22 de julho de 2013

Resenha - A Culpa é das Estrelas

Cuidado, contém alguns GRANDES SPOILERS!!!

Nome: A Culpa é das Estrelas
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Ano: 2012
ISBN: 9788580572261
Skoob: Livro

Sinopse: "A culpa é das estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer - a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas.
Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, A culpa é das estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar."

***

““A culpa, meu caro Bruto, não é de nossas estrelas/Mas de nós mesmos.” Fácil falar quando se é um nobre romano (ou Shakespeare), mas não há qualquer escassez de culpa em meio á nossas estrelas.”

Eu acho que sinceramente, não conseguiria estruturar essa resenha da forma que estou acostumado a estruturar. Então, como sempre, essa será bem diferente das outras. Talvez eu esqueça de algo importante, ou de atenção a algo que realmente não mereça atenção, mais ainda assi, espero que gostem, pois creio que não vou conseguir expressar aqui o quanto amei o livro!

"E então você está no ônibus LOTADO, voltando pra casa depois de um longo dia de trabalho, e se pega com os olhos cheios de lágrimas, pois não podia acreditar que o livro terminaria assim. As pessoas te olhando e você pensando "FODA-SE um dia o sol vai explodir e essas pessoas vão esquecer disso, e toda a humanidade vai cair no esquecimento, pois nada é eterno!". "

Hazel Grace, moradora ilustre de Indiana, tem dezesseis anos e tem Tireoide com metástase nos pulmões e por isso anda por ai com um cilindro de oxigênio, que fazem cosegas em seu nariz e a mantém viva e respirando. O máximo que ela faz é comparecer ás aulas da faculdade, sim ela é uma universitária, e de vez em nunca participar da ‘punheta grupal de apoio mútuo onde todo mundo fala sobre lutar, combater, vencer, remitir e examinar seus cânceres’. É nesse grupo que Hazel acaba conhecendo Augustus Watters, melhor amigo de Isaac, coitado, que ficou cego e perdeu a namorada que dizia não poder lidar com a falta de visão dele – há, o cego na história é ele, e é ela quem não consegue lidar com isso!
“Senhora, o carro da sua filha acabou de ser merecidamente coberto de ovos por um cego. Feche a porta, por favor, e volte para dentro de casa, senão seremos forçados a chamar a policia.”

Augustus tinha dezessete anos e sofria com Osteossarcoma, e tinha uma perna amputada por conta do câncer, mais até então estava livre dele, ele já havia entrado para o grupo dos SEC (sem indícios de câncer). E então os olhinhos verdes de Hazel se encantaram pelos olhos azuis de Augustus.
Desde o inicio do livro você percebe o tom irônico em quase tudo que ela diz. Hazel é engraçada, inteligente e um tanto quanto ‘exclusa’ socialmente. Tipo, com o decorrer da história você meio que pensa “Putz, mais todo mundo dessa cidade tem câncer?”, mais  você entendendo acaba que, pessoas com essa doença, tendem a passar mais tempo em hospitais e em grupos de apoio a pessoas que sofrem com isso e que já passaram com isso, ou seja, você acaba se vendo rodeado de pessoas com os mais variados tipos de câncer.
O livro aborda o câncer de uma forma tão irônica e relaxada que me fez ver o câncer de outra forma. Em um dos capítulos Gus diz:

“Grande Guerra, estou em guerra contra o que? O meu câncer. E o que éo meu câncer? Meu câncer sou eu. Os tumores são feitos de mim. Eles são feitos de mim tanto quanto meu cérebro e meu coração. É uma guerra civil Hazel Grace, e a gente já sabe quem vai vencer.”

E é exatamente isso que mais me iluminou a visão. As pessoas com câncer, são nada mais nada menos que a continuação do processo de evolução. São pessoas que mesmo com o fim gestação não pararam de evoluir. E o câncer é como nós, apenas um tipo de ser, que assim como nós quer viver, existir, é feito de nós.
Ok, não vão pensar que eu sou a favor do câncer ok, isso é o que eu entendi sobre o que o autor queria passar, foi a forma que eu absorvi a informação. Talvez o livro tenha me feito pensar tanto por que assim que comecei a lê-lo, acabei perdendo meu Avô, que assim como os personagens, lutava há anos contra um câncer. Hoje na verdade faz exata uma semana que ele faleceu. E talvez essa seja uma forma de sei lá, homenagear a vida e a luta dele. O livro mostra como é a dureza do tratamento, a forma como tudo é intenso e imprevisível. Como a doença é imprevisível. No caso de Hazel, o que estava a mantendo viva era o MILAGROSO E INESISTENTE Falanxifor. Mais em sua cabeça ela não passava de uma bomba, prestes a estourar e ferir todas as pessoas á sua volta.

Mais talvez essa bomba mude de lado.

Mas muito além disso, eu acho que livro veio pra abrir os olhos das pessoas, mostrar o quão preciosa é a vida, e o que fazemos dela. Os momentos, as coisas ditas, feitas. Depois de tanto tempo tendo apenas sua mãe como amiga Hazel encontra alguém que realmente ame, Gus foi a injeção de adrenalina na vida xoxa de Hazel, e no final, quando aparece um Gus mais sem ação, mais fraco, e chorando – cena do carro e do tudo de alimentação infectado foi a mais emotiva – você meio que já sabe como vai terminar.
Agora eu entendi o porque John Green esta fazendo tanto sucesso

“-Foi aquele menino que deu isso pra você?
- Com ‘isso’ você quer dizer herpes?”

