27 de maio de 2013

Resenha - Fazendo História (filme)

Cuidado, contém GRANDES SPOILERS!!!

“The History Boys” ou Fazendo história é um filme dirigido por Nicholas Hytner e escrito por Alan Bennett que igualmente escreveu o original para o Royal National Theatre de Londres. Protagonizado por Richard Griffiths(Hector),  Clive Merrison (Diretor escolar), Stephen Campbell Moore (Irwin), Frances de la Tour (Mrs. Lintott), Sacha Dhawan (Akthar), Samuel Anderson (Crowther), Dominic Cooper (Dakin), Andrew Knott (Lockwood), Samuel Barnett (Posner), Russell Tovey (Rudge), Jamie Parker (Scripps), James Corden (Timms), Georgia Taylor (Fiona), Penelope Wilton (Mrs. Bibby) e Adrian Scarborough esta comédia agradável e inteligente sobre oito estudantes turbulentos, mas talentosos, que esperam conseguir entrar em uma das mais prestigiosas universidades da Inglaterra. Nessa busca, eles são ajudados por dois professores, um jovem perspicaz e arrogante e outro, um velho excêntrico e entusiasta, cujas filosofias opostas desafiam os meninos a se confrontarem com o verdadeiro significado da educação e com os valores relativos da felicidade e do sucesso. Adaptado da peça original ganhadora do prêmio Tony e com o elenco original que conquistou o Tony, Fazendo História traz uma visão sedutora, instigante, travessa e engraçada da história, da busca pelo conhecimento e da total aleatoriedade da vida.


“Passem a diante, isso todos vocês podem fazer. Absorvam, sintam e passem a diante. Não para mim, não para você, mais para alguém, em algum lugar, um dia, passem a diante, devem aprender esse jogo, passar adiante!”

“Fazendo História” de Allan Bennett, gira em torno de oito garotos, que no fim do próximo trimestre vão concorrer a uma vaga nas universidades de Oxford e Cambridge.
Após tirarem ótimas notas, o diretor decide intensificar as aulas de história, que eram feitas pela professora Lintott e o professor Hector (mais costumavam dizer que as aulas dele eram mais “conhecimento gerais”), na esperança de que uma boa porcentagem dos oito ingressassem nas universidades. Os alunos sabiam das coisas, das datas, dos acontecimentos, dos fatos em sim, mais eles eram monótonos, sem malícia, sabiam de cor e salteado o que os livros diziam. E reproduziam de certa forma isso. Eis que como um reforço chega o professor Irwin, um verdadeiro homem da renascença, que tenta fazer com que eles de certa forma vejam a história de uma forma diferente, e não apenas como fatos do passado, tenta polir esse conhecimento que os garotos têm.


O filme é um grande e majestoso conflito de crescimento.  Posner é apaixonado por Dakin, que por sua vez está tendo um caso com Fiona, mais que em certo ponto do filme, nos podemos mesmo ver seu interesse pelo professor.
É um filme grandioso, inteligente, CultPop. Com aquele mesmo estilo inglês que tanto me agrada. Cenários bonitos, mais ainda “frios” de certa forma. Não diria que melancolia descrevesse onde tudo se passa, até por que na minha percepção, melancolia não é algo bom. É algo mais provinciano, isso provinciano é a palavra, e meio, sei lá, depressivo, talvez nem tanto até porque o filme é bem engraçado. Mais é um tipo de cenário que faz você querer estar lá, me lembra Hogwarts. Descreveria como cinza.

Com um humor Britânico inteligente e sério em certos aspectos. O filme nos abre as portas da compreensão da humanidade e suas relações aos fatos que se passaram. Nada de hipocrisias ou preconceitos. Um filme objetivo, aberto e bem trabalhado. Com diálogos cheios de citações filosóficas, muita poesia e muita sensibilidade. O confronto de relações entre professor e aluno são seus pontos altos e Deus, que trilha sonora é aquela? Ela injeta um clímax tão, nossa, eu nem consigo me expressar quanto ás musicas. Me lembram os Beatles! E olha que eu nem curto Beatles!

“Sabe, quando eu leio, eu percebo que a literatura só fala mesmo é de perdedores, é consolação, toda literatura é consolação, não me importa o que o Hector diz, eu acho a literatura deprimente.”


