29 de julho de 2013

Resenha - Quem é Você, Alasca?

Cuidado, contém alguns GRANDES SPOILERS!!!


Nome: Quem é Você, Alasca?
Autor: John Green
Editora: WMF Martinsfontes
Ano: 2013 (3ª Tiragem)
ISBN: 9788578273422
Skoob: Livro

Sinopse: "Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras — e está cansado de sua vidinha segura e sem graça em casa. Vai para uma nova escola à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o “Grande Talvez”. Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young. Inteligente, engraçada, problemática e extremamente sensual, Alasca levará Miles para o seu labirinto e o catapultará em direção ao Grande Talvez. Quem é você, Alasca? narra de forma brilhante o impacto indelével que uma vida pode ter sobre outra. Este livro incrível marca a chegada de John Green como uma voz importante na ficção contemporânea."

***

“Como sairemos deste labirinto de solidão?”

Depois de ser obrigado a vestir um uniforme de educação física todo encharcado de xixi na sétima serie pelo seu professor, enquanto todos riam de sua cara, Miles Halter, decide deixar de se importar. Com tudo. Com todos.
Eis que aos dezessete anos, após decidir ir procurar seu Grande Talvez – inspirado pelas últimas palavras de François Babelais – em outro lugar longe de onde ele morava, onde só pra deixar claro ele não tinha nenhum amigo, Miles decide optar pela escola Culver Creek, onde toda a geração de homes de sua família havia estudado. Miles não conhecia ninguém, não falava com ninguém, mais sabia as últimas palavra de muita gente importante, de todos os presidentes dos EUA e de muitos outros. Mais sua vida em Creek com toda certeza iria mudar, pois esse Grande Talvez estava pondo em seu caminho coisas que ele mal imaginava. Eis que um garoto anti-social se vê ‘rodeado’ de amigos, bebida, cigarros e um amor talvez não correspondido. E em meio á muitos trotes, e muitas ressacas que Miles descobre que, seu Grande Talvez, ainda estava por vir!


“Rabe’a AL-Adiwiyah, uma mulher santa de grande importância para o sufismo, foi vista correndo pelas ruas de sua cidade natal, Basra, segurando uma tocha em uma das mãos e um balde de água na outra. Quando lhe perguntaram o que ela estava fazendo, respondeu: “Vou derramar este balde de água sobre as chamas do inferno e depois vou queimar os portões do paraíso com esta tocha para que as pessoas amem Deus não por desejarem o paraíso e por temerem o inferno, mas por ele ser Deus.””.

Miles agora dividi o quarto com Chip, conhecido como Coronel, um baixinho, rechonchudo/fortinho e um tanto quanto inteligente, que odiava mais do que tudo os Guerreiros de Dia de Semana – mais ele namorava uma deles ok! (São os riquinhos que estudam na Creek durante a semana, e nos FDS vão para suas mansões beber vinho e falar sobre corrida de cavalos!), Coronel acaba se tornando grande amigo do Gordo, mais novo apelido de Miles – uma ironia por ele ser extremamente magro. E nesse pacote vem também Alasca. Até então a fornecedora de cigarros e bebidas do colégio, mais que se mostra brilhantemente inteligente, intrigante, apaixonante, sexy e única. Fazendo cada emoção ficar á flor da pele. Gordo, lógico que fica encantado. Seu primeiro amor, e talvez o inicie do seu Grande Talvez!

