Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!
Livro: "O orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares"
Autor: Ranson Riggs
Editora: LeYa
ISBN: 9788544102848
Ano: 2015
Páginas: 336
Skoob: Livro
Estrelas: 5
Sinopse: "Milhões de cópias vendidas em todo o mundo! Traduzido para mais de 40 idiomas! Eleito uma das 100 obras mais importantes da literatura jovem de todos os tempos Tudo está à espera para ser descoberto em "O orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares", um romance que tenta misturar ficção e fotografia. A história começa com uma tragédia familiar que lança Jacob, um rapaz de 16 anos, em uma jornada até uma ilha remota na costa do País de Gales, onde descobre as ruínas do Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares. Enquanto Jacob explora os quartos e corredores abandonados, fica claro que as crianças do orfanato são muito mais do que simplesmente peculiares. Elas podem ter sido perigosas e confinadas na ilha deserta por um bom motivo. E, de algum modo - por mais impossível que possa parecer - ainda podem estar vivas. “Mesmo sem as fotos, esta seria uma história emocionante, mas as imagens dão um irresistível toque de mistério. A narração em primeira pessoa é autêntica, engraçada e comovente. Estou ansioso para o próximo volume da série!” RICK RIORDAN, autor da série Percy Jackson e Os Olimpianos. “Um romance tenso, comovente e maravilhosamente estranho. As fotos e o texto funcionam brilhantemente juntos para criar uma história inesquecível.” JOHN GREEN, autor de A culpa é das estrelas. “Vocês têm certeza de que não fui eu quem escreveu esse livro? Parece algo que eu teria feito...” TIM BURTON".
***
“Eu tinha acabado de aceitar que minha vida seria apenas comum quando coisas extraordinárias começaram a acontecer comigo”
Essa semana vamos falar sobre um livro
bem, bem maravilhoso. Eu nunca esperava amar tanto esse livro como eu amei, e
preciso dizer, que história... Mas antes, vamos ao autor. Ransom Riggs nasceu
em Maryland , em 1980, em uma fazenda de 200 anos de idade, e cresceu na
Flórida. Ele estudou literatura Inglês no Kenyon College e estudou cinema na Universidade da
Califórnia do Sul .
Seu trabalho em curtas-metragens para a
Internet e blogs para Floss Mental arranjou-lhe um emprego escrevendo “The
Sherlock Holmes Handbook”, que foi lançado como um tie-in para 2009 Sherlock
Holmes filme.
Riggs tinha recolhido curiosas
fotografias vernaculares – antigas, velhas - e se aproximou de seu editor,
Quirk Books, para falar sobre a possibilidade do uso de alguns delas em um
livro de imagens . Por sugestão de um editor, Riggs usou as fotografias como um
guia para assim montar uma narrativa. O
livro resultante foi Início da série “O Orfanato da Srta. Peregrine para
Crianças Peculiares” que rapidamente entrou para a lista do New York Times Best
Seller .
Com outros dois volumes publicados,
“Cidade dos Etéreos” e “Livraria das Almas” (tradução livre), Ransom Riggs vem ganhando espaço na estante e no coração
de leitores por todo o mundo e agora, ganhou também um espacinho no coração e
no blog deste que vos fala!
"- A composição da espécie humana é infinitamente mais diversa do que a maioria dos humanos suspeita - começou a srta. Peregrine. - A verdadeira toxonomia do homo sapiens é um segredo conhecido por poucos, e você agora será um deles. Para começar, há uma dicotomia simples: existem os coerlfolc, a grande massa de pessoas comuns que formam a numerosa humanidade, e há o ramo oculto, os criptos-sapiens se preferir, que são chamados de syndrigast, ou "espirito peculiar", na linguagem venerável dos meus ancestrais. Como sem dúvidas ja deve ter percebido, aqui nós somos desse ultimo grupo".
Jacob cresceu ao lado seu avo ouvindo
suas aventuras e loucuras, coisa que apenas uma criança realmente pararia para
dar atenção. Na histórias dele, o mundo era um lugar repleto de monstro e, como
um soldado que era, seu trabalho era acabar com todos eles. Além disso, suas
histórias sempre falavam de crianças diferentes, estranhas... Peculiares.
Crianças que, assim como ele, foram parar dentro de um orfanato. Essas
crianças, das quais ele tinha fotografias e tudo, tinham abelhas dentro do
corpo, voavam, levitavem, eram super fortes, eram transparentes... Haviam
tantas e tantas... Mas em certo momento Jacob acabou parando de prestar a
atenção em todas essas histórias. Quando cresceu e percebeu que seu avô
realmente tinha uns pinos a menos, Jacob deixou isso de lado e parou de tocar
no assunto. Segundo seu pai, essas histórias eram a forma de seu avô esquecer
de tudo de ruim que aconteceu em sua infância, na época da segunda guerra
mundial.
