19 de fevereiro de 2013

ZaaKar.com Entrevista



E mais uma vez eu volto com essa coluna que, ultimamente, tem sido pouco feita. Mais voltamos por uma boa causa, hoje eu anuncio pra vocês mais uma parceria do ZaaKar.com.
"Águas Turvas" é o mais novo livro de cabeceira de muita gente, tem feito uma sucesso estrondoroso, e trouxe para os holofotes nosso mais novo parceiro, Helder Caldeira, que inspirado no clássico musical de Paul Simon “Bridge Over Troubled Water” que basicamente , sem falar muito pra não estragar a leitura de vocês, conta a história do único (pois cada um dos amores para mim é unico) e profundo amor entre o médico brasileiro Gabriel, radicado em Massachusetts e o executivo Justin Thompson, de uma tradicional família republicana norte-americana. A trama ganha vida na cidade de Holden, nas colinas do Condado de Worcester, durante a recente crise econômica que sacudiu totalmente os Estados Unidos, entre os anos de 2008 e 2011.
O livro é distribuído pela Editora Faces (que também é responsável pelo livro "A 1ª Presidenta" uma análise histórica da biografia política de Dilma Rousseff, a primeira mulher
presidente do Brasil), e quem se interessar por ele pode comprar diretamente pela editora (a entrega é relâmpago, então em três ou quatro dias deve estar ai, na cabeceira da sua cama!) clicando AQUI NEGAD's!

Segue ai a Capa e a Sinopse pra vocês!

Sinopse: "O livro narra a saga do jovem médico brasileiro Gabriel Campos que, radicado nos EUA, se apaixona irremediavelmente pelo executivo Justin Thompson, filho de uma tradicional família republicana da Costa Leste norte-americana. Os encontros e desencontros dessa história de amor possível tem como pano de fundo as colinas do estado de Massachusetts e a grave crise econômica que se abateu sobre os Estados Unidos entre 2008 e 2011. "Um livro universal", revelou a jornalista Sabrina Abreu, da revista VEJA; "Best-seller imediato. Recomendadíssimo!", disse o jornalista Luiz Felipe Dias, da revista MOMENTO INESQUECÍVEL; "Envolve o leitor a cada capítulo lido, com narrativa ascendente e situações resolvidas sem atropelos, no tempo certo da leitura", publicou o editor e jornalista Léo César, na revista G MAGAZINE. #MERGULHE!"

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Mais vamos ir ao mais interessante?
Conversei com o Helder nesse final de semana, e trouxe pra vocês o nosso papo, naquele estilo ZaaKar.com Entrevista que vocês já conhecem!


Rafael: Fala pra gente um pouco sobre quem é Helder Caldeira. Um pouco sobre sua trajetória até aqui, medos, sonhos, conquistas e etc.