Nesse pacote vem também Takumi e Lara. E então Gordo finalmente vê o que é ter amigos. Ele e o Coronel viram grandes amigos, como velhinhos casados que se conhecem mais do que ninguém. 
De inicio achei o Coronel marrento, mandão, talvez até aproveitador.O tipo de cara que Poe o pé na sua frente só pra você ralar a cara no chão na frente de todo mundo. Mais não é assim. Ele é sim, marrento, e às vezes mandão e forgado – e aproveitador, fazendo o Gordo manter seu vicio por Malboro Light – mais com o decorrer da trama, ele se mostra engenhoso, companheiro e realmente amigo do Gordo, como quando descobre que haviam enfaixaram Gordo como uma sereia e o jogaram no lago. Fiquei feliz em ver que Miles tinha conseguido se enturmar.
Alasca por si era um labirinto de segredos. Tinha namorado, Jake, mais ainda assim parecia suprir certo sentimento por Miles. Não tem como não amar ela e seu gênio forte e feminista, defendendo sempre a figura feminina e discursando sempre sobre a ‘subversão do paradigma patriarcal’. Alasca é intensa, explosiva, de lua. Mais ainda assim, encanta de todas as formas o Gordo. E Mesmo com uma Romééna incrível ao seu lado – Lara – ainda assim, Alasca é quem tem o domínio de seu magro coração.

“Depois de todo esse tempo, acho que ‘rápida e Diretamente’ é o único jeito de sair – mas prefiro o labirinto. O labirinto é uma droga, mas eu o escolho.”

Eu realmente esperava algo tão depressivo desse livro ao ponto de querer cortar meus pulsos. Na verdade foi isso que me disseram. Mais de inicio vi um estilo bem diferente do “A Culpa é das Estrelas”. Nada como um drama existencial adolescente para esvaziar um pouco a cabeça, não?! Mais John Green tem a medida certa.
De drama. De ironia. De romance. De humor. De metáforas. De Eufemismos, cara, amo essa palavra. Eufemismo é um achada da humanidade.
É isso que me encanta na escrita dele.
Um garoto, que resolve ir para uma escola particular longe de casa, pois estava procurando seu Grande Talvez, e não tinha nada a perder mesmo, já que amigos ele não tinha, e seu único dom, guardar ultimas palavras, não era lá levado muito a serio. Vocês dariam algo para um livro com essa temática? Não? Sim?
Pois bem, se a resposta foi Não... Bhéee... Errado – droga, era pra parecer uma campainha.
Se foi um grande e Gordo sim, estampado na MESA DE CENTRO do seu dormitório, muito bem. Você acertou em cheio!
Eu vi esse livro mais como uma grande experiência de vida. Um garoto que pensa não ter nada com que se apegar onde vive, decide mudar de ares, na expectativa de ser alguém, de ter alguém. Amigos. E como sempre, longe dos pais rola de tudo, cigarros, bebidas, encrencas e etc. Mais em ‘Quem é Você, Alasca?’, John Green nos põe frente a frente com uma história envolvente até demais. Simples, nada complexa mais admirável e invejável. Como se você quisesse sair de sua vida e ir para a Creek. Como se nada mais importasse contanto que você encontrasse um Coronel, Um Takume, uma Lara e, sem dúvidas, uma Alasca para dividir os melhores, piores e o mais chapados dos momentos.
Talvez apenas a morte, ‘rápida e diretamente’ seja a saída do labirinto. Por que esse labirinto nada mais é que nossa vida. E convenhamos, a vida não consiste em apenas momentos felizes e coloridos. Durante a caminhada existe muito sofrimento, e talvez seja essa a grande metáfora do livro. Só se sai desse labirinto, quando se morre, esse é preço a se pagar pelo fim do sofrimento. Para Alasca o caminho para se sair desse labirinto seria saindo “rápida e diretamente’, e mesmo sem querer, ou por querer, isso é algo que fica no ar, ela acaba tendo esse fim. Mais e as pessoas que nós deixamos? É ai que está, podemos desistir dessa droga de labirinto, mais e os outros, e os amigos? E as promessas que não vão se cumprir?
E é essa a parte que mais me incomodou. Miles, mesmo tendo perdido uma amiga, a primeira delas só de passagem, só pensava em terminar o que eles começaram antes do ‘dito cujo’ acidente, e tipo, dá até pra entender que era a primeira relação social dele, e o primeiro amor e tal’s, mais ainda assim, perder alguém e pensar apenas no sentido de posse, é horrível. Ele não via a dor nos outros amigos, sentia apenas a sua dor, como que se por causa de um beijo, e um apertão nos mamilos, significassem que Alasca agora pertencia só a ele, e que de todos os seus muitos amigos, não-Guerreiros de Dia de Semana não tivessem direito de sofrer mais que ele.
Mas ele acaba caindo em si, e pra não perder seus únicos amigos, Gordo acaba colocando as coisas em ordem, assim como o porquê do acidente, e as causas.

