29 de dezembro de 2016

Resenha - Perfeitos

Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!


Livro: "Perfeitos"
Autor: Scott Westerfeld
Editora: Galera Record
ISBN:  9788501083715
Ano: 2005
Páginas: 382
Skoob: Livro
Estrelas: 5

Sinopse: “Tally finalmente é perfeita. Agora seu rosto está lindo, as roupas são maravilhosas e ela é muito popular. Mas por trás de tanta diversão – festas que nunca terminam, luxo e tecnologia, e muita liberdade – há uma incômoda sensação de que algo importante está errado.
Então Tally recebe uma mensagem, vinda do seu passado, que a faz se lembrar qual é o problema na sua vida perfeita. Agora ela precisará esquecer o que sabe ou lutar para sobreviver – as autoridades não pretendem deixar que alguém espalhe esse tipo de informação”.

***

"- É assim que as coisas acontecem. Geralmente, sem pílulas misteriosas ou Especiais botando a porta abaixo. Fora isso, é sempre um risco... Dar um beijo em uma pessoa diferente".

Sobre o autor
Scott Westerfeld nasceu no dia 5 de Maio de 1963 e graças a sua série distópica “Feios” é um dos autores americanos de ficção científica mais conhecido do mundo. Ele nasceu no Texas, mas atualmente divide seu tempo entre Sydney na Austrália e Nova Iorque nos Estados Unidos.
Quando criança, Westerfeld se mudou para Califórnia e Connecticut por motivos relacionados ao trabalho do pai, que era programador de computadores. Scott se formou em 1985 na Vassar College e foi compositor no início de sua carreira. Nos anos 80 mudou-se para Nova Iorque, onde inspirou seu livro “Polymorph” e em 2001 casou-se com Justine Larbalestier, que também é escritora. Além da série “Feios”, Scott também é responsável por uma série em mangá, mostrando o lado de Shay na história, chamado “Shay’s history” e recentemente lançou mais um livro, chamado “Afterworlds”.

"- É melhor encarar, Tally-wa. Você é Especial".

Sobre o livro
Tudo em nome da ciência.  Tally Youngblood se entregou á Circunstancias Especiais para assim poder descobrir se a cura da mãe de David, a Dr. Maddy, realmente funciona. Mal sabia ela que depois de operada tudo realmente mudaria. Em um mês como perfeita sua única preocupação foi seguir a risca as recomendações das festas. Estar “borbulhante” era o que importava. Só assim ela conseguiria entrar para o grupo de perfeitos mais badalados de Nova Perfeição: os Crims. Perfeitos que, quando feios, faziam muitas “mal criações”.
Mas durante sua festa de admissão, que mudou o tema haras antes de acontece, transformando-se em uma festa a fantasia, Tally percebe uma fantasia que a deixa nervosa. Quem em santa consciência se fantasiaria de agente do Circunstancias Especiais? Mas alguém havia feito isso e a estava seguido. Ela podia sentir. Talvez fosse apenas suas memorias de feia entrando em ação, afinal, ela havia criado uma boa confusão com os Especiais – ela era famosa em Nova Perfeição antes mesmo de fazer a cirurgia por causa disso.
Mas ela percebe que tem razão quando vê que realmente está sendo seguida. Sem aguentar mais esse jogo de esconde-esconde, ela vai até a pessoa fantasiada e descobre que por tras da mascara há um... Feio. Mas não só um feio, um feio conhecido. Ela se lembra dele da época em que esteve na Fumaça. Croy, sim, seu nome era Croy. Mas o que ele estaria fazendo ali, numa festa em Nova Perfeição? E ainda por cima vestido de agente da Circunstancias Especiais?
Depois dessa visita a vida borbulhante de Tally vai mudar completamente e ela mal sabe disso quando decide perseguir Croy e descobrir o que ele havia trazido para ela. A única pista era: Valentino, 317.

Sobre o que esperar
Esse livro é tão... BORBULHANTE!
Sério, assim real, eu fiquei muito nervoso com isso. Essa coisa de borbulhante. Eu até pensei em contar quantas vezes essa palavra é dita durante a narrativa, mas não teve como. Todo paragrafo tinha um borbulhante incluso.
Mas ainda assim eu me surpreendi com o livro. De formas positivas e negativas. Achei que a imersão no mundo perfeito feita pelo autor foi muito bem feita. Principalmente quando Tally e Zane, seu novo mozão, começam a ver a realidade do mundo perfeito. As festas, os comentários, as conversas, é tudo tão robótico, programado, que quando os dois passam a fingir você consegue sentir a tensão em cada ação, a forma como qualquer deslize posse desmascarar a cura deles.
Acene, sorria e diga “Isso é tão borbulhante!”. Ser perfeito se resume, basicamente, a isso. E quando os dois mudam, tomam os comprimidos enviados pela doutora, é perceptível o “destoamento” – como se essa palavra existisse – das atitudes deles.
O estilo de vida, as “prioridades”, o constante e sem fim estado de alcoolismo, os costumes, os grupinhos... Meu deus, Scott Westerfeld realmente ahazou nesse quesito. Ele conseguiu ser bem original em relação ao mundo que criou.
Mas, eu preciso dizer, que o meio, da segunda para a terceira parte do livro, na minha opinião, a história ficou bem  difícil de acompanhar. A escrita ficou monótona, realmente chata e toda aquela coisa de “Reserva de Estudo” foi, digamos, peculiar. Não esperava isso no enredo, achei muito bem pensado, mas ao mesmo tempo acredito que ficou bem mal explicado. Além de estudar, o que mais era feito com as pessoas? De onde elas surgiram? São sobreviventes do antigo mundo enferrujado? Se não, de onde vieram?
Assim que essa parte termina, Jesus. Aja coração. Foram as 40 paginas mais rápidas da minha vida. E eu acho isso ótimo. Mesmo quando parece que a peteca esta caindo, o autor consegue ir lá, finalizar e começar o final com maestria, tirando o ar de quem está lendo.
Não sei o que acontece comigo, mas distopias prendem muito a minha atenção. Não só prendem como me influenciam muito. Tirando todo o enredo distópico e o mundo devastado por um vírus que entra em combustão quando se junta a qualquer coisa a base de petróleo, a história é bem convincente. Confesso que se fosse eu, se me oferecessem aquela realidade, sustentável, perfeita e tranquila, eu acho que eu iria. Afinal sempre quis um relógio de pedras preciosas borbulhante que marca as horas de trás para frente nos meus olhos!
Não, sério, algumas coisas, como a guerra, o desmatamento, a influência do ser humano na natureza, a violência, os sentimentos conflitantes – ou seja, nosso extinto animal -, são bem autoexplicativas. Não como não concordar. Mas a partir do momento que você tira a capacidade de decisão das pessoas a utopia se torna uma distopia, e nós sabemos que toda distopia não tem um final feliz para quem está lá em cima.
Não se deixem levar pelas criticas desse site kkk. A história é muito boa e vale a pena você perder umas horinhas lendo. Vale bastante a pena!
54/55

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