Helder: "Conhece-te a ti mesmo", diz a máxima dos gregos, que estaria inscrita no Oráculo de Delfos. Pois bem, acredito que sou um ser humano numa busca constante e frenética do conhecimento sobre quem sou, por que sou e ao que posso servir, compreende?! Nasci em Paraíba do Sul, uma pequena cidade serrana do estado do Rio de Janeiro. Fui criado no interior e comecei a escrever muito cedo, especialmente estimulado pelos meus pais e por professoras e professores que encontravam nos meus textos uma construção que lhes interessava. Nunca tive dificuldades com as palavras. Talvez seja isso que as pessoas costumam chamar de "dom" e eu prefiro classificar apenas como "paixão". Sou apaixonado pela escrita, pelas palavras... Desde sempre!
No entanto, só comecei a escrever "oficialmente" a partir de 2003, aos 25 anos de idade, publicando semanalmente artigos de opinião no tradicional jornal Tribuna de Petrópolis, graças à gentileza do presidente do Grupo Tribuna, príncipe Dom Francisco de Orleans e Bragança, e da então editora-chefe da publicação, jornalista Andreia Constâncio. Escrevia sobre tudo: política, comportamento, mídias, cidadania, etc. Um exercício e tanto, já que Petrópolis/RJ, a "Cidade Imperial", tem quase 300 mil habitantes e o jornal é lido maciçamente pela população. Aliás, até hoje, 10 anos depois, continuo escrevendo artigos de opinião pra Tribuna de Petrópolis, agora com o jornalista Douglas Prado como editor-chefe.
Desde então, não parei mais. Fui conquistando espaços em jornais e portais de todo país, ao tempo que fui me especializando nas análises políticas, sempre com uma "caneta pesada" nas críticas. Atualmente escrevo para mais de 50 jornais, revistas e portais brasileiros, com destaque especial para minha coluna na Revista On (Rio de Janeiro) e na Revista Leia (Espírito Santo), além de assinar artigos constantemente para o jornal Pravda, da Rússia. Vem exatamente dessa dinâmica de escrita meu primeiro livro de grande repercussão: "A 1ª Presidenta" (Editora Faces, 2011, 240 págs., R$ 29,90), com a análise crítica da trajetória política da presidente Dilma Rousseff. Alguns disseram que se tratava de uma Biografia, mas não é. O livro é apenas um olhar sobre a vida pública de Dilma e do Brasil pós-redemocratização, sob o prisma de um jornalista que não tem o rabo preso com o poder!
No desejo de deixar um pouco de lado todas essas mazelas de nossa realidade política, no final do ano passado (2012) lancei meu primeiro romance de ficção: "Águas Turvas" (Editora Faces, 2012, 278 págs., R$ 38,90). Falando com absoluta franqueza, nunca tive qualquer pretensão de alcançar sucesso ou críticas extraordinárias com esse livro, quiçá pretender algo de "Alta Literatura". Ao contrário. Sempre tive ciência e lucidez de que este é apenas meu primeiro romance, um mergulho nas possibilidades de uma história de amor. Tenho convicção de que sou um escritor bruto em processo de lapidação. E devo confessar: esse processo de "lapidar os talentos" é delicioso!
Sonhos e medos eu tive e tenho vários. Eles vão se transformando (para melhor ou para pior!) conforme o número de velas sobre o bolo de aniversário. Quando era criança, sonhava ser diplomata, ir trabalhar no Palácio do Itamaraty; hoje sonho apenas com a possibilidade de ver minhas obras ultrapassarem as fronteiras do Brasil (o que não deixa de ter relação com os sonhos de criança!). Quando era criança, tinha medo dos Bastiões das Folias de Reis (aqueles palhaços mascarados); hoje tenho medo dos rumos sombrios da Política Brasileira e sua democracia de arremedos (o que também não deixa de ter relações com os medos de criança!). Por fim, acho que a maior conquista está sendo conseguir continuar levando uma vida simples mesmo com tanta publicidade, mídia e publico em torno dos meus livros.
Daí fico com a resposta de Sócrates à inscrição no Oráculo de Delfos: "Só sei que nada sei".

Rafael: De onde Veio a inspiração para o sucesso "Águas Turvas"? Por que escolher escrever um romance sobre um relacionamento homossexual?

Helder: "Águas Turvas" era uma história que habitava o inconsciente das minhas predileções. Na verdade não é um livro sobre um relacionamento homossexual. Trata-se da história de Gabriel, um jovem médico brasileiro que, ao radicar-se em Massachusetts (EUA) para trabalhar e estudar, conhece e se apaixona pelo executivo Justin Thompson, filho de uma tradicional família republicana da Costa Leste norte-americana. A relação do casal, obviamente, assume protagonismo na obra, é o eixo central. Mas, no plano geral, o que temos é a saga de desconstrução dessa família tradicional abalada pela gigantesca crise econômica que se abateu sobre os Estados Unidos entre os anos de 2008 e 2011. Enquanto todas as histórias paralelas caminham em desequilíbrio, o romance entre Gabriel e Justin revela-se sustentáculo dessa família e fio condutor para a construção de um novo modelo de lar, algo próprio da sociedade contemporânea. Vem daí a inspiração na célebre canção "Bridge Over Troubled Water", de Paul Simon. Diante do mergulho em águas turbulentas, devemos saber reconhecer as "pontes".
Outro aspecto que considero importante ressaltar foi o cuidado para não cair nos eternos clichês que rondam as histórias de relações homoafetivas. "Águas Turvas" é a história de um amor possível inserido numa sociedade contemporânea e plenamente democrática. Justo por isso, o romance é ambientado na pequena cidade de Holden, nas colinas do estado de Massachusetts. Muito além da geografia e história belíssimas desse estado, lá o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é um tabu desde o século passado. Ao contrário, trata-se de uma reserva legal, uma garantia constitucional. Gostaria muito que esse livro sensibilizasse, de alguma forma, os Poderes instituídos no Brasil no sentido de legitimar os novos conceitos de família e, definitivamente, permitir que nosso país, que será sede dos maiores eventos mundiais dos próximos anos e receberá um número astronômico de turistas, permita-se abrir as portas para o século 21.