Obs.: Saiu uma versão nova do livro, onde tem uma margarida na capa. Ok, é bonita, tem a ver com o livro, mais eu acho que não é tão significante assim, não sei se vocês chegaram a ver uma capa americana do livro, onde um sopro de fumaça de uma vela ganha lugar no centro da capa, eu achei essa muito mais a ver com o livro do que o da margarida!

Eu não sei por que mais esse tipo de livro, sabe, com um cenário juvenil, cheio de ironias, de armações, de conflitos, e escolas legais onde todos querem estudar, me deixa numa Vibe muito boa. Gosto demais disso. Desse mundo paralelo onde o livro me deixa, me leva. E não são todos, são apenas alguns, como esse, um em dois milhões!

Não deixe de ler, de jeito algum vai se arrepender, e deixo uma dica pra você, saia também em busca do seu Grande Talvez!

12 comentários:

  1. Amo esse livro, meu vício ♥
    Amei a resenha, beijos
    sorrisoselivros.com

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    1. Vai no meu blog e da minha prima linda ♥-♥ girlssweet.blogspot.com.br

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  2. Adorei a resenha! Esse livro se tornou um dos meus favoritos antes mesmo de eu terminar de ler, e John Green é um gênio, na minha opinião. Chorei muito rs, mas também dei muita risada e acho que se a intenção do autor era um livro leve mas que te desse algo pra refletir acho que ele acertou em cheio.
    Parabéns pelo blog! Beijo.

    kissingbooks.blogspot.com

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  3. Gostei bastante da resenha.
    O livro é realmente muito especial, John Green tem o dom de transformar banalidades em algo especial e marcante. Chorei oceanos com o livro, até mais do que com "A culpa é das estrelas". Simplesmente perfeito.

    Parabéns pelo blog ;)

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  4. Amei a sua resenha, e só li um livro até agora do John Green, e depois dessa sua resenha fiquei com muita vontade de ler mais livros dele!

    www.garotasliterais.com

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  5. realmente esse livro me surpreendeu muito! Não é um livro óbvio,com clichês, mas também é extremamente REAL! É incrível!

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  6. Adorei a resenha!
    O livro é o meu favorito no momento. John é um gênio, ele realmente tem a medida certa.

    http://resenhasemuitomais.blogspot.com.br/

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  7. Adorei a resenha!
    É o melhor livro de John sem sobra de dúvida, ele foge do estilo dele de romance perfeitinho, nota 10!

    bookolic.blogspot.com

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  8. Amei sua resenha! Perfeita! Me deu vontade até de ler novamente! John realmente é um gênio e coloca muita realidade nas suas estórias! Já li todos dele e recomendo... Foge de toda aquela realidade de romance entre o mocinho da estória que sempre sofre e é correspondido pela mocinha e etc. Quem é você, Alasca? é apaixonante!

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  9. Amei a sua resenha, obrigada por me mandar no skoob :)

    Esse livro é apaixonante, John Green vem me surpreendendo bastante.

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  10. Eu simplesmente amei o livro, John Green é um ótimo autor!
    Parabéns pela resenha, ficou ótima.
    Abraços.

    http://livroseoutrasalegrias.blogspot.com.br/

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  11. Amei esse livro! Li em um dia pois não conseguia parar devido ao quanto eu me envolvi com a história! A parte do "depois" me surpreendeu muito, não esperava de forma nenhuma aquilo!
    Gostei da resenha e do blog, estou seguindo!
    Bjs.
    Kami,
    http://gostoliterario.blogspot.com.br/

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