25 de fevereiro de 2013

Resenha - As Vantagens de Ser Invisivel

Cuidado, contém GRANDES SPOILERS!!!

Nome: As Vantagens de Ser Invisivel
Autor: Stephen Chbosky
Editora: Rocco
Ano: 2012
ISBN: 9788532522337
Skoob: Livro

Sinopse: "Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, o livro reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe - a não ser pelo que ele conta ao amigo nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela. As dificuldades do ambiente escolar, muitas vezes ameaçador, as descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir "infinito" ao lado dos amigos são temas que enchem de alegria e angústia a cabeça do protagonista em fase de amadurecimento. Stephen Chbosky capta com emoção esse vaivém dos sentidos e dos sentimentos e constrói uma narrativa vigorosa costurada pelas cartas de Charlie endereçadas a um amigo que não se sabe se real ou imaginário.
Íntimas, hilariantes, às vezes devastadoras, as cartas mostram um jovem em confronto com a sua própria história presente e futura, ora como um personagem invisível à espreita por trás das cortinas, ora como o protagonista que tem que assumir seu papel no palco da vida. Um jovem que não se sabe quem é ou onde mora. Mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar do mundo."

***

Agora, neste exato momento, escrevendo essa resenha e ouvindo a musica Asleep, eu posso garantir á vocês, eu me sinto infinito!


Normalmente, sigo um certo padrão na estrutura das minha resenhas, mais esse livro, diferente dos outros, foge totalmente dos padrões, e merece algo especial, assim como a intensa história que temos nessas 223 páginas.
Antes de qualquer coisa, quero sugerir algo á você que ainda não leu o livro, nem viu o filme. Comece pelo livro! Sei que a tentação de ver tudo ganhar forma e cor é grande, mais vai por mim, comece pelo livro e só depois que estiver totalmente extasiado com o final do livro vá para o filme. O livro é bem mais completo, tem mais informação e mais acontecimentos que no filme, são deixados para trás. Digamos que o filme é apenas 50% do livro, não que seja ruim, por que eu confesso, sem vergonha nenhuma, só chorei ao ver um filme uma vez até hoje, e foi na hora em que o Marley morreu (Marley e Eu), mais quando o filme infelizmente acabou, eu chorei, e demorei umas duas horas para digerir tudo e conseguir dormir!

Quando terminei o livro, ainda extasiado, senti que certos pontos ficaram vagos, fora de nexo ou sem resolução, daí procurei na internet e achei o filme para assistir, e então, tudo se encaixou perfeitamente, como a última peça de um quebra-cabeça de 1000 peças.
Durante o livro inteiro eu pensei que, Charlie fosse recluso daquela forma, por, de alguma forma, se culpar pela morte da Tia Helen quando ele era criança, pois todos normalmente davam apenas um presente á ele, o de aniversário e o de natal juntos, mais a família normalmente dava dois, e na noite do aniversário dele, ele atazanou tanto ela para saber qual era o segredo que ela estava escondendo dele que ela acabou dizendo: “Estou indo buscar seu segundo presente!”, e então nesse caminho ela sofreu um acidente de carro e morreu. 
E durante todo o livro você pode sentir isso, você vê que ela era alguém muito especial para ele. Mais no fim, quando Sam vai para a Faculdade e ele tem uma recaída, acabou que tudo ficou meio “turvo” para mim, não entendi se isso foi por causa de Sam, ou por estar sozinho, como sempre esteve, e isso o fizesse mal... 
Mais então eu assisti ao filme, e tudo foi para seu lugar!
Na noite antes de Sam partir, Charlie finalmente teve atitude e foi pra cima de Sam, mais quando ela tocou em sua perna ele travou. Paralisou com o toque, e ninguém entendeu o por que. Eis que depois da partida dela, ele começa a vagar pela rua, chega em casa e começa a ter a recaída, chorar, ele diz para si mesmo parar de chorar, mais é tarde demais, ele pega o telefone e liga para a irmã, Candace, e para mim, foi a conversa mais tensa do mundo, eu entrei em choque!

“-... Eu simplesmente não consigo parar de pensar em uma coisa, Candace eu matei a tia Helen não foi? Ela morreu trazendo o meu presente de aniversário, então eu acho que a matei certo? Eu tentei parar de pensar nisso, mais eu não consigo! Ela continua se afastando, e morrendo mais e mais, eu não posso parar, estou louco novamente... Eu estava pensando... E se eu quisesse que ela morresse, Candace?...”

Quando ele já está no hospital, ele volta a escrever para seu querido amigo secreto e diz o seguinte: “Os piores dias aqui, foram quando meu médico disse á minha mãe e pai o que tia Helen fez para mim...”, posso estar totalmente errado, e se estiver peço desculpas, mais vou dizer o que deduzi... Helen, como ele mesmo diz em certa parte, era louca, ela foi morar com eles depois de sair de um relacionamento onde apanhava muito, e acabou caindo na depressão, e quando Sam toca na perna dele, ele se lembra dela, da Helen, tocando na perna dele e pedindo para ele não fazer barulho, pois Candace, ainda pequena, estava dormindo... Ou seja, na minha percepção, ela abusou sexualmente dele, uma criança de seis ou sete anos!
Isso foi insano, louco demais para mim, via ela como o ponto principal, mais não dessa forma. E então tudo explode. O livro em si é intenso. Mais é como eu disse, o livro é mais completo, mas é no filme que o fim fica mais bem esclarecido, então LEIA o livro sem pressa, e depois assista ao filme!

“Querido amigo, estou escrevendo porque ela disse que você me ouviria e entenderia, e não tentou dormir com aquela pessoa naquela festa, embora pudesse ter feito isso.”