Rafael: Pelo que vemos pelas mídias, esse mercado literário tem crescido bastante. Na sua opinião, os leitores ainda cultivam algum tipo de preconceito? Você teve alguma dúvida na hora de publicar ou não a obra? Por quê?

Helder: Não tive a menor dúvida. Pelo contrário, inclusive. Apesar o franco crescimento das relações homoafetivas no mercado literário, ainda há uma carência enorme de livros verdadeiramente românticos para uma demanda de público cada vez maior. O sucesso de "Águas Turvas" é prova inconteste dessa demanda. Desde de dezembro do ano passado e especialmente a partir de janeiro deste ano, o livro conquistou enorme espaço nas redes sociais, principalmente em nossa fanpage no Facebook (www.aguasturvas.com.br). Esse "boca-a-boca-virtual", somado às generosas críticas da imprensa e dos leitores, esgotou os estoques das livrarias rapidamente. Sites especializados como a consagrada Livraria Cultura (www.livrariacultura.com.br) e até a Amazon (www.amazon.com, maior livraria do planeta!) registraram um "boom" nas vendas do livro "Águas Turvas". Hoje, quando os exemplares chegam às livrarias, são rapidamente vendidos. Como autor, sinto-me extremamente lisonjeado.
O que me impressionou muito foi o alcance do livro. Num primeiro momento, achei que meu livro ficaria restrito a um público bastante específico. Mas a realidade mostrou-se outra. Hoje recebo uma média diária de 200 e-mails e mensagens de leitores e leitoras de todas as idades, de todas as regiões do país e de todos os gêneros. Ao mesmo tempo que recebo mensagens de leitores gays exaltando a obra, também já recebi e-mails emocionados (e emocionantes!) de mães e pais descobriram novos focos e novas possibilidades nas relações com seus filhos e familiares após a leitura de "Águas Turvas". Pode haver melhor sensação para um autor?
Preconceito? É óbvio que existe. Há sempre quem queira defender dogmas, preceitos religiosos, anacronismos sociais. Sobram "trolls" que, por absoluta covardia, se escondem atrás do anonimato da internet. Não é por acaso que, paradoxalmente, o Brasil, país do Carnaval, figura no ranking das nações com os maiores índices de crimes contra os homossexuais. Na ausência de uma legislação eficaz e de políticas públicas efetivas, preconceito e violência se irmanam no cenário nacional. É por isso que, muito além da fantasia e dos objetivos literários, "Águas Turvas" integra a tentativa de criar uma agenda positiva contra as barbaridades que ainda vemos no dia-a-dia de nossa sociedade. Diante da boa aceitação e recepção ao livro, acredito que fiz a coisa certa. Nas poucas horas de sono que tenho, descanso com a pacífica sensação do dever cumprido.

Rafael: Perante às editoras, você enxerga algum tipo de barreira para esse tipo de romance? Você conhece outros livros que abordem esse tema? Qual?

Helder: Há barreiras sim. Algumas grandes editoras ainda colocam entraves em projetos como "Águas Turvas". Mas isso não surpreende. Basta dizer que muitas das ditas "grandes editoras" brasileiras ainda não compreenderam sequer os conceitos do eBook, do livro digital. São demasiadamente resistentes. Não por acaso, a expressiva maioria delas está indo à bancarrota, pressionada pela ascensão de editoras de pequeno e médio portes que abrem espaço em seus catálogos para novos autores e uma enorme diversidade de temas. Nesse sentido, acredito que o público-leitor tem grande poder e uma imensa responsabilidade: ao chegar numa livraria (que é a ponta final do processo editorial), seja ela qual for, e não encontrar o livro procurado, não tenha vergonha... peça, encomende, registre sua intenção de compra. É exatamente essa pressão dos leitores-consumidores que deflagra o restante da cadeia editorial e acaba democratizando e abrindo as portas do mercado para obras como "Águas Turvas". O leitor é o dono da "chave". Faça uso dela sem restrições!
Quanto aos livros de temática homoafetiva, no Brasil há o célebre "O Terceiro Travesseiro" (Editora GLS, 2007, 208 págs., R$ 51,60), do Nelson Luiz de Carvalho, que também é autor de "Apartamento 41" (Editora GLS, 2007, 152 págs., R$ 39,90). Recentemente, o jovem escritor Ricardo Mesquita, amigo potiguar, lançou seu belíssimo romance "All Star Azul" (Metanoia Editora, 2012, 317 págs., R$ 35,00). Das obras traduzidas, impossível não ler o conto "Brokeback Mountain" (que integra a coletânea "Close Range" e inspirou filme homônimo de grande sucesso), da brilhante jornalista e escritora Annie Proulx, publicado pela Editora Intrínseca. Gostaria muito de ver traduzidos os livros do escritor americano William J. Mann, que muito além de ser o biógrafo de estrelas da grandeza de Katharine Hepburn, Elizabeth Taylor e Barbra Streisand (seu mais recente lançamento), é autor de clássicos como "Where The Boys Are", "Men Who Love Men" e "All American Boy", todos publicados nos EUA pela Kensington Books. Falei com William na semana passada e há uma forte expectativa quanto às possíveis traduções para o português de suas obras. Atualmente seu único livro publicado no Brasil é "Bastidores de Hollywood", uma pesquisa histórica vastíssima sobre a influência de gays e lésbicas no início e consolidação da mega indústria cinematográfica americana, pela Editora Landscape e que está esgotado há bastante tempo.

