7 de março de 2016

Resenha - P.S.: Ainda amo você

Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "P.S.: Ainda amo você"
Autor: Jenny Han
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580578690
Ano: 2016
Páginas: 299
Skoob: Livro
Estrelas: 5

Sinopse: "Lara Jean sempre teve uma vida amorosa muito movimentada, pelo menos na cabeça dela. Para cada garoto por quem se apaixonou e desapaixonou platonicamente, ela escreveu uma bela carta de despedida. Cartas muito dela, muito pessoais, que de repente e sem explicação foram parar nas mãos dos destinatários.
Em "Para todos os garotos que já amei", Lara Jean não fazia ideia de como sair dessa enrascada, muito menos sabia que o namoro de mentirinha com Peter Kavinsky, inventado apenas para fugir do total constrangimento, se transformaria em algo mais.
Agora, em "P.S.: Ainda amo você", Lara Jean tem que aprender como é estar em um relacionamento que, pela primeira vez, não é de faz de conta. E quando ela parece estar conseguindo, um garoto do passado cai de paraquedas bem no meio de tudo, e os sentimentos de Lara por ele também retornam. Uma história delicada e comovente que vai mostrar que se apaixonar é a parte fácil: emocionante mesmo é o que vem depois". 

***

“Acho que não dá para a gente se agarrar ao passado só por que não quer soltar”.

Depois de meses de espera, aqui estamos nós com a continuação de “Para todos os garotos que já amei”. Sim, Jenny Han tem o dom, o poder, a habilidade de estraçalhar nossos corações e é por isso que eu a amo tanto!
Para quem não conhece, a americana Jenny Han é uma escritora de romances “adolescentes” – acho essa classificação ridícula, já que não sou adolescente e amo os livros dela – nascida e criada em Richmond, Virginia. Graduada na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, com um mestrado mestrado em escrita criativa na New School, Han, que atualmente vive em Brooklyn , Nova Iorque, ficou conhecida mundialmente pelo triangulo amoroso mais FDP de todos os tempos. Canrad, Jeremiah e Belly, em “O verão que mudou minha vida”, uma trilogia que arrematou muitos corações pelo mundo todo. Logo depois disso veio sua parceria com Siobhan Vivian, na trilogia – à lá “Carrie, a estranha” – “Olho por olho”.
Espero que estejam preparados para o que está por vir, porque quando terminei o livro eu descobri que eu não estava.

“- Não deixe que isso aconteça com você Lara Jean. Não deixe ficar sério a ponto de as coisas não poderem mais voltar ao que eram. Se apaixone por Peter se quiser, mas tome cuidado com o seu coração. As coisas parecem que vão durar para sempre, mas não vão. O amor pode sumir, ou as pessoas, mesmo sem querer. Nada é garantido”.

Lara Jean sabe que, o que estava acontecendo entre ela e Peter, sabe, aquele namoro falso, agora não existia mais... Isso por que as coisas se tornaram reais. Ela estava realmente gostando de Peter e isso era impossível de negar. Tanto que, como já sabemos, ela sempre escreve uma carta para os meninos que realmente amou e nesse momento, Peter receberia sua segunda carta, ou seja, ela o amava mesmo. Mas será que ele a amava?
Ela toma coragem e decide ir até sua casa, no dia de Ano Novo, para entregar a carta, mas algo em sua expressão faz com que Lara Jean desista, ela põe a carta no bolso de novo e começa a ir embora... Mas Peter já viu a carta e agora já é tarde demais. Ele pega a carta, lê e quando Lara Jean se da conta, eles estão namorando novamente, mas agora era de verdade.
Agora, ao invés de se preocupar com a possibilidade de antigos amores reaparecendo, Lara Jean vai ter que se preocupar em como deixar de ser um meme na internet – pois um vídeo dela e de Peter no ofurô vazou na internet – e também em descobrir o que há entre Peter e Gen, já que agora eles estão mais juntos que nunca.
Além disso, a chegada de John Ambrose pode mudar tudo pelo qual Lara Jean acreditava. Misture isso, com um pouco de Kitty sendo pentelha, Peter sendo irresistivelmente fofo e amável e John sendo irresistivelmente avassalador e pronto. Jenny Han está de volta para nos fazer ficar de quatro para mais uma de suas histórias.

“- A sociedade está sempre pronta para envergonhar a mulher por gostar de sexo e aplaudir o homem. Todos os comentários são sobre Lara Jean ser piranha, mas ninguém está dizendo nada sobre Peter. E ele está bem ali com ela. É ridículo como são dois pesos e duas moedas”.