Segundo ele, o vovô Portman foi obrigado
a abandonar sua família bem novo e ir para um orfanato longínquo, em uma ilha
no País de Gales, por conta de toda a perseguição aos judeus que ocorria na
época. Por isso inventava essas histórias loucas e mágicas., onde ele viajava
para matar monstros e vivia em uma ilha mágica envolto de crianças com dons
especiais.
Foi triste perder o vínculo com seu avô,
mas com o tempo o vovô Portman foi ficando mais velho e mais “debilitado”.
Tomava muitos remédios e vira e mexe dizia estar sendo perseguidos por seus
monstros do passado. E incitar essas histórias não era uma boa coisa a se
fazer. Mas tudo mudou no ultimo surto em que seu avô teve. Jake, após receber
uma ligação dele, aos berros, pedindo a chave da porta em que ficava sua
coleção de armas, saiu correndo de seu trabalho forçado e foi até ele com seu
melhor, e único, amigo. Isso estava acontecendo mais e mais com o passar dos
anos. Mas desta vez Jacob encontrou seu avo na floresta que ladeava sua casa,
caído, com um corte gigantesco no abdômen.
Foi nesse momento, comseu avô nos braços, pedindo que ele fugisse para a
ilha e encontrasse o orfanato, e com uma lanterna nas mãos, vendo de onde vinha
o barulho estranho que estava ouvindo, que Jake viu o monstro que seu avo tanto
falava. De sua boa saiam três grandes tentáculos, seus olhos vidrados e
leitosos pareciam não ter vida. Depois de gritar e desmaiar, a vida de Jacob
nunca mais foi a mesma.
Olha, se tem
uma coisa que eu fiquei, essa coisa foi encantado. Ranson Riggs nos presenteia
com uma escrita maravilhosa. Isso além de um enredo incrivelmente criativo e
bem pensado. A história não tem pressa em acontecer mais ainda assim acontece
rapidamente. Quando você percebe, já esta no meio do livro e ainda está pedindo
mais.
Jake, depois
de muitos remédios e muitas sessões de terapia para tentar encontrar o motivo
de seus sonhos terríveis evolvendo seu avo morto e a criatura horrorosa, acaba
decidindo que a única forma de passar por isso é indo até a ilha onde seu avô
cresceu e ver tudo com seus próprios olhos. Antes dele morrer, lógico ele
deixou algumas dicas e charadas para seu neto e após concluir algumas coisas,
ir para a misteriosa ilha era o melhor a se fazer.
No inicio
acreditei que a história seria algo meio que relatos do passado, ou entrevistas
com os moradores da ilha para saber o que aconteceu ao orfanato, já que tudo
isso havia acontecido em 1940, e fazendo algumas contas, seria impossível que
alguém ainda estivesse vivo por lá. Mas não, errei completamente.
O autor nos
surpreende com acontecimentos que ninguém podia imaginar. Do nada surge uma
chance de tudo ainda existir e de que Jacob possa ter as respostas que tanto
queria. Com uma escrita simples e bem corrida, Riggs nos conta uma história de
parar o tempo, literalmente, cheia de perigos, novidades e histórias
inimagináveis. Suas personagens, fortes e com personalidades únicas, talvez
sejam a cereja desse bolo todo. Alma Peregrine é minha favorita, meu deus, que
mulher. Amei a forma como ela foi retratada, forte e protetora.
E nem preciso
dizer que a melhor coisa que a LeYa fez foi reeditar o livro e publicar da
forma original, né?! Que edição linda! As fotos, os detalhes... Me apaixonei. O
autor faz uma louca mistura de realidade, de história, de magia, de loucura,
até porque todos somos loucos e também de ação, aventura e romance. A trama
parece se abrir lindamente a cada página, ganhando ainda mais a sua atenção e
coração. Não sei se poderia ter amado mais esse livro, de verdade.
Confesso,
aqui, só entre nós, que o final, aquela parte do farol e etc, foi bem louco e
um pouco confuso. Me senti perdido em uma parte em que Jacob fala sobre o sonho
de um dos meninos peculiares. Não me lembrava do menino em questão ter
comentado sobre o sonho, mas lá está o Jacob falando do sonho. Sem falar que você
fica um pouco perdido essa coisa da dobra no tempo. Como eles entraram todos
lá, com aquele submarino? MAS no fim tudo se organiza, e dá pra entender melhor
como tudo isso esta acontecendo.
Gente, só
posso desejar que vocês amem tanto quanto eu amei esse livro. Amei tanto que
amanha mesmo vou pagar o olho da minha cara no segundo volume.
29/55