ele, a protegeria contra as fúrias – espíritos não conformados com o seu destino depois da morte e que fazem qualquer coisa que estiver ao alcance para se vingar de John, o gerente do lugar – mais Pierce não quer ficar ali, não consegue imaginar passar toda a eternidade ali.

John oferece um chá para que ela se aqueça e se acalme, e então Pierce visualiza sua possível porta de escape. Joga o chá quente na cara de John e corre em direção ao corredor logo á sua frente. Haviam duas escadas, uma indo para baixo e a outra subindo, como se houvesse sido guiada pelo colar, Pierce escolhe a escada que desce, e acorda em um hospital, livre, viva, e mais encrencada que nunca!

"Que diferença faz o que aconteceu com Perséfone? Não foi nada comparado ao que aconteceu comigo. Na verdade, Perséfone teve sorte, pois sua mãe veio salvá-la.
Ninguém veio me salvar."

Ainda não havia tido a oportunidade de ler nenhum livro da Meg, tinha sim o interesse por um em especial (“Sorte ou Azar?”, que é um olho da cara). Já ouvi falar muito também da Serie “A Mediadora” e “O Diário da Princesa” e tals, mais nunca me interessei... E tenho que confessar que me arrependi de não ter tentado ler antes, porque amei muito a escrita dela, a forma como ela coloca os fatos, o clímax.
Em especial, amei a forma que ela se inspirou em um conto da Mitologia Grega, para formular sua história, e que história!!! 
Pierce só voltou à vida mesmo, porque ela havia batido a cabeça e desmaiado, e graças á hipotermia, era possível tentar uma reanimação, já que o frio havia conservado seus órgãos. Depois do acidente, seus pais se separaram, pois para Deb, defensora dos Colhereiros e sua mãe, o culpado pela morte de Pierce era o Pai, rico e dono de uma grande empresa que mexia com petróleo e seus derivados. Depois da separação, Pierce até tenta voltar a vida, mais sua vida nunca seria a mesma. Segundo John, o colar (que mais para frente Pierce descobre que já matou milhares de pessoas) a protegeria das Fúrias. E apenas em duas situações ela viu o colar ficar escuro (sinal de perigo).
A primeira quando um joalheiro tentou pegá-la, a acusando de roubar o colar, e a segunda logo depois, com seu professor, que tentou fazer coisas “impróprias” (vocês entenderão o porquê das aspas depois de ler!) com ela. Em ambas John apareceu e a salvou, mais da ultima vez, não deu muito certo, rolou até um processo civil e tudo. John havia estraçalhado os ossos da mão dele.
Tentando começar de novo, Pierce e sua mãe se mudam para Isla Huesos, que ficava na costa sul da Flórida, onde toda a família de sua mãe morava. Mais lá, não era diferente, John também estava ali. Mal sabia Pierce que ali, era a casa dele, talvez uma das portas para o Mundo Inferior.
Eis então que entra um novo cenário no livro. Assim como novos personagens. Alex, seu primo, Chris seu tio ex presidiário e viciado no canal de previsão do tempo, Jade, uma garota que vai tentar socializar de novo Pierce na nova escola, fazendo assim parte do programa Novos Caminhos, um dos mais bem falados do país, e também Seth, o cara que, até então, na minha percepção, seria um possível par romântico, já que logo no inicio John dá um pé na bunda de Pierce. Meg criou bons personagem, cada um de sua forma, contribui para o desenvolvimento do cenário em Isla Huesos. Nada complexo e superficial, apenas simples. (mais tenho que comentar que: 1 - não sei porque as escritoras americanas tem essa fixação por homens de cabelo longo e roupas pretas;2 - Meg foi bem categórica no visual de Seth, gostei bastante dele, até mais que do John! )
Até parece que depois que John tem um ataque de fúria e joga o colar de Pierce fora (o que, me desculpem, achei que deveria ter ganhado um ilustração na capa do livro também) tudo na vida de Pierce vai dar certo. Escola, amigos e até possíveis paqueras. Mais nem acontece assim não viu. Seth tem namorada, Alex acaba brigando com Pierce depois que ela aceita ir se sentar com os populares num quiosque da praia e Kayla ao que tudo indica, tem uma queda por Alex (mais isso é uma suposição, a autora não deixa isso claro no livro). Então vem o portão do cemitério quebrado (cortesia do estourado do John), o cancelamento da Noite do Caixão garças ao ataque de furia de John (que eu entendi mais ou menos o porque dessa noite, só que, de fato, não é explicado exatamente como John morreu, e porque foi designado para cuidar de uma das triagens que levam as pessoas ao seu destino final), e o que mais me deixou encucado, fica visível que Seth e os amigos, só se aproximaram dela por causa disso, para poderem produzir o caixão com tranquilidade sem que ninguém ameace atear fogo nele no meio da garagem, como havia acontecido na Noite do Caixão do ano anterior, já que Pierce era a única na escola que morava em um condomínio fechado. Mais ainda assim ela deixa, na verdade a mãe dela deixa, e ela não faz nada, parece não ligar para a amizade superficial que estava criando.
E então Jade morre, seu tio é preso e Pierce descobre que a vaca da sua avó é uma F.... SPOILER SPOILER SPOILER!

Gosto de comparar esse livro com o livro da Amanda Hocking, "Trocada". É o mesmo tipo de leitura gostosa e envolvente. Pelo menos eu não me senti entediado em nenhuma parte, e tenho que perder essa mania de ler uma frase, e por curiosidade ler mais para a frente pra ter uma noção do que vai acontecer. O livro é muito bom, e tenho que dividir, o fim é nostálgico e broxante. Vamos ter que esperar o segudo Volume, 'Submundo', e nem sei quando vai lançar! Ah, não deixem de ler a "Nota da Autora" é bem legal!

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