5 de fevereiro de 2013

Resenha - Mercy

Cuidado, contém GRANDES SPOILERS!!!

Nome: Mercy
Autor: Rebecca Lim
Editora: Fundamento
Ano: 2012
ISBN: 9788539503650
Skoob: Livro

Sinopse: "Prepare-se para se surpreender com esta eletrizante mistura de romance, mistério e sobrenatural. Mercy não é uma jovem qualquer, mas um anjo caído.E ela está prestes a experimentar uma grande paixão como humana, algo que vai abalar tudo o que ela conhece ou pensa conhecer sobre si mesma. As lembranças de Mercy são fragmentos do que ela foi um dia. A única coisa que ela sabe é que cada vez acorda num corpo diferente. E que, a cada nova vida, mais perguntas inquietantes ficam sem resposta.
Mercy só se sente em paz quando está dormindo, porque nos sonhos ela se encontra com Luc, seu amor perdido. Até o dia em que acorda no corpo de Carmen e conhece Ryan, e suas poucas certezas começam a ruir. Ryan, assim como Luc, é lindo e perfeito, mas vive transtornado pelo sequestro da irmã. A atração que Mercy sente por ele é tanta, e tão imediata, que logo ela se vê completamente envolvida, não apenas pelo irresistível jovem, mas também pelo mistério que o atormenta.
Ao lado de Ryan, Mercy pela primeira vez descobre um propósito como humana: ajudar o rapaz a encontrar pistas da irmã desaparecida. Mas, à medida que obtém respostas, ela também se aproxima demais do perigo. Agora, para salvar a própria vida, mudar seu destino e ficar perto de seu novo amor, Mercy precisa reunir suas forças e juntar as peças do seu passado. Antes que seja tarde demais.
Com elementos instigantes e altas doses de paixão e suspense, "Mercy" é o primeiro livro de uma fascinante série de Rebecca Lim. Uma leitura extraordinária, realmente impossível de se largar."

***

"Você sabe tanto quanto eu a meu respeito!"

Ainda tenho em mente que Mercy é um Anjo. Ou algo parecido. Talvez uns níveis superiores a um anjo! Mercy (como ela costuma se descrever) não sabe de nada, na verdade não sabe de quase nada. Ela sabe que pode acordar e estar em um corpo diferente cada manhã. Sem nexo, sem nenhum tipo de ligação, apenas dorme e puff, uma vida nova. Talvez ela seja apenas uma essência.
Quando ela acorda, se vê em um ônibus escolar, num lugar desértico, talvez apocalíptico, se levado em consideração na forma em como ela descreve o local. Paraiso, ironicamente é o nome do local. Mercy, ou Carmen faz parte de um coral, ela é uma Solista, na verdade é a Carmen que é uma solista, Mercy nem sabe quem ela é! Todos os anos, durante duas semanas alguns colégios se “juntam” na pequena e desértica cidade de Paraiso para preparar uma “peça” por assim se dizer. Carmem faz parte da escola St. Joseph, tem uma voz maravilhosa, divina, talvez até angelical, que parece se aguçar ainda mais com a presença de Mercy em seu corpo, Carmem é como se fosse uma Host. Mercy, fica em seu corpo, enquanto Carmen, consciente, ou inconscientemente a deixa tomar conta de tudo. Como se já não bastasse não saber o que está acontecendo em sua vida, Mercy acaba indo se hospedar em uma casa, onde há dois anos, aconteceu uma tragédia. Lauren Daley, foi levada, sequestrada, e desde então ninguém nunca descobriu o porque ou quem o fez. A casa é pesada. Um pai cheio de culpa e tristeza, mais que tenta ser gentil educado ainda assim. Uma mãe que se apega aos afazeres de casa, para não desabar e querer morrer. E por fim, um irmão, gêmeo, que não acredita nas autoridades, e se apega á esperança de que sua irmã, ainda está viva, em algum lugar da cidade.

“ – Por que você está rindo? – rugiu Ryan...
... - Estava só imaginando em como você deve ser na cama!...”

Ryan, parecia ser uma versão escura, “darkness” de Luc (ah o Luc, um sonho que Mercy tem todos os dias, a única pessoa que ela sabe que é real, ou não, a única coisa que ela sabe que é concreta em sua vida instável), e isso fez com que Mercy criasse um certo tipo de ligação com o garoto. E é ai que começa a trama. Em uma forma de se aproximar do garoto, Mercy acaba o ajudando a procurar por Lauren, mesmo sem saber se ela está ou não viva.
Mercy por isso, acaba deixando de lado o jeito Carmen de ser. Sem reclusa, indecisa e um tanto quanto insegura. Talvez fosse o problema de pele. Acne eu acho. Mais isso não incomodou Mercy, ao contrario de Carmen, ela não ligava para os outros, nem mesmo para o que eles achavam,pensavam e falavam dela. O que deixou Tiff (aff que nojo dessa menina, se fosse brasileira curtiria funk e andaria com um short menor do que a própria calcinha!) um tanto quanto com inveja, pois as atenções saíram de seu cabelo loiro e de sua voz esganiçada, para pousar no cabelo negro e na voz angelical de Carmen...

“- ... Se tua mão o fez pecar, Paul, Corta-a... E se teus olhos te fizeram pecar, Paul, arranca-os...
E com minha mão esquerda em chamas, puxo os olhos dele, primeiro um, depois o outro, para que ele nunca mais possa ver, nunca mais possa cobiçar outro ser vivo pelo resto de seus dias. Não haverá musica nem cor, alegria, medo ou dor. Não lhe pertencem mais.”.

Ao que entendi foram os “Oito” que tornaram Mercy o que ela é. Uma alma, uma essencia que vaga de um corpo á outro, numa tentativa de melhor a vida da pessoa hospedeira. Não entendi direito quem são os Oito, talvez Anjos justiceiros, ou talvez sejam algo ainda superior a isso, creio que terei que ler o Exilada, mais não importa, o livro é maravilhoso. Mercy é encantadora. Me fez lembrar um pouco da Ever (Para Sempre, Alisson Noel), que com um toque sabe do seu passado, presente e futuro, pensamentos, medos, erros. Talvez tenha sido isso que mais me atraiu nela. E o mais legal, não é um livro onde a personagem é perfeita, glamurosa. Nada de It Girl nesse livro. A Camen é simples, não tão bonita, talvez encantadora com sua voz perfeita cantando os atos da peça Mahler. Sem memória, sem ninguém, apenas um vaga lembrança de um garoto dourado em seus sonhos, talvez o único centeio de certeza que ela tem. Ela tem Luc. Mais no meio do livro, me pergunto se ele é bom, ou ruim. Minha conclusão, temporária, mais final, é de que ele é um personagem que não se pode confiar. Talvez o problema não seja os Oito, e sim o Luc.
Mercy me surpreendeu tanto pela história, que não é aquela coisa monótona e cheia de detalhes que não fazem diferença, tipo: “Vou ao banheiro, piso levemente no tapete com vermelho com pontinhos roxos, abaixo a calça, a arrumo nos calcanhares para não molhar no chão, e com cuidado sento na privada, olho para o porta papel higiênico e penso que os carros são como lanchas, as motos como os jet-ski e os pedestres como os banhistas, então que a porta não bata onde o sol bata!”... Kkk’ ... É uma narração gostosa, muito detalhada mais gostosa de ler. Você se perde em Paraíso.  Rebecca Lim arrasou nesse livro, e se você não ler, estará perdendo. Amei do fundo do meu coração a Mercy, e espero que, Mercy, Volte para Ryan... Espero que gostem de Mercy, Assim como eu amei!

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