Eu realmente não sei se vai ter continuação. Da forma que terminou, tudo dá a entender que acabou aqui a série. O que é triste, porque eu poderia facilmente ler uma série de 500 livros escritos por ela.
Lara Jean pensa que tudo estava certo, que os fantasmas das cartas escritas na infância haviam passado, mas na verdade é só o começo da sua loucura. Alguém a gravou em um momento intimo – que não passou de um beijo – com Peter no ofurô – e postou na internet. Obvio que aquilo virou um viral na rede e houve várias replicas do video, uma mais engraçada que a outra.
O interessante nessa parte do enredo é a forma como a autora mostra que as medidas são extremas e diferentes para o homem e a mulher. É incrível ver que isso está sendo passado a diante, essa veia feminista, sabe. Para o homem, um vídeo desses é orgulho, é a prova de sua macheza, é uma prova de que ele é um garanhão, pegador e que todas o querem, uma coisa normal. Para mulher é motivo de precaução, cuidado, até mesmo vergonha. Há muita coisa a se perder, não só por conta do vídeo, mas também por conta do ato sexual. Nesse ponto, aparece Stormy que dá uma lição de vida. Minha personagem secundária favorita. Uma feminista? Não, Stormy acredita que as mulheres são superiores! (WHO RUN THE WORLD?) Não vou dizer quais são as lições que ela passa, pois se não vou estragar a história de vocês, mas acreditem, essa mulher é maravilhosa.
Além disso, do vídeo e da zoação, Peter parece estar cada vez mais perto de Gen. Segundo ele, as coisas não estão fáceis para ela e sua família. E com isso Lara Jean começa a ficar paranoica – de uma forma leve, mas sim, paranoica – comparando o que ela tem com Peter, com o que ele tinha com Gen. Um erro, mas um erro necessário para ela crescer. Em sua mente, Gen queria fazer ciúmes nela e pegar Kavinsky de volta, afinal eles tem um passado juntos.
O que nos leva a outro ponto: A primeira vez. Sempre com isso em mente, pensando em como vai ser, se Peter está com pressa para fazer, se está com vontade, se ela quer... Um tema que ainda enche a cabeça de muita gente. Mas com a ajuda de Stormy e de sua irmã, Laranjinha vai entender que isso não se faz acontecer, apenas acontece, é algo natural, orgânico demais. E óbvio, ela aprende que o corpo é dela, ela está no comando.

“- Perai... Você pode levar uma daquelas bebidas de iorgute para o almoço?
- Diga por favor.
- Por favor.
- Diga por favorzinho.
- Tchau.
- Tchaaaaaau”. – Melhor diálogo ever!

Han não tem pressa em mostrar fatos e acontecimentos. Ela quer que nos envolvamos na história, que entendamos exatamente o que Lara Jean sente, quais são suas dúvidas, seus anseios. Ela não tenta prender nossa atenção com ação e diálogos importantes e indispensáveis. O que torna a leitura envolvente é ver que a autora quer nos inserir na situação, no dia-a-dia. O que nos prende a leitura é a perfeição da escrita, a precisão, a forma como ela pensa em cada ponto, em cada cena, nos detalhes, nas roupas, nas comidas... Meu deus, como eu amo essa mulher.
E dai, não posso deixar de comentar, aparece o John Ambrose. E nos vemos em um dilema: somos de qual time? #TeamKavinsky ou #TeamJohnAmbrose? John é perfeito. Ele entra em uma parte em que Peter está deixando muitas lacunas e posso até dizer que tudo rui entre Lara Jean e Peter bem quando ele entra em cena. Mas não é nada culpa dele. Ainda assim eu fiquei indeciso entre qual ela deveria ficar. John é perfeito, a parte do baile fez com que eu virasse a casaca e torcesse por ele – ainda mais depois de uma atitude do Peter em relação ao fim do namoro. De verdade, quem pede os presentes de volta? Eu teria vergonha de fazer isso.
Mas John aparece, tampa as lacunas de Peter e nos faz perceber que, quem quer um Kavinsky quando se tem um John Ambrose? Acho que, esse ano, por enquanto, essa é a melhor leitura que tive. É difícil uma única leitura, um único livro, tocar em assuntos variados. Mas Jenny Han consegue. Ela traz para narrativa vários temas que envolvem a realidade em que a personagem está inserida. É fácil perceber isso.

“-[...] Lara Jean, acho que você meio que se apaixona por todo mundo que conhece. Faz parte do seu encanto. Você está apaixonada pelo amor”.

Minha autora de cabeceira, acho impossível alguém destronar ela viu. Ela não preza em fazer com que sua história seja um lindo conto de fadas. Ela parece real. Nem tudo fica bem, mas com o tempo as coisas abaixam e se acalma. Um exemplo disso é o relacionamento de Josh e Margot. Tem um final péssimo, triste, mas cada um vai vivendo a sua vida, sem extresse, sem drama, um dia de cada vez.
09/55

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