Ele borda as temáticas adolescentes de um modo que é tipicamente britânico e se você não está acostumado com isso, pode ser que tenha um pouco de dificuldade em lidar com o teor sexual do filme ou até mesmo achá-lo vulgar quanto á pedofilia que o professor Hector pratica quando dá uma carona aos seus alunos, e no caminho toca nas bolas dele. O teor homossexual do filme, no contexto, até que tem um motivo bem claro. E um tanto machista também, mais não pensem por essa forma okay, pois é tudo história, e segundo a história, lá na Grécia antiga, um dos berços da filosofia, entre si os homens se tinham como ponto o prazer, e as mulheres eram mais para a procriação, assim se dizendo. E talvez nisso tudo, o que mais vai comover vocês, que não tem a mente fechada, é o relacionamento entre professor e aluno. Mais precisamente Irwin e Dakin. A parte mais comovente é quando os garotos estão fazendo as entrevistas nas universidades, e os professores Hector e Irwin estão conversando na porta da diretoria, e Irwin acaba se abrindo, mesmo que de forma reclusa e sem citações, perguntando se o professor Hector já sofreu por um aluno. Você vê as lágrimas nos olhos dele, e a dor que talvez ele esteja sentindo. Um tipo de relação impossível, que se levada á frente poderia tornar ele tão pedófilo quanto Hector.
“- Algum aluno já te fez infeliz?
- Muitas vezes! Encare isso como uma fascinação. Como uma dorzinha rápida mais que nos dá imunidade pelo tempo que for preciso, pode ser necessário um reforço, uma outra carinha, uma outra lembrança da dor, pode ficar com a gente quase a vida toda.
- Amor...”

"Os melhores momentos na leitura são quando se encontra alguma coisa, um pensamento, um sentimento, um jeito de ver as coisas, que você acha especial, particular para você. E ali está, registrado por uma pessoa, alguém que você nunca viu talvez até alguém que já morreu a tempos. É como se uma mão tivesse saído do livro e tomasse a sua...”

A primeira vez em que você percebe que Irwin realmente esta sentindo algo a mais por Dakin, é quando ele e Lintott estão fumando no banco, e ele conta a ela que Posner veio desabafar com ele, contando que ele é homossexual e que está apaixonado por Dakin, e então Irwin diz: “Eu tive pena, mais não insinuei que talvez eu pudesse estar no mesmo barco!”. Dakin que está jogando bola, lá do outro lado, e ao avistar o professor ele acena. Lintott acaba perguntando se também era por Dakin que ele estava se apaixonando mais ele disfarça e diz que não. E o sentimento é recíproco, pois Dakin começa a querer agradá-lo, entregando trabalhos extras, e até escrevendo como ele.
“- Acho que eu estou falando muito sobre ele, a fiona fica louca da vida, e só fico calado quando estou fazendo aquilo.
- Você faria com ele?
- Já andei pensando nisso. Faria, e levaria um pouco de sol pra vida dele. Seria só masturbação!
- E porque você acha que ele faria com você?
... – Eu gosto dele, e seria bom se ele gostasse de mim!”.

Mais o que dá mais dó é que Posner sabe que Dakin gosta de Irwin e que Irwin sente a mesma coisa, segundo ele O Irwin gosta dele e raramente olha para outro... Eu também não olho, e os nossos olhares se cruzam olhando para o Dakin!”. Eu só não entendi o porque tratam Posner como “novo demais”, sendo que ele está na mesma serie que todos e tem a mesma idade dos outros, e também vai para a faculdade como todos ali.
O filme é perfeito, se você não prestar muita a atenção, vai acabar se perdendo em tanta citações históricas, e é isso que torna ele bom, CultPop, injetando mesmo que um pouco, um milésimo, de conhecimento para quem assiste. Esse clímax de que todos os filmes ingleses tem me deixa fascinado. Mesmo com esse ar de conservador, ele mostra que o preconto não existe, juntando Judeus, Mulçumanos, católicos, negros e homossexuais. E realmente seria bom se o mundo fosse assim.
Eu queria poder expressar melhor o que eu senti com o filme, mais é impossível. O filme fala por si! E quero deixar apenas uma observação, o fim é triste, frustrante e perfeito. Se você tiver o mínimo de sensibilidade artística, vai amar a obra em si!
Vou terminar essa resenha com um dos diálogos que mais marcou o fim do filme, e que mais deixou a desejar! Assistam o filme e entenderam!


“- Qualquer outro eu convidadria para um drink. Seria um eufemismo? Um Drink? Dizer um Drink quando queria dizer outra coisa?
- É, é sim!
- É melhor eu esquecer o Eufemismo. Eu só estava sondano o terreno, o que eu queria mesmo é saber se haveria alguma possibilidade de, sabe, eu poder ver você fazendo sexo oral em mim, ou algo do gênero...
{..} – Está bem, vamos marcar então...
- Não! Não me venha com o seu maldito horário de aulas!
- Talvez na semana que vem?
- Semana que vem? Você pode fazer sexo oral na semana que vem mais infelizmente está com muitas aulas! Isso é ridículo! Nós temos tantas coisas pela frente... Custuma tirar os óculos?
- O que?!
- É um começo!
- Não para mim! Tirar os óculos é a ultima coisa que eu faço!
- Vou aguardar ansioso! O que faz nos domingos á tarde? O que vai fazer nesse domingo á tarde?
- Eu vou ver os arquivos as abadia de Roche. É um mosteiro cistercience, fica ao sul de Doncaster. Mais eu acho que tive uma oferta melhor!
- Acho que sim!
- E professor, também não estamos mais no subjuntivo! Vai acontecer!


Obs.: Não deixe de baixar>>>

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