9 de março de 2015

Resenha - Até que eu morra

Cuidado, pode haver Spoilers!!!
Livro: "Até que eu morra"
Autor: Amy Plum
Editora: Farol Literário
ISBN: 9788582770467
Ano: 2014
Páginas: 429
Skoob: Livro
Estrelas: XXX

Sinopse: "Kate e Vincent estão finalmente juntos em Paris, a cidade das luzes e do amor. Mas esse amor carrega uma questão que não pode ser ignorada: como eles poderão permanecer juntos se Vincent não resistir a se sacrificar para salvar outros mortais? A promessa de levar uma vida normal com Kate significa deixar que pessoas inocentes morram?Quando um novo e inesperado inimigo se revela, Kate descobre que há muito mais coisas em risco... e que até mesmo a imortalidade de Vincent pode estar ameaçada."

***

Eu vou começar essa resenha diferentemente das outras, por que o meu nível de indignação é gigantesco e eu não vou aguentar esperar chegar até o meio para dizer o quão puto eu estou da minha vida. Onde já se viu terminar o livro assim minha gente? Cadê o respeito? O amor ao próximo? Jesus até disse, como que é mesmo?... Amai ao próximo, não foi? Então! Como essa autora faz isso com a gente? De verdade? Palhaçada, uma puta falta de sacanagem. Estou putíssimo da vida, indignado, chateado, bolado, magoado e tudo por sua culpa Amy Plum!

“- Você pode ser de uma época em que seres como você desprezavam os humanos. Uma época em que se achava que só os homens eram inteligentes o bastante para receberem educação... – apontei para a pilha de livros em volta dele -... e moças como Violette precisavam ter protetores. Mas estamos no século XXI. E eu tenho isso – puxei o signum para fora da blusa e ergui-o para que ele visse -... que diz que sou do clã. E tenho isso...- apontei para a minha cabeça -... que diz que sou tão inteligente quanto você. E tenho isso...- mostrei o dedo médio -... que diz “Vai pro inferno, seu racista imortal!”

Essa semana a minha leitura foi dedicada aos Revenant’s, e me vi teletransportado á Paris! ~ VOULEZ-VOUS COUCHER AVEC MOI ~
Para quem não conhece, Amy Plum nasceu em Portlant (Oregon) em 1967 e cresceu no Alabama. Formou-se em Psicologia pela Wheaton College, em Illinois e como podemos ver na serie, o seu amor por Paris é grande, mas antes de se estabelecer na França, ela morou em Londres e Nova York. Ficou conhecida no mundo todo pela série “Morra por Mim”, uma serie fantástica que, na minha opinião, é uma das mais originais e bem feitas dos últimos anos. E é sobre o segundo volume dessa série que falaremos hoje.
Neste segundo volume temos uma Kate muito mais forte, já que o baque de descobrir que seu namorado perfeito era um desmorto viciado em morrer por humanos já passou, que se encontra em uma realidade bem diferente da realidade criado no primeiro livro. Ela agora faz parte do Clã, e se sente como se fosse da família. Mas isso é apenas no começo.
Com a saída de Charles e Charlotte – depois da tentativa dele de se matar, pedindo a ajuda dos Numa – Violette e Arthur entram em cena. Sua chegada já era esperada, pois, desde que Kate decepou a cabeça do líder Numa, Lucien, as coisas andam muito quitas e suspeitas. Violette e Arthur são os Revenants mais velhos que se noticias, e seus conhecimentos são imprescindíveis para um momento como esse.
A cada página fica visível o desespero de Kate e Vincent em encontrar algo que possibilite essa relação. Que de certo modo acabe com essa sede de morrer que Vincent tem. Kate não aguentaria ver seu amado morrer duas vezes por ano, por mais importante que seja isso para a humanidade. Tudo isso se torna mais forte ainda quando Geneviève fica viúva – seu marido humano acaba falecendo enquanto dorme – e Kate passa a remoer essa relação que tem com Vincent. Como manter um relacionamento entre uma Mortal e um Imortal?
Esse, até então é o pressuposto tema desse segundo volume, mas, por favor, abram seus óleos – erro proposital.