Rafael: Quais são os planos daqui a diante? Novas obras, novos romances?

Helder: Neste exato momento estou imerso, escrevendo um novo romance. Desta vez será uma trilogia romântica com boas pitadas de suspense. Sei que é uma aposta ousada, mas eu adoro desafios! Ainda assim, continuo cumprindo a agenda de compromissos gerada pelo sucesso de "Águas Turvas" e algumas jornadas internacionais: acabo de lançar em Seoul a edição sul-coreana de "A 1ª Presidenta" e vou estar na Alemanha em outubro para a Feira do Livro de Frankfurt, onde recebi o honroso convite da Editora Lettrètage para integrar a coletânea de Literatura Contemporânea Brasileira. Ou seja, há muito trabalho e o tempo não para!

Rafael: E pra finalizar, divida com a gente uma frase ou palavra que marcou em algum momento sua vida, e que você leve o tempo todo consigo para todos os lados!

Helder: Tenho sempre em mente uma citação brilhante de George Eliot (pseudônimo da escritora britânica Mary Ann Evans), do final do século XIX, repetida inúmeras vezes pelo primeiro-ministro Winston Churchill no século XX: "NUNCA É TARDE PARA SER O QUE VOCÊ PODERIA TER SIDO".

Bom espero que tenham gostado, e como sempre, desejo os melhores ventos ao nosso mais novo parceiro. Que você possa sentir e entender o verdadeiro Orgasmo que é o ZaaKar.com!
E em breve, resenha de "Águas Turvas" para vocês ein!
Aproveitem e deem uma olhada no catalogo da Editora Faces, vale a pena!

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Li o livro Águas Turvas, é fantástico. Há muito não via algo tão bom. Sincero, verdadeiro e genuinamente romântico sem pieguices nem as tarjas e rótulos de costume sobre os homossexuais. Simplesmente gente, vivendo uma belíssima estória de amor, norteando uma miscelânea de pessoas de caráteres diversos. Me senti o tempo todo como em estado de 3D, você vive junto, chora junto, quer estar junto. Mal posso esperar pela trilogia anunciada!

    Sílvio Roberto (Recife/PE)
    http://www.facebook.com/#!/SilvioRoberto2

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  3. É possível perceber paixão em cada letra, cada sílaba, cada palavra arrematada nas frases e textos do Meu amigo Helder Caldeira. Somente isso seria o suficiente para me aplacar como devoto de seu discurso, contudo há talento, e como há. É possível ainda ver sem esforço algum, a dedicação, o entusiasmo e a veracidade nem um pouco implícita quando esse autor que não necessitaria de modéstia e mesmo assim a têm, abre o verbo sobre qualquer assunto. Sendo assim uma vez começado é impossível não ir até o final de seus contos, textos, críticas e livros, ir, prosseguir, mesmo com uma sensação de que talvez melhor não fosse prosseguir é assim ficar eternamente preso aos enlaces de sua história. No fim como leitor de águas turvas o desejo que tenho vivido é de que se houvesse um Pay Per View que mostrasse a continuidade da vida dos Thompson eu seria um dos seus grandes adeptos.
    Ao final deixo meu grande e afetuoso abraço de autor para autor, de amigo para amigo, de ser humano para ser humano e faço votos das mais extraordinárias conquistas em sua carreira e vida como um todo, para que todos os dias você possa experimentar um terço, ou o mínimo que seja da revolução que causa nas nossas.

    Ricardo Mesquitta (Autor de All Star Azul)

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