Isaac vivia dizendo á sua namorada a palavra ‘sempre’, como se o amor fosse durar eternamente mesmo depois da cirurgia e mesmo depois de ele ficar cego, e foi daí que Gus e Hazel acabaram tirando os famosos “Okay” que acabaram virando o “Sempre” deles. Uma forma simples e clara de flertar. (kkk’) O que dá espaço para o romance louco e engraçado dos dois e a fixação de ambos pelo final de ‘Um Aflição Imperial’. E a Mãe de Anna? E O Hamster? E no fim, você fica assim como os dois ficaram durante o livro todo, com muitas perguntas, sobre os personagens e sobre o futuro deles.
Tipo, Quanto tempo Hazel viveu? Van Houten escreveu outro livro depois de falar com Hazel pela última vez? E os pais dela o que aconteceu com eles? E Isaac? 
Seus pais sempre estiveram ali, ao seu lado, o que a culpava demais já que, por causa dela e de sua doença, eles não tinham vida, nem dinheiro. Sua mãe – e melhor amiga - vivia pra cuidar dela e seu pai trabalhava para pagar seus cilindros de oxigênio.  Seus pais não viviam, ela era a vida deles, mais e depois, daqui a uns 2 ou 3 anos, quando ela finalmente morresse? O que aconteceria? Uma pesquisa dizia que certa porcentagem, uma grande porcentagem, de pais, se separavam um ano depois da morte de seu filhos. E se isso acontecesse?  Mais seus pais, com medo de contar pra ela e ela se sentir excluída, não pensavam apenas no agora, e só nela, tinha coisa a mais nisso tudo.

E você vê que o que Gus sentia por Hazel era de verdade quando ela acaba descobrindo para onde foram as folhas que ele escreveu. Elas foram direto para Amsterdã, ou seja, Van Houten, e em um dos trechos ele dizia: “Depois que a minha tomografia acendeu como uma árvore de natal, entrei furtivamente na UTI e vi a Hazel quando ainda estava inconsciente... Eu realmente achei que ela fosse morrer antes que eu pudesse lhe contar que eu também ia morrer.”

“É uma metáfora. Tipo: Você coloca a coisa que mata entre os dentes, mas não dá a ela o poder de completar o serviço.”

Estou me preparando para o "Quem é você, Alasca", pois ouvi boatos que esse sim é realmente foda. Espero que tenham curtido! Não quis dizer muito por que senão ia dar muitos Spoilers, mais a história de Green é muito rica e perfeita, do tipo que vc le em um dia apenas e re le dois dias seguidos pra ter certeza de que é aquilo mesmo!

9 comentários:

  1. Muito bom!
    As resenha que fiz para colocar dentro do livro ficou parecida com a sua. Rsrs
    ACEDE é um livro espetacular. Amei!!!

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  2. Cara, se eu te contar que nunca li esse livro você acredita??? *pera não me mata! hauhauhau sempre me sinto fora da casinha... mas ando meio depressiva e todos falam que choram e apesar de ser uma história legal, não tô muito afim dessas histórias!!!
    Beijokas
    Jeh
    www.jeitodler.com

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  3. Muuito bom esse livro, a criatividade de John Green não tem como se medir :DD

    hunter-books.blogspot.com.br ( comenta lá :D )

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  4. Oi Rafa,
    A coisa de ler em um dia é verdade! Eu li de uma vez e chorei horrores... Acho o livro super engraçado e irônico e o fato de no final a Hazel em meio todo o tormento que o Gus tá vivendo querer colocar o astral dele para cima, bonito e solidário.
    Adoro o piti que o Isaac dá! Ele e o Gus são meio loucos juntos...
    Quando a doença do Gus ataca é triste e todos os momentos de fraqueza são dilaceradores, mas como o John Green diz, a Hazel não se apaixonou pelo Augustos, o cara que fala difícil, mas pelo Gus, o menino meigo que ele mostra em algumas situações como na viajem de avião para Amsterdã.
    Adorei sua resenha e beijos,
    Mayara Tashiro
    http://silenciocontagiante.wordpress.com/

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  5. Sua resenha ficou ótima! Me fez lembrar de alguns trechos fantásticos do livro. Vou levar essa história para sempre comigo. John Green roubou meu coração.
    "A infinitos que são maiores que outros." - A culpa é das estrelas

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  6. Eu amei esse livro, isso é um fato. Li ele em um dia, claro, como quase todo mundo que o leu. Ele arrebata, fortemente, é incrível.
    Sua resenha é simples e curiosa, te faz ler até o fim, não por obrigação, mas porque é realmente boa.
    Mas, aí vai uma dica - sem querer magoar - cuidado com os erros de português, ok? (Eu costumo entregar para minha professora revisar antes de posta, isso ajuda muito).

    Enfim, amei a resenha, to seguindo aqui =P

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  7. nunca chorei tanto lendo um livro como quando li ele! É de mudar a nossa vida!

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  8. Muito bom!!! Se alguém tiver interesse, temos alguns modelos de imãs, caixinhas e chaveiros com trechos do livro. Vejam http://www.minhavoquedeu.com.br/index.php?route=product/product&product_id=84

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  9. Eh complicado fazer a resenha desse livro pq ele eh simplesmente foda. E ponto. Á medida que ia lendo sua resenha, fui lembrando dos momentos do livro, e isso foi legal. ;)
    Acho que acima de tudo esse livro nos faz ver que muitas vezes complicamos nossos problemas, e eu acabei percebendo que muitos dos meus problemas são insignificante, pelo menos perante aos problemas dos personagens do livro, me fez ver que ficar "depressiva" pelas coisas que acontecem comigo eu devia tentar dar a volta por cima.
    Sei la, como ja mencionei eh mto complicado falar sobre esse livro.

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