“- São bonitas – Comentou, inclinando-se para cheirá-las.
- Foi Violette quem mandou. – Eu disse, observando a reação dela.
- Parecem ervas daninhas – emendou, aprumando-se e indo sentar ao lado de Papy á mesa.”

Meu deus do céu, que livro é esse? Sabem o que é ler um livro de 436 paginas em 3 dias? Pois bem, esse foi o meu Drama. Amy Plum criou uma trama, um decorrer de fatos tão envolvente, que você não consegue parar.
Sem dúvidas a história melhorou e muito desde o primeiro volume. Sempre amei essa temática, que é diferente de tudo que temos no mercado hoje em dia. Amy consegue encaixar todo esse universo alternativo em meio á bela Paris e faz com que tudo se encaixe. Fatos históricos, lugares famosos, como o Mercado das Pulgas, e até mesmo artefatos de arte, tudo. Ela criou uma trama para deixar qualquer escritor de cara no chão. Amo essa imersão na arte que a autora faz, ela introduz a arte de uma forma crucial e importante para se entender o contexto. Desde um livro falando sobre o significado das flores, até um livrinho que possui a chave de toda uma trama.
E os personagens? Fiquei abismado com a perfeição dos personagens. Jules, Ambrose, Viollet, Arthur, até mesmo Georgia ganhou um espaço maravilhoso nesse livro.
Sobretudo, passamos o livro todo á mercê da aparição dos numa, que estão “escondidos” tramando algo com seu novo líder da América do Norte. E uma coisa eu digo, não duvidem de Kate em momento algum. Pois é graças á ela que no meio do livro eu consegui entender o que estava rolando.
O que mais me deixou aflito, foi o final. Gostaria de deixar aqui muitos palavrões e xingamentos que minha mãe desaprovaria, mas não vou fazer. Nunca amei e odiei tanto uma autora assim. Se ela estivesse aqui – essa é pra você Amy Plum – eu bateria muito nela. Onde já se viu terminar um livro assim?
Arthur acaba humilhando Kate no meio do livro, a excluindo de uma reunião importante por ser uma Humana – segundo ele, ela não devia saber de certas coisas sobre o mundo deles. Lógico que isso é ridículo, mas esse clima de exclusão social fica até no fim, numa das partes onde eu realmente chorei. Eu lia e chorava com o desfecho, e com a forma que tudo acontecia. Acho que não existe coisa pior do que você se sentir alocado, sabe, se sentir não “bem-vindo” ou que não se encaixa? E essa safada da Amy Plum conseguiu fazer com que eu me sentisse assim no final. Só me lembro de ler a ultima frase, e xingar ela muito, muito mesmo.
Somos jogados no mundo dos Revenants de uma forma mais profunda, graças á Violette. Descobrimos um pouco mais da história deles com o passar dos anos, e aprendemos mais sobre esse novo mundo tão complexo e perigoso. Confesso que não entendi muito bem de onde surgiu a profecia do Guardião. Tipo, ela apenas aparece e puff. Deveria de alguma forma ter algo explicando de onde surgiu, mas não tem, e isso é o de menos, isso se perde em meio ao quebra cabeças que Kate, meio que sem querer, querendo, monta.
Foi a leitura mais prazerosa que tive até agora – neste ano – e indico ela para todos você. Claro que essa pequena resenha não é nem 5% do livro. A trama é muito intensa, e faz você se perder por entre as páginas, como se Paris fosse ali, do outro lado da rua.
Amy Plum, cadê essa maldita continuação? Por que eu tenho a intuição de que nem tudo vai ser feliz no 3º livro. Jules? Será? Não gostaria desse final, só digo isso. Foi a primeira coisa que passou na minha mente! Sem falar no fato de que, eu realmente achei que teríamos Kate como uma Revenant, mas pelo que vi, isso nem passa na cabeça da autora.
7/50

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