Charlie não tinha amigos, pois seu último amigo se suicidado no ano anterior. De alguma forma, alguém disse a ele que essa pessoa (o Querido Amigo, para quem ele manda as cartas) poderia o ouvir e não o julgar. E é isso que o livro é, um diário em forma de carta, ele as escreve, expressa tudo ali, e manda para uma pessoa ler, numa forma de dizer que alguém no mundo o ouve. Sam e Patrick são as luzes no fim do túnel de um garoto com depressão que tinha tudo para acabar como Michael, seu melhor amigo, ou seja, se suicidando.
O grande problema de Charlie é que ele é recluso, sem atitude e um tanto quando depressivo, chorando por qualquer coisa. “Charlie, você pode me dar seus Rins?”, “Claro! Isso vai te deixar feliz?”, “Sim”, “Então toma!”. É mais ou menos assim, ele só pensa em ver as pessoas felizes, mesmo que pra isso ele tenha que se sacrificar. Essa coisa de agradar a todos tem a ver com ele não ter amigos, e precisar incondicionalmente de alguém para chamar de amigo, e deixar de estar sozinho, então para isso, ele se sujeita a ouvir Mary Elizabeth por horas e horas (eita menina que fala!)... Deixar que Patrick o beije várias vezes no seu momento mais “Dark” com Brad... E passar todo o livro sem tomar nenhuma atitude com Sam, achando que ela estava feliz com Craig e tentando não pensar em Sam Daquele jeito... Tudo isso para poder sentir o que é ter amigos.
Não pense que por esse pequeno enredo o livro seja “Darkest”, sombrio e depressivo. É totalmente ao contrário, é lindo. É avassalador. É inesquecível. É intenso.  É acima de tudo Apaixonante. Fiquei chocado com o final, via tia Helen como um marco, uma heroína, uma pessoa que tratava Charlie com o maior e melhor amor do mundo, mais no fim não era isso.
Escrita simples, engraçada, cheio de alegrias, de novas experiências, sem preconceitos nem censura.

“- Então, o que você vai fazer quando sair desse lugar?
- Bem, minha tia Helen disse que eu deveria ser um escritor, mas eu não sei sobre o que escrever!
- Você poderia escrever sobre nós!
- Pois é.  Chame isso de Vagabunda e o Falcão! Faça-nos resolver crimes!”

Misturei bastante coisas do Livro e do Filme, mais eu te dou um motivo (ou vários) para ler o livro primeiro. Só no livro a gente entende realmente o quanto Charlie sofreu ao ver Candace apanhar do namorado e as consequências que teve quando ele se abriu com Bill e contou a ele o que viu (Bill contou aos pais de Charlie o que ouviu, e eles proibiram Candance de ver o namorado, mais mesmo assim eles se viam escondido), e o quanto ele foi solidário a ela na hora de fazer o aborto (coisas que sequer aparecem no filme, pois ela fica grávida, e seu namorado disse que não era dele e a deixou, ela então fez o aborto, e nunca mais olhou pra ele!).
Ou então do “The Rocky Horror”, gente, eu achei que era apenas um musical, mais eu nunca imaginei que era do jeito que era. Ri demais ao ver a sensualidade á flor da pele do Patrick dançando no colo do Charlie... E o Charlie dançando só de sunga dourada com a Sam? Que que é isso gente! Kkk’!
E também tem a parte onde Cadance vai ao show e é iniciada com um boneco inflável... Ou seja, nada disso e muitas outras coisas são mostradas no livro, e no filme não!


O mais legal, é que no fim, depois de Sam mostrar á Charlie que ele é “Passivo” no sentido de “Faça o que quiser comigo, contanto que você fique feliz e seja minha amiga!” e ele realmente começa a participar, assim como ele fez no inicio do livro e começou a se enturmar mais, quando Bill diz a ele:

"- ... É que as vezes as pessoas usam o pensamento para não participar da vida..."

E eu me identifiquei muito com essa parte. Ás vezes penso demais, debato demais comigo mesmo, ao invés de fazer algo! Charlie também é assim, só que com ele é diferente, se ele pensar demais ele fica ruim, pois a percepção da vida que ele tem é totalmente diferente, e nisso eu também me identifiquei com ele, ás vezes você para e olha uma pessoa, e começa a deduzir, só pela expressão, ou pelas roupas, ou pelo modo como ela anda, sobre a vida dela, não por maldade, e sim por vontade de entender as pessoas, de fazer parte, de participar!
As Vantagens de ser Invisel é o livro mais perfeito do pretério passado/presente/futuro que eu já li, e uma coisa eu garanto, quem não leu, está perdendo o livro que tem tudo para mudar sua percepção sobre a vida! Delicie-se!
Meu mais novo livro de cabeceira!


Trouxe pra vocês o Link Para assisir ao filme Legendado, e o link para baixar a música tão comentada, Asleep da Banda The Smiths, que se vocês prestarem a atenção nos comentarios, mais de 98% das pessoas que baixaram a musica, foram induzidas pelo livro!

4 comentários:

  1. Adorei e me identifiquei apenas lendo a resenha.(chorei, é claro!)
    Já estava com vontade de ler e agora mais ainda! Tenho toda a certeza de que irei rir, chorar e principalmente me identificar em vários trechos!

    A resenha ficou perfeita Rafa, Good job! ;)

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  2. Nossa que resenha otima. apesar de eu não achar o livro grandes coisas. parabens pelo blog, está simplismente fantastico.
    se caso vc puder me visitar no meu novo blog e da uma força para mim. eu agradeceria.
    http://sobrelivroserascunhos.blogspot.com.br/

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  3. a música não seria Heroes - David Bowie não?

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  4. Não, não. A musica que ficou famosa por conta do filme foi a do The Smiths. Que é linda, só de passagem!

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